Oganpazan
Destaque, Macrocefalia Musical

O violão alegórico de Jards Macalé

jards-macalé

Além de ser por si só um dos grandes maestros da música popular brasileira, Jards Macalé é um figura fundamental e que se relaciona de maneira central com alguns dos desdobramentos mais fascinantes do groove brasilis.

Foi a partir de Jards Macalé que conheci o trabalho de Naná Vasconcelos, Moreira da Silva, Gal Costa, Lupicínio Rodrigues, Capinam, Waly Salomão, Clara Nunes, Maria Bethânia, Paulinho da Viola, Tutty Moreno, Lanny Gordin e Caetano Veloso, isso só para citar alguns nomes.

Sua música fascina-me desde o primeiro momento em que a tive nos fones de ouvido. A cada disco, o compositor carioca parece criar obras tão desafiadoras e arrojadas que se ele fosse um diretor de cinema, suas películas iriam borrar os limites da tela.

Com mais de 60 anos de carreira, o habilidoso violonista é o signo de uma música com estética própria, completamente alheia a comparações. Não existe nada remotamente parecido, existe apenas o Jards Macalé, altivo arranjador e musicista de diversas camadas. Hora pintado como um artista exótico ou maluco beleza, poucas vezes é exaltado pela ousadia estética de suas ideias e por sua capacidade ímpar de fazer música, seja ela qual for.

Macalé é multifacetado, é também ator e compositor. No seu violão, diversos estilos e ideias encontram um lar doce lar, sempre prestes a amplificar o violão alegórico do tijucano. Jards é dono de uma poesia metafórica, capaz de tocar os seres humanos nos seus pontos mais sensíveis. 

Seu idioma versa de muitos lugares – desde o cinema novo até o Jazz –  mas a grande questão não são as referências e sim as interferências que Jards é capaz de promover. Entre Valsas, foxes e Samba, o som se metamorfoseia junto de letras que juntas desconcertam ouvintes ao primeiro contato, sempre desconstruindo rótulos até que sobre apenas o som, puro e absoluto.

Com um conhecimento teórico sobre música bastante aprofundado, é válido ressaltar que Jards fez aulas de orquestração com o Maestro Guerra Peixe. Ao lado do produtor Almir Chediak, gravou diversos songbooks fundamentais para a preservação da música popular, como o Songbook do Ary Barroso, por exemplo.

Felizmente, na última década e meia sua música finalmente tem sido redescoberta, o que gerou um renovado interesse em sua obra. Foram lançados excelentes boxes, como o “Anos 70” (2016), com 4 discos repletos de raridades e o “Ao Vivo” (2018), com 5 CD’s formados por gravações ocorridas entre 1977 e 1983. Além dos lançamentos em CD e vinil, surgiu também o livro brilhantemente escrito pelo jornalista Fred Coelho, intitulado “Jards Macalé – Eu Só Faço O Que Quero“, lançado em 2020.

Muito desse intesse surgiu em função do trabalho da Diretora de Cinema Rejane Zilles, esposa de Macalé, responsável por capitanear os diversos projetos que apareceram na vida do cantor – seresteiro de mão cheia – nos últimos anos.

Um indicador claro dessa verve criativa é que nos últimos 4 anos, Jards lançou 2 discos de estúdio (“Besta Fera” em 2019 e “Sintese do Lance”, com João Donato, em 2021). No ano de 2023 – que marca os 80 anos de carreira do compositor – também espera-se um novo disco de estúdio e quem sabe uma terceira nomeação seguida ao Grammy Latino. Já consigo imaginar o Jards pedindo música no Fantástico. Seria épico.

É muito bonito ver todo esse movimento acontecendo, principalmente por que ele acontece em vida. Ao ouvir a música de Jards, percebe-se um ânimo renovado – não apenas em função das colaborações ao lado de músicos mais jovens – mas também com relação às oportunidades que aparecem para o compositor num volume muito maior do que outrora. 

