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Hardcore Punk Califórnia: um arsenal pesadíssimo

Bolodoido Musical Vol. 15 – Hardcore Punk Califórnia. Vamos ver o que a costa oeste norte americana, em especial a parte litorânea, tem a nos mostrar!!

Antes de tudo, eu sei que já foi postado aqui no Oganpazan uma matéria sobre hardcore californiano, destacando 05 grandes discos do estilo. Antes de colunista sou leitor do site.

Então não se trata de um texto repetitivo, ao contrário, vou abordar aqui outras faces desse tão influente hardcore califa, mas claro citando algumas bandas que foram mencionadas nessa ótima matéria que mencionei em linhas anteriores.

Vale à pena ler as duas.


1. Black Flag

Começaremos logo de clássico! Sujos, vagabundos, ruêros e agressivos, assim eram os Black Flag’s e sua legião de fãs. Skatistas que viviam invadindo piscinas na região de Santa Mônica, membros de gangs, surfistas malucos, tudo no mesmo ambiente, a coisa era bem animada nos anos 80′. Tudo isso com o cheirinho da maresia de Hermosa Beach.


2. Pennywise

Também de Hermosa Beach, com um som mais melódico, algo que se aproxima mais do que se costuma classificar como hardcore californiano, o Pennywise surge no final da década de 80′, obviamente influenciado pelos seus conterrâneos citados anteriormente.

Apesar do som mais melódico, o teor das letras mantém a tradição contestadora do Punk / hardcore.


3. Dead Kennedys

Já que falamos de política, quem melhor para representar se não eles, os Dead Kennedys. Oriundos da alegre São Francisco, os caras surgem no finalzinho da década de 70′ para chacoalhar a cena, com todo seu viés anarco político.

OBSERVAÇÃO: Esse texto foi escrito antes dos remanescentes do Dead Kennedys, e sua produtora trapalhona, peidarem na farofa com relação ao cartaz da tour que se realizaria, ou vai se realizar, no Brasil, elaborado pelo artista alagoano Cristiano Suarez.


4. Suicidal Tendencies

Diretamente do seio da maloqueragem skatista, em 80’, surge o Suicidal Tendencies. Misturando metal, funk, hardcore e rap, os caras faziam a cabeça de toda a juventude transviada da época.

Tretas não faltavam nos shows do Suicidal. Para além disso as não tão discretas referências a gangs latinas da Califórnia, Sureños, além de atrair os membros dessas gangs chamou a atenção da LAPD (Porcos de Los Angeles), que comumente davam batidas nos shows dos caras.

Fora isso, os órgãos de censura norteamericanos pegavam no pé das letras e do próprio nome da banda, uma excelente propaganda para os caras, que a cada nova polêmica só alastrava o estilo SxTx pelo mundo.


5. Bad Religion

Hell-A era o palco, final da década de 70′ era o momento e em meio a diversas bandas punk / hardcore que surgiam, aparece o Bad Religion.

Nome polêmico, símbolo mais polêmico ainda, letras politizadas como não poderia ser diferente e uma sonoridade típica do hardcore californiano.


6. NOFX

Representantes da primeira geração da clássica Epitaph Records, além do hardcore / punk o NOFX agregou ao seu som elementos de Ska e Reggae, uma clara influência do clima litorâneo de Los Angeles, terra natal dos caras.

Engraçado que apesar dos caras serem da Califa, serem doidões, o nome da banda foi inspirado na pesada banda straight edge de Boston, Negative FX.

Em 1994 o NOFX lançou o seu maior sucesso, em termos de vendas, “Punk In Drublic”, pela Epitaph Records. Assim a indústria da música, os famosos abutres, começaram a ofertar contratos de grandes gravadoras pros caras e a MTV começou a solicitar clips para passar em sua programação, contudo a postura dos caras foi de um belo “não” a indústria da música e se mantiveram na gravadora Epitaph, mudando posteriormente, em 2003, para a Fat Wreck Chords, selo de propriedade do baixista/vocal Fat Mike.

Em que pese ter se mantido na pegada independente, o NOFX é conhecido aos quatro cantos do mundo.


7. The Offspring

Outra banda que fez parte do início da Epitaph Records, o Offspring detém  o recorde de álbum mais vendido de todos os tempos por uma gravadora independente, com o “Smash”, lançado em 1994.

