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Fiteck lança o seu Novo Sol (2023) com pegada Afro pop, Amapiano e House music!

Fiteck é um jovem artista que faz parte da renovação constante do cenário baiano da cultura Hip-Hop e você precisa conhecer!

FiteckA renovação do cenário baiano do rap é constante e um dos jovens que merecem cada vez mais atenção é o Fiteck. Um artista que em pouco tempo soltou de modo independente muitos singles e EP’s, trabalhando sonoridades contemporâneas e criando um universo lírico onde a sua negritude é abordada através de sentimentos genuínos que envolvem relacionamentos. 

Como muitos jovens negros baianos, Fiteck começou na música através do Rock, com uma banda de metal chamada Hellskull, muito novo ainda por volta dos 13 anos. A paixão pela música nunca o deixou parar de se interessar e pouco depois já no final da adolescência começou a produzir beats, até o ponto de se achar digno para rimar nas próprias produções. Aos 19 anos caiu no primeiro semestre de Administração na mesma sala de Makonnen Tafari e aí começa a tomar contato com a cena do rap feito na sua cidade.

O soundcloud foi sua primeira plataforma de lançamento e por lá lançou EP’s e singles, utilizando como muitos aquele espaço como um teste antes de se lançar em uma plataforma maior. Morador do bairro da Sussuarana desde os 7 anos quando se mudou da Suburbana, aos poucos também começou a tomar contato com o Sarau da Onça e com a Batalha da Onça, iniciativas capitaneadas entre outros pelo poeta e agitador cultural Sandro Sussuarana.  

Sempre inquieto musicalmente, Fiteck transinta por diversos ritmos em seu trabalho, do Plug ao R&B, do Trap a ritmos africanos contemporâneos. Recentemente, Fiteck lançou um novo trabalho que renova sua produção com beats que navegam em uma wave gostosa de Afro Pop, Amapiano e de house music. Trazendo suas experiências como um homem negro, orgulhoso de sua negritude e de um artista inventivo que busca na auto afirmação de seu povo e na transmissão de auto estima, sua missão na música!

Conversamos com Fiteck para saber um pouco mais de sua caminhada e do seu novo lançamento e novos caminhos e projetos, confira abaixo a entrevista!

Oganpazan – Quando você começou no rap e como foi sua chegada dentro da cultura? Quais eram nessa época suas principais influências? 

Fiteck – O meu primeiro contato com rap foi na infância quando meu tio me deu um DVD de hip-hop anos 2000 com vários clipes da época, algum tempo depois um vizinho  estava ouvindo facção central no carro, e eu perguntei para ele o nome da música e era “Eu não pedi pra nascer” pois tinha me impactado e foi ali meu primeiro contato com o rap nacional, minhas primeiras influências eram 50 Cent, B2K ,Soulja Boy, D12, Snoop Dog, Facção Central e Racionais. 

Oganpazan – De onde veio o impulso das suas primeiras composições e quais foram as suas principais dificuldades para começar a gravar?

Fiteck – Minhas primeiras composições foram na infância, eu via os clipes e as músicas dos artistas que eu gostava e tentava escrever baseado em coisas que eu gostava ou que eu vivia, mas nem imaginava a possibilidade de gravar na época. As principais dificuldades que encontrei para gravar as primeiras músicas foram de dinheiro e acesso, não sabia por onde começar nem tinha grana para isso, então comecei captando a voz no celular mesmo e vendo vídeos sobre mixagem até conseguir comprar o meu primeiro mic e ter acesso a um estúdio.

Oganpazan – Porque no seu trabalho, suas músicas geralmente não trazem observações ou críticas sociais e políticas ? Você como um jovem homem negro em uma sociedade onde o racismo e a desiguladade social são as regras, porque suas composições geralmente orbitam sobre amor e relacionamentos?

Fiteck – A maneira que desenvolvi o trabalho sobre minhas músicas é muito sobre como eu me sinto no momento, eu trago esses assuntos nas minhas músicas muitas vezes de forma não direta. Acredito que direcionar o meu trabalho para autoestima de pessoas como eu; pretas e periféricas que sofrem esses problemas sociais a partir do momento que coloca o pé fora de casa é muito mais eficiente e eu consigo sentir o efeito disso com o feedback que chega a mim. 