Torço para que o amigo do Paulinho da Viola grave por muitos e muitos anos. Sua música é um catalizador de referências que parece estar sempre em órbita ao redor dos corpos celestes que o complementam. É impossível ouvir seu dedilhado e não encontrar novos caminhos. Eu encontrei e encontro sempre que procuro por seus discos.

De Noel Rosa até Luiz Melodia, partindo do Elton Medeiros e chegando no Johnny Alf, todos os caminhos da música parecem apontar para o Jards Macalé. Que sorte a nossa! Em entrevista ao Oganpazan, o criador desses e tantos outros universos fantásticos fala um pouco sobre sua vida, elucida detalhes valiosos sobre sua carreira e obra, além de falar da importância da linguagem para a história da música brasileira.

Jards Macalé, senhoras e senhores.

1) Jards, quando falamos em 2019, você comentou sobre as aulas de orquestração que fez com o Guerra Peixe e eu lembrei muito disso quando apertei play nesse disco seu com o João Donato, o “Síntese do Lance”. Como vocês abordaram esses arranjos na hora de compor e gravar?

Esses arranjos foram feitos pelo Marlon Sette, que é o trombonista que tocou no disco, além de fazer os shows com a banda também. Aqueles arranjos ali surgiram muito em função do João, por que ele tem essa relação forte com a música afrocubana. Eu fiquei entre a Bossa e o Samba – esse Samba-Louco – e o resultado é a soma que você escutou no disco.

E ao vivo também.

Principalmente ao vivo. Esse show mostra como essa soma foi muito saudável.

Eu gostei muito da distribuição dos instrumentos. Trombone, trompete, baixo acústico. A sonoridade que vocês conseguiram conquistar em estúdio é expandida ao vivo de um jeito muito confortável pelo grupo que acompanha vocês dois.

Vou te contar, viu, Guilherme, tava uma coisa macia. Tinha eloquência, é música mesmo. Acho que o resumo desse trabalho é isso: são 2 músicos brincando de fazer música.

Eu achei interessante como os arranjos também valorizam a participação do grupo. Não é só mero acompanhamento.

Não, de maneira nenhuma, ali foi uma reunião de músicos com músicos. É um relato da nossa relação não só como instrumentistas, mas também como amigos.

2) Jards, esse disco promove uma fusão muito bonita entre sua linguagem popular e a do Donato, com esse toque da linguagem afrocubana. O que você pode falar sobre isso? Como foi trabalhar com um músico de repertório tão rico como o Donatão?

É uma linguagem popular, com certeza.

Sim, claro.

Mas ela é altamente sofisticada. Eu sempre adimirei o Donato. Sempre, desde que eu comecei a tentar fazer músico, com 16/17 anos. Quando eu me liguei no que os músicos chamavam de Bossa Nova, um dos músicos que me chamava mais atenção era o Donato. 

É claro que existe uma cadeia nessa história toda. O João vem dessa linhagem do Johnny Alf e ele influencia o Tom Jobim. Ele chamava ele de mestre, professor e tal. Aliás, existe uma ligação forte  do João Donato com o João Gilberto, eles eram amigos mesmo e uma das primeiras músicas que eu busquei aprender, tocando no violão, foi justamente “Minha Saudade”, que era uma música do Donato, mas com letra do João Gilberto.

E aí, quando eu me vi frente a frente com o Donato de fato, além de ter sido muito influenciado por ele e nutrir também uma profunda admiração, pô, teve uma coisa de finalmente rolar um som juntos.

Óbvio que vocês tiveram vários projetos no caminho, mas acabou demorando pra esse encontro acontecer.

Antes tarde do que nunca. 

São novos caminhos musicais. 

O João me abre novos caminhos. O balanço, a batida, a experiência que ele possui de tocar mais afrocubano… Eu sou mais Samba e sei lá o quê. Essas referências juntas resultaram numa coisa bacana.

É um disco muito leve.

3) Jards, como você vê o samba funcionando como um grande fio condutor criativo na sua linguagem musical?

Desde o início eu estive perto do Nelson Cavaquinho, Nora Ney, Cyro Monteiro e do próprio João Gilberto. Então, eu sempre tive próximo ao Samba mesmo. O Paulinho da Viola, por exemplo, é um grande amigo.

