Oganpazan
CD's, Head Hunters, Herbie Hancock

Fagocitando o Black do Herbie Hancock & o Groovy dos Head Hunters

Quando a pressão sobe mas ai seu corpo decodifica que foi você que caiu. Depois que o cérebro já entra em pleno estado de confusão mental, mas você acha daora. Logo após sua mente começar a registrar devaneios ácidos, impossíveis mas ainda assim… Interessantes?!
Aquele momento onde o ritmo toma conta de tudo, faz você querer prestar atenção em todos os factos e no fim apenas direciona mentes com bússolas desconexas a se perderem em nada, por nada, andando por ai como um fritador qualquer, batucando cada linha Funky que segue e sucede, e quando acaba, olha para o chão aflito com os rastros de… Swing! E claro, seus neurônios que ficaram pelo caminho do Fusion-Funkeado.
Quando você notar que todos esses sintomas estão aparecendo não chame um médico, relaxe. Saiba que o pior que pode acontecer é ver seu cérebro escorrendo entre os dedos, mas a perda de massa encefálica ainda é válida, o caminhar cintilante de camadas jazzísticas ainda manda um padrão para sua mente, a perda total ainda está sob controle.

Substâncias perigosas:
”Chameleon”
”Watermelon Man”
”Sly”
”Vein Melter”

Você está apenas andando no ritmo do riff de ”Chameleon”, quando você fazer o air drumming das viradas bateiristicas, ai sim quer dizer que temos um problema. No mais, siga revendo as camadas, as auroras do baixo, o tilintar do acabamento em cordas e o sussurrar das percussões nocivas ao elemento racional.

São 15 minutos de cirúrgica maestria Jazzística. Se você está acordado após essa baforada de diferentes substâncias em emulsão sonora, o próximo ato é esperar pelo ”Watermelon Man” e suas passagens faraônicas, com pouco mais de sete minutos adventistas e que comprovam o funcionamento correto de um corpo, caso ninguém apague.
Essas notas ficaram na conserva, o fluxo de consciência instrumental acabou criando algo que é mais forte do que a própria ideia. A maturação de conceitos em notas musicais conseguiu elevar uma fermentação explosiva e que solta faíscas em toca discos, mas que mesmo assim é improvisada nem que seja com soldas, para que o mundo possa sentir o véu de seda e seus slaps que não explicam nada, mas que com dúvidas, nos fazem ver que este som é apenas uma trilha para o funcionamento mais básico de suas missões corpóreas.

Laboratório:
Herbie Hancock (piano/sintetizadores/teclado)
Benny Maupin (saxofone/clarinete/flauta)
Paul Jackson (baixo/percussão)
Bill Summers (percussão)
Harvey Mason (bateria)

”Sly”, grande pilar dessa construção abstrata, é o que mais causa complexos. As ondas se chocam com uma percussão que tenta levar o sentimento para um lado. O instrumental nota e joga o verde pra não resetar os corpos celestes, mas o piano, ah o piano…

Ele entra com o riff e o sax assovia a insanidade. Os sintetizadores cravam a decisão e a percussão sai… Mas a homenagem a um dos nomes de maior prestígio no cenário Black Power prevalece, mesmo que a essa altura você nem sinta mais nada, saiba que foi Sly Stone que inspirou essa absorção de Morfina.

A trama tem vontade própria. A brisa bate. O Black sente que a estrutura se alterou mas não desiste, ruma para as profundezas, e veja só, ainda reencontra as origens aborígenes do caldeirão de palmas em congas. A parte ”A” desta homenagem para a família Stone atiça os ossos. A ideia segue uniforme, nada se fragmenta, apenas os efeitos da audição, algo que varia entre os ouvintes mais experientes ou não, como diria Caetano Veloso (ler a bula).

O sax sobe e desce, o teclado explora todos os cantos da parte branca (ying) e da enegrecida (yang), mas a fusão nesse caso é ignorada, o resultado é um todo mirabolantemente complexo que leva a uma senhora confusão.

São indicadores rebolativos altíssimos para os padrões da época (1973), e que até hoje ecoam incertezas sobre efeitos negativos em seu uso, tudo em meio à ruídos que nos remetem ao último check point do Mario e a suíte que impede que (ao menos alguns senhores), não entrem em colapso.

Sendo que”Vein Melter”, comprova que pelo menos os músicos que criaram todo esse mítico ensaio sobre os poderes da exploração do cerne negro sabiam o que estavam fazendo (ou narraram a alquimia do efeito desses acordes para alertar o twin, não se sabe ao certo). Registrando com exatidão e maestria, toda a força do Funk depois que este para de ser quadrado, mas também sem assumir sua forma específica, tornando-se uma massa que apenas se adapta…

Herbie Hacock foi quem chefiou as pesquisas com groove em célula tronco e veja só o que saiu em vinil… A massa se adepta a tudo, faça os testes ao longo de sua vida e fique esperto, broto: Se o Herbie Hancock não paga indenização, não espere que este resenhista-guerrilheiro-cósmico compre o seu Diazepam em virtude do uso excessivo deste estupefaciante.

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