Podemos perceber que esse trabalho com o parceiro Yago e os freestyles vem desenvolvendo suas ideias e concepções estéticas, fazendo do single Dizer 6 uma curiosa carta de intenções.
Os números são neutros, não possuem nada além da quantificação, possuem apenas a possibilidade de determinar uma quantidade, medir um terreno, etc. Já a qualidade depende da intensidade, do sabor, do prazer, da harmonia, da melodia e é nessa relação entre quantidade e qualidade, que o rapper define suas posições.
Não são apenas 16 ideias, mas o beat, o flow e o conteúdo tem no mínimo 16 quilates de pureza. O trocadilho é com a matemática e com a ética, presença e progressão, da unidade para dezena (Dizer 6 = 16) e a luta é pra chegar nas centenas e quem sabe nos milhares e milhões, o caminho é o infinito (16 = Eu não vou desistir = Infinito).
Sabe-se que Pitágoras considerava os números como puras formas, como essências do universo e a matemática era o tema-mãe (Mathema). Havia um forte caráter religioso na apreciação dos números por parte dos pitagóricos, que passados os milênios hoje não mais representam essa concepção e caráter metafisico. Ciência e religião ao longo da história do ocidente foram progressivamente se separando, quando não, demarcaram uma forte hostilidade entre os campos.
Mas música é numero, e o velho filósofo sabia disso, música é adoração do numero, mesmo que não se saiba. E é interessante notar como as coisas se encontram em pleno século XXI. Dizer 6 do 16 Beats é uma música composta evocando uma quantidade em disputa entre o bem e o mal, entre a harmonia que todos buscamos e as forças irracionais que destroem aquela.
Entre a concepção moderna dos números neutros e a pitagórica, 16 Beats desenvolve sua marca, seu numero sagrado, suas 16 maiores esperanças para um futuro melhor. Desejamos força para ele seguir na caminhada e nos juntamos ao culto do número proposto: 16 Beats.