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10 discos ao vivo subestimados pela crítica – Parte 1

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Quando se fala em discos ao vivo é muito comum que trabalhos como “Made In Japan” (Deep Purple – 1972) ou o clássico do The Allman Brothers, “At The Fillmore East“, lançado em 1971, venham a mente.

Além desses registros fundamentais, é claro que existem grandes lives que infelizmente não puderam gozar da mesa fama. Por isso que o Oganpazan preparou uma lista com 10 discos ao vivo que, apesar de não serem tão badalados, merecem tanta atenção quanto a sua cópia do “Frampton Comes Alive” (1976). 

Top 10 discos ao vivo subestimados pela crítica

1) Buddy Miles –  “Live”

Lançado em 1971, esse registro solo do baterista é um dos maiores exemplos da força que o Funk representa, ainda mais quando captado por um time de metais e uma cozinha desse nível.

Famoso também por ser um item raro na coleção de qualquer fã do Buddy Miles, esse LP foi um dos registros do baterista soul man que nunca recebeu um relançamento. LP duplo , esse trabalho mostra como Buddy Miles definitivamente merecia mais. A versão de “Down By The River” é belíssima e o trabalho de capa/design gráfico com artes do mestre Mati Klarwein é magnífico.

2) Eumir Deodato – Live At Felt Forum

Gravado no Madison Square Garden Center, no dia 20 de abril de 1973 e lançado em 1977, esse disco mostra a força do riquíssimo repertório de um dos maiores músicos brasileiros de todos os tempos.

Recheado com composições do nível de “Do It Again” (Steely Dan) e temas exuberante, como “September 13” (em parceria com Billy Cobham), o arranjador pega o embalo da fase “Deodato 2” (1973) e malha o Jazz-Funk. Na década de 70 poucos músicos foram tão regulares e certeiros quanto Deodato. Inclusive, o Oganpazan entrevistou o midas de vinil e a matéria completa você confere aqui.

3) Brecker Brothers – Heavy Metal Be-Bop

Uma amostra contundente do que acontecia toda vez que os irmãos Randy e Michael Brecker se encontravam nos estúdios, “Heavy Metal Be-Bop”, lançado em 1978, assusta pela potência da dobradinha de trompete e sax da dupla.

Um dos lançamentos de maior sucesso durante os anos 70, dentre toda a onda Fusion/Funk que rolava nessa década, a dinâmica explorada pela dupla contava com músicos do calibre de Terry Bozzio (Frank Zappa), além de uma dinâmica instrumental que mesmo nos anos 2000 ainda soa a frente de seu tempo.

4) Billy Preston – Live European Tour

Primeira gravação ao vivo de Billy Preston, “Live European Tour” foi lançado em 1974 na europa e no Japão. Registro da fase em que o músico abria os shows do Rolling Stone na europa (em 1973), esse vertiginoso Rock com pitadas de Soul e R&B ainda conta com Mick Taylor nas guitarras, além do trio que acompanhava o músico na época, o “The God Squad”.

5) Al Di Meola/John McLaughlin/Paco de Lucia – Friday Night In San Francisco

Uma gravação acústica capaz de reunir 3 dos maiores mestres do nylon? Sim, “Friday Night In San Francisco” coloca Al Di Meola, McLaughlin e Paco no mesmo cômodo, mostrando um repertório que além da virtuose, valoriza o precioso interplay (interação) que o trio possuía. Tocando arpejos de nível celestial, esse disco mostra, não só um nível técnico intergaláctico, mas também evidencia que Paco de Lucia, mesmo ao lado desses monstros, reina soberano, com seu flamenco infalível. 1981… Nem faz tanto tempo assim.

6) Frank  Zappa – Zappa In New York

O Frank Zappa sempre teve uma boa relação com o Palladium. Quer uma prova disso? Escute “Zappa In New York”, disco ao vivo gravado em 1976 e lançado apenas 2 anos depois, já em 1978.

