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CD's, Fred Wesley

Fred Wesley – Wuda Cuda Shuda

Diretamente dos Estados Unidos para o mundo: Fred Wesley meus amigos, um trombonista com um índice latente de Funkabilidade. O swing ”panela de pressão” do negrão ficou conhecido por seu trabalho com James Brown no começo dos anos 60 e depois com o Parliament-Funkadelic na segunda metade dos anos 70.
Dono de uma bela discografia solo, Fred fez seu nome dentro da indústria do groove se aventurando entre o Jazz e o funk desde que se entende por gente, fazendo com que o mundo da música sempre reparasse na embutida rebolativa de sua voz e metálico trombone, sempre ao som de grandes trabalhos, sendo ”Wuda Cuda Shuda” lançado em 2003, um dos grandes destaques desta jornada rumo à piração dos ritmos.

Line Up :
Fred Wesley (trombone/vocal)
Bruce Cox (Bateria/vocal)
Ernie Fields Jr (flauta/saxofone/gaita de fole)
Gary Winters (trompete)
Reggie Ward (guitarra/vocal)
Michael Mondesir (baixo)
Barney Mcall (teclado)

Track List:
”Getcho Money Ready”
”Geek Goom”
”The Ballad Of Beulah Baptist”
”Wuda Cuda Shuda”
”I Love You Like A Brother”
”Can’t Leave It Alone”
”El Paso”
”Andrea”
”Get Down Widcho Baad Self”
”Ernie’s Bag”
”Email For Dad”
”Smooth Move”

Depois de apertar Play nós temos “Getcho Money Ready”, tema que já mostra o diferencial deste disco: a atenção aos metais. Vale lembrar que todos os arranjos eletrizantes que faziam a cobertura dos sons do Parliament-Funkadelic na segunda metade dos anos setenta eram feitos por Fred.

Cidadão que segue conduzindo o groove com a perícia de um detetive procurando por indícios de Funk. Sempre intenso, sem desacelerar, dessa vez com “Geek Goom”, track que destaca o baixo funktástico de Michael Mondesir e o sax endiabrado de Ernie Fields Jr.

Logo na sequência nós temos uma das minhas faixas preferidas do disco, a deliciosa “The Ballad Of Beulah Baptist”, uma das poucas faixas cantadas, mas que vocal! Outra coisa que chama atenção é a história da letra, uma narração hilária e quente sobre um homem que se apaixona por uma mulher randômica, eternizada numa capa de revista! 
Depois de três faixas freneticamente Funkeadas nós temos a impecável faixa título e a pegada tabaco da jamaica de “I Love You Like A Brother”, um reggae pesadíssimo, repleto de atenção ao grave que sustenta o corpo do som e para o vocal de Reggie Ward, ferramenta que sai para dar um rolê quando “Can’t Leave It Alone” entra com moonwalk e tudo pela cozinha da sua casa.
“El Passo” é mais uma jam que aposta no instrumental, mostra os requintes dos teclados de Barney Mcall e já manda inbox para “Andrea”, faixa que merece ser ouvida com toda a atenção. A riqueza de detalhes é ímpar e a flauta de Ernie Fields Jr entra com uma classe digna de subir e pegar um terno.
O funk corre solto agora com a belíssima ”Get Down Widcho Baad Self”, uma das melhores do disco, nessa aí não tem nem como destacar só um nome, a banda toda arrebenta e a cozinha mostra todo o acabamento em inox lapidado no slap. Chegando sempre confiante na condução do groove e mostrando ousadia sempre que possível,  “Ernie’s Bag”, desafia os parâmetros do som que nos faz mexer os quadris e mostra que até uma gaita de fole pode ser descolada.

Trata-se de uma aula de ritmos, arranjos repletos de feeling e uma representação sonora que deixa claro: pra ter aquela acidez no swing o cara precisa sentir. Por isso que sons como “Email For Dad” e “Smooth Move” comprovam o sucesso deste cidadão, aliás, não só dele. Aqui, todos improvisam pela música e possuem aquele sentimento que é o que justifica tanto trabalho por parte dos ouvinte para achar esse disco e mimá-lo na vitrola. Coisa fina.

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