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DDH na cabeça, porque loucura pouca é bobagem

Nesta sexta feira começa o tratamento intenso do DDH (Direto do Hospício). Eletro-choques, medicação natural e deuses pagãos, para por um fim na normalidade.

Criados pelas ruas, graduados em rodas de freestyle, pós doutores em poesia underground e urbana, Mobb e Baco, produziram alguns remédios DDH (Direto do Hospício). Os manos se deram conta de que estão internados nesse manicômio que é o mundo contemporâneo e prepararam um EP com seis faixas que promete mudar os rumos da sua mente.

Uma dupla de matemáticos loucos em uma parceria diante da psicose caótica da cidade grande, numa trama inovadora de palavras e sons. Um arranjo de referências várias e pouco usuais que colocam grandes nomes da política em seu verdadeiro lugar, questionando os “novos” caminhos do rap e sem abrir mão de um humor matador. Contrapondo enredos cinematográficos aos nossos roteiros de violência urbana o DDH nos mostra como a arte pode contra-efetuar a vida numa potência absurda.

Assim os manos contra efetuam os clichês usados no rap às ideias fake em simbiose com flows vazios, que posam de inovação ou última moda. Garis da cena, munidos de vassouras que escrevem e elevam a poesia em vôos de uma linguagem chapada de visões, percepções do micro ao macro, em contextos que se entrecruzam, do cotidiano para a política nacional, decolando até contextos culturais internacionais.

Num jogo que não encontra seus limites na cidade, tomando as grandes avenidas como pistas de lançamento para satélites que orbitaram em seu pensamento e o levarão a sondar os recantos mais longínquos do sistema solar. Vassoura de bruxa, um universo mágico e mítico pós-moderno, disco voador, galáxias, não importa o veículo, pois as direções pivotantes podem encontrar o sentido em qualquer dos pontos das linhas de rimas e ideias envolvidas.

Boombap das lavouras de café e cana, blues de Exú em encruzilhadas de ideias enegrecidas pela história de exploração e morte de todo um povo, delírios da História. Uma cruza de politica e linguagem poucas vezes vista no rap underground, em objetos não identificados pela ausência de ego auto referente, esquizofrenia e capitalismo. Os dois indivíduos apenas como médiuns, corpos vazios e meios de passagem por onde todos os delírios desaguam afogando as páginas da gramática.

Esse encontro mais do que necessário começa a vir a público nesta sexta feira com o lançamento do primeiro single do DDH: Abra a Cabra. Em doses homeopáticas, receitadas pela dupla de doutores que oferecerão uma track-remédio por semana para nos curar a todos do tédio e da mediocridade ética, política e linguageira. 

Nesta primeira porrada, Abra a Cabra é uma sessão de eletro choque como uma das senhas mágicas para abrir mentes ao novo que nasce bem diante dos nossos ouvidos. Emergência do SUS, com corações vomitados por falta de medicação, transplantes de consciência para cabeças alienadas, através de cultos pagãos de esquartejamento de animais políticos.

Corpos e mentes são transubstanciados em novos modos de sentir, numa cópula poética enlouquecida com Gaia para a criação de um novo povo. Essa primeira pílula é vermelha e lhe desconectará da Matrix. As outras? Ah, as outras aumentarão aos poucos sua lucidez diante da loucura que você habita.

Antes da chegada dos pratos principais do DDH, você pode ir degustando as entradas que oferecemos abaixo. É pra consumir sem moderação.

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