Com a presença de músicos fundamentais para a carreira do guitarrista nos anos 70, desde Ruth Underwood até Terry Bozzio, esse duplex ainda contou com a presença dos Brecker Brothers e ressignificou o conceito de Jazz Fusion que Zappa criou a partir de diversas linhas de Big Band que alimentaram seus principais lançamentos da década de 70.

Menção honrosa para o trabalho do guitarrista Andrew Belew, cidadão que além de tocar com o Zappa, também possui colaborações com grupos como Talking Heads e um certo David Bowie.

 

7) Go – Live From Paris

Supergrupo formado pelo percussionista e tecladista japonês Stomu Yamashta, o Go foi um dos projetos de Jazz Fusion mais loucos dos anos 70. Com a presença de nomes como Al Di Meola, Steve Winwood e Michael Shrive, o projeto teve vida curta, conta com apenas 3 discos em sua discografia, mas a qualidade é no mínimo diferenciada.

Vale lembrar que esse disco foi o sucessor do debutante homônimo, lançado no mesmo ano e que a banda ainda voltou para o estúdio em 77 para gravar o também competente “Go Too”, última gravação do projeto.

Não se sabe ao certo o motivo do grupo ter optado por encerrar as atividades, mas a banda ganhou novo fôlego, tudo graças a relançamentos recentes. Um som desses não pode ser esquecido, os discos de estúdio são soberbos, mas esse ao vivo gravado no Palais Des Sports no dia 12 de junho de 1976, esse realmente não pode passar batido. Os climas do marfim do Stomu Yamashta são memoráveis.

8) Dave Mason – Certified Live

Dave Mason é um daqueles caras que estava no lugar certo, na hora certa. O americano não só foi um dos fundadores do Traffic, como ao longo de sua prolífica carreira ainda tocou ao lado de nomes como Eric Clapton, Jimi Hendrix, Fleetwood Mac, Michael Jackson… Acredite, essa lista é praticamente infinita!

Com um approach venenoso na guitarra, Dave fez um Rock primoroso, cheio de balanço e em “Certified Live“, LP duplo lançado em 1976, eterniza toda a sua técnica e estilo econômico com um uma facilidade que tornou-se sinônimo de seu nome. Preste atenção no trampo de teclas do Mike Finnigan!

9) John Mayall – Jazz Blues Fusion

Apenas um dos diversos e também seminais registros ao vivo de John Mayall, “Jazz Blues Fusion“, lançado em 1972, é uma dos discos mais importantes da história do Blues. Consagrando, dessa vez ao vivo, um novo Blues que ninguém sabia dizer se era Jazz ou Fusion, o godfather do Blues britânico fez miséria e ainda contou com Blue Mitchell no trompete.

O primeiro lado do vinil é de um show em Boston, no Boston Music Hall, dia 18 de novembro de 1971. Já o segundo lado foi pinçado a partir de 2 shows específicos, ambos realizados no Hunter College, em Nova York, nos dias 3 e 4 de dezembro de 1971.

10) Taste – Live At The Isle Of Wight

O Taste foi um dos maiores grupos de hard setentão que o mundo já viu. O trio chefiado pelo futuro astro, Rory Gallagher, tocou ao lado de grupos do seu quilate, como Cream, Mountain e Traffic, por exemplo, mas nunca gozou da mesma notoriedade.

Nos últimos anos a banda voltou ao hype do mainstream em função de relançamentos que resgatam – além da filmagem do icônico show do trio no festival Isle Of Wight – muito material nunca antes lançado, como as versões alternativas dos 2 registros de estúdio (o debutante homônimo de 69 e “On The Boards”, lançado no ano seguinte).

Esse show gravado em 1970 só viu a luz do dia depois que o grupo acabou… Até hoje é difícil ouvir isso e pensar que os caras não fizeram mais nada depois. Bom, pelo menos ainda teve Rory Gallagher em carreira solo, mas a pressão deste set é tamanha que é praticamente impossível não pensar: mas e se eles tivessem continuado? 

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