Flea – Helen Burns

Carreiras solo… Sempre me interessei muito em ouvir os discos de algum grande artista que ousasse vôos mais audaciosos e dessa a cara à tapa com um disco de sua autoria. Alguns fazem algo bem parecido com a sonoridade de sua banda de origem, já outros vão lá e mostram uma faceta completamente diferente de tudo que conhecemos.
Dentro da música existem alguns nomes que sempre me despertaram curiosidade para saber como soariam se fizessem um disco solo, algo que para a minha alegria, depois de anos de espera, foi pensado, trabalhado e depois de pronto, realizado por Flea. 

O cara da foto acima é Michael Peter Balzary, ”Flea” para os íntimos. Michael é um baixista australiano conhecido por integrar (e dar uma dose cavalar) do bom e velho groove para seus comparsas de jam no Red Hot Chili Peppers. É justamente por isso que sempre tive toneladas de curiosidade para saber como seria um disco solo do cidadão, mas ”Helen Burns”, EP com 6 faixas, quase todas elas instrumentais e que evidenciam o lado mais Jazzísticos e experimental do baixista, faz questão de nos detalhar como o menino trabalha sozinho.

Line Up:
Flea (baixo/trompete/piano/percussão/órgão/sintetizadores)
Jack Irons (bateria)
Stella Mozgawa (bateria)
Chad Smith (bateria)
Patti Smith (vocal)
Keith ”Tree” Barry (gaita)
Coral (do próprio conservatório Silverlake) dirigido por S. J. Hasman

Track List:
”333”
”Pedestal Of Infamy”
”A Little Bit Of Sanity”
”Helen Burns”
”333 Revisited”
”Lovelovelove”

”Helen Burns” foi lançado no dia 19 de julho de 2012 naquele esquema de ”pague o quanto achar que vale” pelo site do conservatório de música de Silverlake, uma ação que mostra o carinho do músico pela instrução sonora, ideal que mudou sua vida e que, graças a todas essas experiências, serviu de base para que agora influencie as crianças do conservatório e por que não dizer do mundo todo, afinal de contas o slap do cidadão já é um elemento bastante globalizado.
O ponto mais importante neste EP é o trompete. Poucas pessoas sabem disso, mas o primeiro instrumento de Flea foi o metal que fez de Chet Baker uma lenda do Jazz. Tudo ia bem no primo esguio do sax, Flea mostrava-se bastante talentoso nessa ramificação econômica e só foi se perder no groove, pois seu amigo, Hillel Slovak, futuro companheiro de banda e drogas, jogou um verde sobre os poderes de um bom e velho grave. 
Para dar início a esse novo universo criado pelo baixista, surge ”333”, a faixa mais longa de todo o EP. Nesses oito minutos já é possível notar o lado mais jazzístico e eletrônico do baixista, destaque para as camadas embriagantes do trompete e para os sintetizadores que acentuam a experimentação. Logo depois aparece ”Pedestal Of Infamy”, faixa menos eletrônica, recheada por um som mais calmo, contemplativo e um pouco mais cadenciado. A prova viva de toda a liberdade que os músicos envolvidos tiveram durante o processo de composição.
”A Little Bit Of Sanity” é uma expressão mais curta é verdade, mas muito bem trabalhada, nota-se o esmero no tempo da bateria de Stella Mozgawa, um belo aperitivo antes da faixa título do EP e que marca pela gloriosa presença de Patti Smith nos vocais! Depois da única faixa cantada ”333 Revisited” segue o cardápio da jam apresentando o momento mais John Frusciante (eletrônico) de todo o trabalho.
Finalizando o primeiro trabalho solo do hiperativo estapeador de baixos surge”Lovelovelove”, talvez a faixa símbolo deste registro. Destaque para o coral do conservatório de Silverlake e para a adorável gaita de Keith ”Tree” Barry. Um sopro fresco e revigorante de boa música, mais de 26 minutos de uma bela brisa dos ventos. Ventos alísios e ótimas timbragens no groove, claro.

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