O Breaking e o Skate tiveram uma longa história de perseguição e proibição destas práticas esportivas em nosso país.
Os jogos olímpicos de Paris em 2024, possuem o breaking e o skate como esportes olímpicos. O skate que estreou no Japão e o breaking que estreia na França. Temos a balela da união dos povos através do esporte ao mesmo tempo que existe a inclusão e ressocialização que somente o esporte promove. Todavia, há esportes que são desconexos da realidade brasileira e para falar o brasileiro claro e sem rodeios, esportes que somente playboys podem praticar. Seja pelo alto custo dos equipamentos ou pela infraestrutura que poucos tem acesso, como por exemplo a vela, o hipismo e o tiro, isso só para citar alguns. Esporte do povão é, e sempre foi, aqueles coletivos como o Basquete, Vôlei, Rugby ou o já sem sal Futebol, ou ainda aqueles individuais como boxe, afinal playboy não quer levar soco na cara, né?
Além disso, temos dois esportes nos Jogos Olímpicos de Paris de 2024 que num passado não tão distante eram considerados como crime no Brasil. Isso mesmo, considerados crimes. Me refiro ao skate e suas manobras pelos corrimãos dos centros urbanos e o breaking, a expressão corporal da cultura Hip Hop. Coisa de louco!
Não é novidade que as elites mundiais sempre buscaram nos guetos os consumos populares e os transformaram em produto de prateleira. Quem cresceu entre os anos 80 e 2000 ouviu muito que rap era coisa de bandido, que dançar breaking era coisa de vagabundo e que grafitar era vandalismo. Mas, como diz o ditado, “quem planta vento colhe tempestade”, e a paixão dos jovens pela cultura Hip Hop foi tão forte que acabou por abalar os alicerces do preconceito, mesmo que muitas vezes esses elementos tenham sido pasteurizados para agradar ouvidos domesticados.
Eu explico melhor, o Hip Hop é uma cultura de quatro elementos, certo? Porém, muitas vezes o termo é utilizado para designar a música que é feita através de rimas rápidas em cima de uma batida em que predominam o grave do bumbo e o estralo das caixas. Sim, a palavra “rap” é pesada para os padrões comerciais e muitas vezes é substituída por Hip Hop e quando os artistas “cantam um hip hop” na TV Globo, por exemplo, essa música é mais suave, tem arranjos de violão ou teclados e o snare é suavizado senão trocado por um clap. Isso acontece com o graffiti que é substituído por “painel” ou “desenho”, ou com o breaking que passa a ser “breakdance” ou “hip hop”. Isso sem falar dos DJ’s que controlam loops na mão e fazem scratches nos discos de vinil – mesmo com a tecnologia dos Serato – que são inviabilizados pelos “DJ’s” de pendrive que agitam os festivais de playboys e usurparam o nome dos disc-jockeys.
Acho que já ficou notável onde quero chegar com esse papo, né? Para saber mais, temos aqui nosso momento propaganda, dou essa letra no meu livro Trap É Hip Hop? – As Metamorfoses do Rap (Dando a Letra, 2022) e lá discorro um pouco mais acerca desse processo histórico. Voltando a Paris e aos jogos de 2024, o breaking não levou representantes verde e amarelo, mas o skate tem a presença de Rayssa Leal, um dos grandes nomes do esporte desde os Jogos de Tóquio, em 2020 (2021, devido à pandemia).
A tábua de rodinha e a proibição do skate no Brasil
Então, para começar a falar do skate, vamos para um rolezinho na história. Tudo começa na Califórnia com surfistas, ávidos por pegar onda até no asfalto, que resolveram adaptar suas pranchas e surfar nas ruas. Era o início do sidewalk surfing, o surfe de calçada, um esporte que logo conquistou a juventude. Mas, assim como as ondas do mar, a popularidade do skate também teve suas ressacas.
Nas décadas de 60 e 70, o skate viveu um verdadeiro boom. As ruas viraram pistas improvisadas, e os skatistas, verdadeiros artistas do movimento. Mas, como todo bom artista, o skatista também precisava de seus instrumentos. E foi nessa época que surgiram as primeiras empresas de skate, produzindo pranchas (ou shapes) cada vez mais tecnológicas e resistentes. Era a era de ouro do skate, um período de experimentação e inovação.
Mas, no mundo do skate, nem toda manobra é acertada. Assim como um skatista que leva um tombo, o esporte também passou por momentos de crise. A falta de infraestrutura e o preconceito da sociedade fizeram com que o skate fosse visto como uma atividade marginal. O skate foi perseguido, banido e até mesmo considerado uma ameaça pelas autoridades.
Em terras brasileiras, o skate passou a ganhar popularidade e jovens rebeldes e insaciáveis por aventura encontraram nas ruas o seu playground e nas manobras a sua liberdade de expressão. Em um país sedento por proibir e censurar, o skate (assim como o breaking e toda cultura Hip Hop) foi visto como uma atividade marginal, associada à delinquência e à baderna. As autoridades tupiniquins optaram por proibi-lo. Em São Paulo, por exemplo, o skate chegou a ser banido de diversos locais públicos.
Em 1988 a Folha de S. Paulo retratou o protesto dos skatistas em 24 de junho. Um grupo de cerca de 200 pessoas se revoltou contra a proibição do skate no Parque do Ibirapuera e organizaram uma manifestação. Eles foram de skate do metrô Paraíso ao parque do Ibirapuera, com a intenção de entregar “uma carta com mais de 6 mil assinaturas” pedindo a reconsideração da proibição e a construção de uma pista no local ou em outra área pública.
Em resposta ao protesto dos skatistas, Jânio Quadros, então prefeito da capital paulista, determinou um bloqueio total à prática do skate na cidade. Além de fechar os portões do Parque Ibirapuera, o mandatário editou um decreto proibindo o uso de skate em qualquer área pública de São Paulo.