Como podem ter percebido, em 94′ as grandes gravadoras estavam ávidas pelos artistas da Epitaph Records, face o grande sucesso de vendas. Tal qual o NOFX, diversas gravadoras começaram a ofertar contratos ao Offspring, que diferente do NOFX assinou com a Columbia Records, lançando em 1997 o “Ixnay on the Hombre” e todos os demais álbuns da banda.


8. Green Day

Diferente do que muitos pensam, o Green Day não é uma banda de São Francisco e sim de Berkeley. A confusão se dá porque a cidade de Berkeley fica situada na costa leste da baía de São Francisco. Mas o que nos importa é que é mais uma banda californiana foda!

Fazendo um punk rock maroto, que muitos anos depois foi taxado como Pop Punk, o Green Day surgiu em 1986, destoando de todas as bandas californianas da época, muito influenciadas pelo hardcore e sons mais agressivos.

Nadando contra a maré, o Green Day foi buscar suas influências nas bandas punks inglesas, tais como o Buzzcocks e o The Clash.

Claro que o Green Day não iria entrar na Epitaph naquela época. Os caras estavam se estruturando como um selo de hardcore melódico, com bandas que tocavam bem mais rápido que o powertrio de Berkeley. Nesse momento entra em cena a gravadora independente Lookout! Records, também de Berkeley.

A Lookout! Records foi fundada em 1988 e é a cara do punk rock, lançando diversas bandas do estilo. Em 1990 lançou o primeiro álbum do Green Day o “39/Smooth” e mais dois álbuns: “1,039/Smoothed Out Slappy Hours” (1991), uma compilação do primeiro lançamento e mais os EP’s “1,000 Hours” e “Slappy”; “Kerplunk” (1992).

Seguindo a lógica do mercado fonográfico da época, assinaram com o selo Reprise Records, da multinacional Warner, e lançaram em 1994 seu disco de maior sucesso o “Dookie”.


9. Rancid

Também influenciados pelo punk rock inglês, em especial o subgênero Oi!, o Rancid também agregava ao seu som influencias do ritmo jamaicano Ska.

Surgiram no ano de 1990, na cidade de Albany, tendo lançado seu primeiro single, “I’m Not The Only One”, em 1992 pela Lookout! Records.

O lançamento pela gravadora de Berkeley não se deu por acaso. Para além da banda ter um estilo que agradava a gravadora, Tim Armstrong (guitarra e voz) e  Matt Freeman (baixo) faziam parte da banda Operation Ivy, uma banda de Ska Punk de Berkeley que teve todos seus álbuns, até 1991, lançados pela Lookout! Records, ou seja, tudo em casa.

Contudo, o primeiro álbum do Rancid não foi lançado pela Lookout! e sim pela Epitaph Records, que já estava na visão de ampliar um pouco seus lançamentos, não focando apenas nas bandas de hardcore.

Inclusive o álbum de grande sucesso do Rancid, “’…And Out Come The Wolves” foi lançado pela Epitaph.


10. Blink 182

Finalizando essa lista, eles que por muitos são renegados mas que são bem importantes para cena californiana: Blink 182.

O Blink 182 surgiu em 1992, ou seja, influenciados por todas essas bandas que foram citadas anteriormente, na cidade de San Diego.

Já em 1993, a banda lançou sua primeira Demotape, “Flyswatter”, pela gravadora Fags in the Wilderness Records, não sendo bem aceita pelo público na época. Em 1994 a banda insistiu e lançou a demo “Buddha”, pela gravadora Filter Records. Nessa demo tem diversos clássicos, como as músicas “Carousel” e “Strings”.

Com o lançamento de “Buddha” a banda ficou mais conhecida e conseguiu lançar seu primeiro disco, em 1994, o “Cheshire Cat”, pela gravadora Cargo Music, de San Diego. Esse álbum trouxe algumas músicas da demo “Buddha” e outras inéditas.

Aproveitando a onda de sucesso das bandas punk / hardcore californianas, e o que o mercado fonográfico buscava na época, a banda assinou com a MCA Records e lançou em 1997 o “Dude Ranch”. Assim, saíram em turnê pelo país, aumentando a sua popularidade.

Nesse período o baterista Scott Raynor saiu da banda, dando lugar ao Travis Barker, que tocava na banda The Aquabats. Com Travis a banda lançou seu álbum de sucesso, o “Enema of the State”, um álbum bem comercial e repleto de sátiras. Esse foi o ponto onde os fãs do punk / hardcore californiano começaram a renegar os Blinks, que por outro lado passaram a atingir um público bem diversificado.

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