Subi várias vezes o morro pra ouvir o Cartola, ali na mangueira. o Nelson subiu o Estácio pra estar com o Luiz Melodia – que também é um grande sambista – enfim, essa mistura toda foi o resultado da minha busca própria por um som que eu pudesse sintetizar essas influências todas.

Estive perto também de Severino Araújo, regente da Orquestra Tabajara, que era meu vizinho. Eu frequentava a casa dele e tudo. O Chiquinho Araújo, filho dele, que me apresentou. Cheguei a dar canjas na Orquestra Tabajara tocando tamborim! (risos)

Que barato!

Mas tudo isso para aprender, Guilherme, para aprender!

Sim você estava estudando a linguagem.

E tinha a questão de estar no meio dos músicos. Os músicos possuem uma linguagem muito pessoal. Cada um tem uma língua que alimenta o outro.

4) Jards, você estava falando sobre o Samba e tem um disco marcante na sua carreira, o “4 Batutas e 1 Coringa”, lançado em 1987. Nele você revisita o repertório do Paulinho da Viola, Lupicínio Rodrigues.

Geraldo Pereira e Nelson Cavaquinho.

Sim e é um material muito rico. Esses dias estava falando com um amigo sobre a importância da preservação da memória da música brasileira e essa questão dos songbooks acabou vindo a tona. Na primeira entrevista que fizemos, lembro de você falar dos songbooks que você fez ao lado do Almir Chediak. Queria que você falasse sobre a preservação dessa memória.

Sim. Na verdade eu participei de 11 Songbooks e aí eu pude passear por Dorival Caymmi, Tom Jobim, Ary Barroso, Braguinha, puxa, foram tantos! Ainda cheguei a fazer outro com o Ismael Silva. Lembro que ao mesmo tempo fiz muitos shows temáticos durante essa fase também.

Fiz um show no Museu do Telefone e Telecomunicações, tocando apenas as composições do Antônio Maria com outros cantores. Esse trabalho promove uma grande viagem dentro de cada material que existe e está intocado.

Em 2020 o Sergio Krakowski, música brasileiro radicado em Nova York me chamou pra gravar Zé Ketti, por causa das celebrações dos 100 anos que ele completou recentemente. 

Só que antes disso, você não ouvia muita gente falar sobre o Zé Ketti. Aí vem um cara e me chama pra gravar esse repertório em Nova York… Quer dizer, isso é uma loucura!

Isso é muito maluco. Estava falando sobre isso com um amigo. A Far Out Recordings faz muito isso com os lançamentos de discos de música brasileira. Você acha que a gente precisa que um inglês venha para o Brasil pra pegar o negócio e levar pra lançar fora? Isso mostra um pouco de como as coisas acabam ficando meio largadas por aqui e dependentes de iniciativas como essa.

Agora com Spotify, Deezer e etc e tal, se você parar pra pensar, eles funcionam como verdadeiros dicionários de música. Não tem tudo é claro, mas te possibilita pesquisar e buscar. Eu adoro a orquestra do Stan Kenton e conversando com o Donato, soube que ele tocou na orquestra, lá por 1960 e tal. Essas ligações são muito interessantes. 

Lembro que quando falamos, você falou sobre gravar um material tocando Luiz Melodia.

Sim e Itamar Assumpção também. Eu tô trabalhando nisso aos pouquinhos. Perdi a pressa. 

5) Jards, como foi o processo de composição e gravação? O disco teve espaço pra improvisação?

A gente foi fazendo no próprio estúdio. A ideia do disco era que eu e João Donato fizéssemos um trabalho juntos. Eu fazia uma música e ele a letra. Ele fazia uma música e a letra fica por minha conta e tal. Isso só se concretizou no “Côco Taxi”.

Que é um dos singles.

Sim, ele me mandou o tema. Eu acabei andando nesse triciclo também. É um negócio que eles tem lá em Havana. É um côco que fica em volta do triciclo. É como se fosse um riquixá cubano! (risos).

