Dizzy Gillespie & Trio Mocotó

Dentro do meu ainda pífio, raso e não muito fluente conhecimento Jazzístico, posso assegurar (pelo menos sobre o resenhado a seguir), que trata-se de um dos maiores nomes do gênero e que sem este ser no meio dos metais, o estilo não teria se desenhado da forma que ouvimos e sentimos hoje e outrora.
Sem mais delongas, declaro que o músico em questão é o grande Dizzy Gillespie, o trompete mais fervoroso do Bebop, instrumento que caiu nas graças de meu fones não só pela destreza de seu fraseado sob panos Jazzísticos, mas sim por sua proximidade com os ritmos caribenhos, toques mais afros, que além de colocá-lo dentro de um lugar único dentre seus ”concorrentes”, o deixou livre para registrar trabalhos que são grandes rupturas sonoras.

Culminando em uma música realmente sem fronteiras, com registros realmente incríveis e que acima de tudo comprovam que um músico com mente aberta rende muito mais. Não ha nada igual a uma surpresa e a maior delas (acredite se quiser), foi gravada em terras plenamente brasileiras meus amigos e o resultado só os fortes compreendem, no fim das contas é um Jazz-Samba-Rock que à princípio parece até mentira, Dizzy Gillespie rachando o assolha com o Trio Mocotó.

Line Up:
Dizzy Gillespie (trompete)
Al Gafa (guitarra)
Earl May (baixo)
Mary Stallings (vocal)
Mickey Roker (bateria)
João Parayna (percussão)
Nereu Gargalo (percussão)
Fritz Escovão (cuíca)

Track List:
”Samba”
”The Truth”
”Dizzy’s Shout”
”Evil Gal Blues”
”Behind The Moonbean”
”Rocking With Mocotó”

Essa gravação é absolutamente desconhecida do grande público, admirador não só de Jazz, mas das obscuridades nacionais. O registro é oriundo de uma passagem de Dizzy pelo Brasil em agosto de 1974. Aparentemente o músico viu do que o Trio Mocotó era capaz e, fazendo jus ao seu trompete visionário, correu para o estúdio Eldorado e registrou seis takes com este forte condimento na Jam, unindo seu Bebop ao som fervilhante do trio tupiniquim.

O único problema é que o disco foi arquivado e a fita da gravação só reapareceu em 2008 viabilizando até um edição em disco que foi lançado no início de 2011 via Biscoito Fino. São 45 minutos de uma cozinha pra lá de ácida, elementar no bom gosto, swing e cumprindo a difícil tarefa de acompanhar a síncope Gillespiana.
Não sou fã de Samba, muito menos Samba-Rock, mas o resultado é tão bom que você acaba sendo atraído pelo todo. É algo inédito, cheio de sentimento e com passagens instrumentais poderosíssimas, que para não falar que foi todo levado no gogó instrumental, apresenta um inspiradíssimo vocal em ”Evil Gal Blues”, requintado por Mary Stallings. Fantástico, resgate sem igual, parabéns tanto para a Biscoito Fino como para Jacques Mayal, o responsável por recuperar essa gravação.

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