Correndo o risco de levantar questões de suma importância, mas talvez não solucionando todas, essas linhas visam exaltar a arte de um cidadão que realmente viveu o que cantou. Semeando o que acreditava e colhendo o que sentia.
Saíram mais de 500 discos com o nome desse cara na capa (entre bootlegs, compilações, discos ao vivo e de estúdio). Foram mais de 40 anos de carreira e muita água passou por debaixo dessa ponte para que registros como ”Live At The Academy Brixton”, sejam varridos pelas areais da geração Y.
Track List:
”My Number One”
”My Only Lover”
”All I Ask Is Love”
”Love Overdue”
”Mr. Brown”
”Storm”
”Slave Master”
”Border”
”Soon Foward”
”Oh, What a Feeling”
”Sunday Morning”
”Addicted To You”
”Frontdoor”
Gravado sob a tutela de banda de apoio da Roots Radics, ”Live At The Academy Brixton” é apenas uma amostra da grandeza deste senhor. O Rasta favorito de Keith Richards foi uma das vozes mais peculiares do raga e, nesta noite, seu instrumento de trabalhou enlouqueceu a todos, a mulherada que o diga.
O ”the cool ruler” fez o de sempre. Entrou como quem não quer nada e saiu como quem tinha tudo. E ele de fato ostentava. Só na entrada para o palco dava pra sacar que a platéria estava em sua mãos.
Eis aqui um LP que comprova: o Reggae é um estilo místico. Todo mundo fala que a pegada é a mesma. De fato, isso até podemos descobrir, mas quem diria que um retorno a mais, obra da lenda viva, Lee Scratch Perry, nos faria a cabeça para sempre? Quem gosta da pegada do filho do Rocksteady sabe que o baque é pra vida toda, esse então nem se fala!
A apresentação é digna de ser listada como uma das maiores gravações ao vivo de todos os tempos. A qualidade sonora é brilhante, afinal de contas além de nos apresentar Gregory e sua bela voz, garante a patente do groove com um ato (Roots Radics), que fez a base para todo os maiores nomes do estilo, como Bunny Wailer, Prince Far I, Michal Prophet, dentre outros mitos.
Por isso, na hora do play, vá na moral, a excelência já está garantida, basta apenas andar no ritmo da batido da open track (”My Number One”), sentir a cadência clássica de ”Love Overdue” e tomar contato com um LP perfeito para ser introduzido ao mundo de Isaacs.
Não sou muito fã de trocadilhos, mas para apreciar a obra do maestro, peço que entrem pela ”Frontdoor”, a vida é curta demais para que versões estonteantes de ”Sunday Morning” e ”Addicted To You” não sejam ouvidas com a devida atenção. É hora de celebrar, aumentar o volume na parte A de ”Mr. Brown” e venerar um gênio. ”All I Ask Is Love” é sua carta aberta para este mundo!