Essa música ditou um pouco do ritmo. Depois eu fiz mais 2 temas instrumentais para que o Donato pudesse ficar a vontade e improvisar, se reinventar. Isso aconteceu na faixa “João Duke” e na “Lídice”, que é a última música do disco.

Ronaldo Bastos fez a letra para “O amor vem da paz”. A Joyce Moreno fez a letra para “Um abraço do joão”. A coisa foi tomando forma no estúdio mesmo lá em Araras. Nós ficamos lá 10 dias juntos e o interessante é que o espaço tinha sua própria pousada, então o estúdio ficava a poucos passos da casa.

Foi uma grande imersão.

Eu diria que foi uma improvisação que acabou tendo uma formato, mas foi o resultado da soma de todos os improvisos.

É um conversa bem franca, vocês colocam os elementos na mesa e vão versando.

É isso mesmo.

6) Um elemento bastante presente nesse disco é o swing. O que você pode dizer sobre essa capacidade que a fusão de ritmos brasileiros possui em termos de oferecer possibilidades diferentes para criar grooves, algo que nessa colaboração é interessante, pois você apresenta sua vivência no Samba e o Donato complementa isso com as experiências dele.

O Donato é um grande sambista também. Esse blend que ele encontrou com a música latina tem um balanço incrível. E é tudo muito sutil. Quando eu fiz “João Duke”, foi justamente pra tentar ligar ele ao Duke Ellington. Essa questão do piano econômico e tal que o Tom Jobim também herdou do João Donato e do Jão Gilberto.

É uma mistura, um caldeirão, rapaz.

É um som quente.

Sim e esse caldeirão é alimentado por toda a música brasileira. É a criação de uma assinatura.

Sim, você escuta e sabe que é Donato tocando.

Assim como o João Gilberto, você ouve e na hora já sabe.

7) Jards, gostaria que você falasse de uma gravação célebre que você fez ao lado do Naná Vasconcelos, que acabou se transformando no disco “Let’s Play That” – gravado em 1983, mas que foi lançado apenas em 1994. O você pode comentar sobre esse momento?

É um disco de improviso do iníncio ao fim, fizemos uma Jam session no Estúdio Transamérica e o resultado é o que você escuta no disco, tanto que começa com uma versão de “Let’s Play That” e termina com outra versão da mesma “Let’s Play That”, sendo que uma é mais e outra menos extensa.

Eu entrevistei o Naná em 2014 e até hoje a família dele tá com diiculdade pra fazer o museu dele lá em Recife.

Essas coisas são complicadas, rapaz. O meu acervo aqui já está organizado, até conseguimos fazer um trabalho bem legal com o Itaú Cultural, que foi a ocupação Jards Macalé.

Eu lembro disso, foi em 2014.

Sim e depois dessa ocupação o acervo voltou aqui pra casa e desde então estamos tentando algum outro espaço para guardar ou expor. É difícil fazer um instituto. O João conseguiu fazer o Instituto João Donato, por exemplo, mas esse caminho todo é difícil.

Acho complicado por que conforme passa o tempo, fica cada vez mais difícil. 

É muito complicado carregar toda a sua vida nas costas.

E a carreira de vocês é muito longeva, isso deve tornar o desafio mais complexo.

Exatamente.

8) Jards, queria que você falasse um pouco sobre a importância da metáfora para a música brasileira. Pergunto isso não em função do apelo poético, mas da força que esse recurso tem na suas letras e também no trabalho de outros compositores. Vocês utilizam esse artifício de um jeito muito interessante, pois extrapola a própria linguagem e eu acho isso formidável.

Eu sou um cara metafórico. Isso acontece por conta dos meus parceiros que foram poetas altamente metafóricos, como o Waly Salomão, Capinam, Glauber Rocha, enfim. A música “Coração do Brasil”, que teve aquela gravação em contraste que o Monarco abre cantando… Na verdade eu fiz essa com o diretor de cinema Nelson Pereira dos Santos, pô, o tema é dele e a música é minha.

Não sabia disso.