Oganpazan – Como você pensa que a sua música se insere ou não, na cultura hip-hop, de que modo sua arte e sua postura contribuem com esse movimento que este ano completa 50 anos?  

Fiteck – A minha música sempre foi muito influenciada pela cultura hip-hop e é perceptível essa influência através dos flows, das referências e da maneira que eu produzo, a minha postura como artista dentro da cultura é de trazer autoestima para o meu público, de ser mais um exemplo de pessoa preta que entrega excelência. 

Oganpazan – Você tem muitas músicas e até alguns EP’s no seu soundcloud, porque não os lançou nos seus perfis nas plataformas que remuneram, como o Spotify por exemplo?

Fiteck – Meus primeiros trabalhos foram postados no soundcloud, foi a plataforma onde eu consumia muita música e vi a oportunidade de divulgar minha música lá, na época que comecei eu não tinha o conhecimento de postar nas plataformas, então muito das músicas que só estão lá é mais por esse motivo, porém eu também gosto de soltar algumas músicas somente no soundcloud como forma de carinho para as pessoas que me conheceram por lá. 

Oganpazan  – Quais as principais dificuldades como um jovem artista você vê no cenário de Salvador e da Bahia, para estar tocando nos palcos da cidade?

Fiteck – Mercado.  Salvador é uma ótima cidade para criar, gravar e se inspirar. Mas quando sua música não linka com o pagode ou com o axé, Salvador se torna a última cidade em que o artista deve estar, pois não existe dinheiro ou investimento rolando em outros meios musicais  a não ser que o objetivo do artista seja viver de edital. 

Oganpazan – Agora, sobre o disco, de onde veio a inspiração das sonoridades que você apresenta em Novo Sol, como se deu a composição do álbum?

Fiteck – Novo Sol veio de um momento em que eu precisava de uma renovação musical, queria sair da minha zona de conforto e entregar algo que eu ficasse viciado em ouvir e causar a mesma sensação no meu público. Na época que eu tava começando a produzir, eu tava ouvindo muito afrobeat’s, amapiano e house em geral, logo eu percebi que era isso e me joguei. A composição do álbum veio como eu sempre trabalho minhas composições, entrego minhas vivências e o que eu estou sentindo sem medo.

Oganpazan – O disco traz muitas parcerias, como elas foram construídas, e o que você sente que eles trouxeram para o disco? 

Fiteck – As colaborações de Novo Sol chegaram como o encaixe perfeito, eu estava consumindo os estilos de música que citei na pergunta anterior e as pessoas que estão no álbum também, Zamba me mandou uns beats para eu experimentar, Cabral me mandou outros, PretoEterno me mandou mais uns e foi saindo e maneira natural e sincera.

Oganpazan – Qual o seu principal objetivo com esse novo lançamento e como tem sido a repercussão do trabalho entre o seu público? E quais os próximos passos? 

Fiteck – O principal objetivo que tenho com Novo Sol é fazer o máximo de pessoas possíveis sentir o que eu senti quando ouvi ele pronto a primeira vez, é um trabalho onde me entreguei bastante e sinto que muita gente merece ouvir. A repercussão foi muito boa pois muitas pessoas estavam na expectativa do meu próximo disco, e eu me senti muito feliz com os feedbacks e a recepção do público  após o lançamento, os próximos passos são os clipes do álbum. 

Oganpazan – Para finalizar, você Liz Kaweria e JxKv tem uma ligação muito forte e muitas músicas juntos, como se deu essa construção e o que é Depois da Madrugada?

Fiteck – Liz e Jxkv são pessoas que a música colocou na minha vida, tipo uma benção. foi o encaixe perfeito, não sei como seria sem eles, pois a maneira que nós trabalhamos na Toca do Urso (estúdio de Jxkv) é muito fluida e as coisas acontecem. Vou ser eternamente grato. Depois da madrugada é um projeto onde eu, Liz, Jxkv e Teka juntamos as pessoas mais geniais que conhecemos para entregar um trabalho diferenciado para nosso público, ainda não podemos falar muita coisa.

-Fiteck lança o seu Novo Sol (2023) com pegada Afro pop, Amapiano e House music!

Por Danilo Cruz 

 

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