Você não sabe por que eu falei para o Nelson que ia colocar o nome dele na parceria. Ele disse na hora: não faça isso, não! O cinema já me basta, é tudo muita confusão. (risos) 

E a metáfora é a grande verdade, Guilherme, é o prenúncio da coisa toda. E também as grandes explicações surgem por meio das metáforas. A bíblia está cheia de metáforas e tem muita gente que acredita.

Tem muita gente que não entendeu também e diz que leu.

Na verdade não entenderam nada! 

9) Jards, gostaria que você falasse sobre o Banquete dos mendigos. Penso que esse tópico é extremamente atual, até em função dos tempos negros que vivemos nos últimos anos com o Bolsonaro na presidência. Como foi orquestrar um projeto desse tamanho num período de repressão tão intensa?

Aquilo foi uma junção benéfica. Eu ia fazer um show em meu autobenefício. Digo isso por que a gente fazia muito show em benefícios dos outros naquela época. Toda hora tinha uma entidade. Tinha a OAB, colegas nossos que precisavam de ajuda e coisa e tal.

Eu resolvi fazer esse show e aí passei no Museu de Arte Moderna (MAM), e ia acontecer uma comemoração do 25° aniversário da Declaração dos Direitos Humanos. O Diretor da Cinemateca na época era amigo meu (Cosme Alves Neto) e ele falou: por que você não aproveita e alia esse show à comemoração da ONU?

Eu falei que tudo bem, enviei a proposta para os coleguinhas, eles aceitaram, colocaram mais de 3 mil pessoas num lugar que mal cabiam 800 e nós fizemos o show.

Escolhemos os nomes mais barra pesada para o espetáculo e aí o negócio virou um manifesto subversivo. O povo urrava de felicidade, mas na hora de sair do museu, a policia tinha cercado tudo e eles só não arriaram o pau na gente por que pô, você já imaginou bater no Diretor da ONU no Brasil? Ainda mais durante a comemoração? (risos)

Ia dar uma leve confusão.

Pra explicar ia ser foda! Foi uma vitória. Foi a primeira vez que se falou abertamente sobre isso num show. Foi um negócio muito forte.

E tem o lance que o vinil só saiu em 1979.

Sim, ele foi feito em 1974 e foi proibido em todo território nacional. Foi liberado só em 1979.

Depois de muito desenrolo provavelmente.

Foi uma abertura muito lenta, ali já estávamos na era Ernesto Geisel. Era uma abertura lenta e insegura.

Você falou disso e eu lembro do LP “Aprender a Nadar”, que saiu em 1974. O nome do disco é justamente por que vieram lhe fazer uma visitinha, né?

Sim, eles perguntaram se eu sabia nadar. 

10) Pra fechar, Jards, eu conheci sua carreira no começo dos anos 2000. De lá pra cá dá pra fazer uma linha do tempo muito interessantes com diversos lançamentos. É claro que teve um interesse renovado no seu trabalho, principalmente no sentido de revisitar suas gravações. Queria entender como que está sendo essa última década e meia. Óbvio que você nunca parou, mas sinto que nos últimos anos mais oportunidades surgiram pra você fazer música e ter contato com um novo público também.

Isso é incrível. Eu vejo aqueles jovens todos me ouvindo, buscando escutar de fato e com uma admiração tão limpa e pura que me emociona. Ao mesmo tempo eu sou um deles. Eu sou o meu público, porra! 

E sobre esse revigoramente do trabalho, isso ai você tem que dar o crédito para uma pessoa que me dá não só a infraestrutura, mas também muito carinho e amor, que é a minha companheira, a Reja Zilles. Ela que me ajudou a retomar essa energia e vontade de fazer as coisas.

E como anda sua relação com o violão nesses últimos anos? Você se vê mais como compositor ou cantor? 

Rapaz, vou te dizer que já não sei mais o que faço. O que faço é música, como diz o título do disco de 1998.

Muito obrigado, Jards, é sempre um prazer inenarrável.

Muito obrigado meu irmão, agradeço por sua atenção e pelo estudo.

Que isso, é sempre uma honra.

Obrigado, Guilherme, até a próxima!

Eu que agradeço, Jards!

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