O ocorrido na Terra da Garoa não foi algo isolado, o skate passou por isso em várias cidades do país no final dos anos 80 e meados da década de 1990. “Por duas vezes eu fui preso, me colocaram numa cela”, conta o skatista Thronn, em relato colhido por Leonardo Brandão (e publicado na matéria Como skate no Brasil foi da proibição à disputa pelo ouro olímpico, de Thais Carrança). A justificativa era sempre a mesma: o skate era perigoso, causava danos ao patrimônio público e atrapalhava o trânsito. Mas, para os skatistas, o skate era muito mais do que um simples esporte. Era uma forma de expressão, uma maneira de conectar a periferia com os centros, além de escapar da rotina.
A proibição do skate, no entanto, em nada inibiu que os skatistas continuassem a praticar o esporte. A busca por lugares alternativos, como parques, praças e até mesmo estacionamentos, virou uma constante. E, mesmo com toda a repressão, a paixão pelo skate nunca se apagou. Ainda nos anos 80, o skate encontrou um novo lar: as pistas de skate.
Com a construção de pistas específicas, o skate ganhou um novo status e atraiu um público cada vez mais amplo. As manobras se tornaram mais complexas, e os skatistas, mais habilidosos. Era a era do skate vertical. Nos anos 90 e 2000, o skate se profissionalizou. As competições se tornaram mais importantes, e os skatistas se tornaram verdadeiras celebridades. O skate também ganhou um novo espaço na cultura popular, com a criação de vídeos, revistas e eventos.
A chave para a mudança foi a união da comunidade do skate. Skatistas, marcas, federações, todos juntos lutando por um objetivo comum: o reconhecimento do skate como esporte. E a estratégia foi simples, mas eficaz: mostrar ao mundo que o skate não era apenas um hobby, mas sim uma disciplina que exigia habilidade, força e muita dedicação.
A entrada do skate nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 foi o ápice de toda essa jornada. Ver atletas brasileiros, como Rayssa Leal e Kelvin Hoefler, conquistando medalhas, foi um momento histórico para o esporte. O skate, que já era um esporte popular, se tornou uma febre mundial. Mas, afinal, o que fez do skate um esporte olímpico? A resposta é simples: o skate é um esporte democrático, inclusivo e que inspira milhões de pessoas ao redor do mundo. O skate ensina a superar limites, persistir diante de obstáculos e a celebrar as conquistas.
A Saga do Breaking, a Dança que Quebrou Barreiras
Com os bboys e bgirls a história foi bem parecida com a dos skatistas. A explosão de energia e criatividade, chamada de breaking, saiu das ruas para os palcos, e hoje é um dos estilos de dança mais respeitados e admirados. Voltando no tempo para o South Bronx, dos anos 70, quando jovens negros e latinos, em busca de uma forma de expressão e identidade, começaram a se reunir em festas – as block partys – e a criar movimentos que desafiavam a gravidade e a imaginação. O breaking era mais do que uma dança, era uma forma de resistência, uma forma de dizer: “Estamos aqui e não vamos nos calar”.
Há uma vertente que defende que o breaking surge como uma crítica à Guerra do Vietnã, um protesto que consistia em imitar soldados feridos que voltavam do conflito, por isso os movimentos “quebrados”. Eu prefiro a tese de que Kool Herc, ao discotecar, sacou que a galera se agitava mais quando ele isolava a parte instrumental de uma música e para isso usava a técnica back to back, usando dois discos iguais, fazendo o break beat e daí o breaking enquanto dança.
Independente disso, os primeiros Hip Hopers eram membros de gangs e aqui fica o convite para assistirem ao filme The Warriors (Selvagens da Noite, de 1979, e com direção de Walter Hill), essa obra retrata essa fase pré-Hip Hop. Afrika Bambaataa foi que converteu as gangs em crews de breaking. As disputas de território deixaram de ser na base da violência e passaram a ser nos rachas, nos passes de dança como nos filmes Beat Street e Wild Style.
A dança se espalhou rapidamente pelos Estados Unidos e, logo depois, pelo mundo. Os b.boys e b.girls, com suas roupas coloridas e movimentos acrobáticos, chamavam a atenção por onde passavam. E, assim como o skate, o breaking também enfrentou preconceito e resistência. Muitos viam essa dança como algo marginal, associada à violência e à criminalidade.
Thaíde em seu livro Thaíde: 30 Anos Mandando a Letra (organizado pelo jornalista e escritor Gilberto Yoshinaga e lançado pela editora Novo Século em 2016) retrata que foi preso pelo crime de dançar em vias públicas. Thaíde, um dos nossos pioneiros do Hip Hop, assim como muitos de sua geração, iniciou sua caminhada na cultura através do breaking, depois se converteu a MC. Outro que passou por isso foi Mano Brown. O Racional revela logo no seu primeiro episódio do podcast Mano a Mano, com a Karol Concá, que “cumpriu o dever do jovem brasileiro” que é o de ser preso, isso pelo crime de vadiar” Brown até tentou, mas diferente de KL Jay não se tornou um b.boy, se identificava mais com os função, uma espécie de rude boys à brasileira, porém, naquela fase inicial e de crossover – apesar das rixas entre lagartixas e b.boys – todos estavam sujeitos a mesma repressão e consequências da lei.
Na base da persistência, como na execução de um moinho de vento, a comunidade do breaking criou suas próprias batalhas, seus próprios eventos e suas próprias regras. E foi através da união e da paixão pela dança que o breaking conquistou o respeito que merece. A dança saiu das ruas e foi para renomadas escolas e academias e em 2024 chegou a Paris, nos Jogos Olímpicos.
O breaking é uma dança que une pessoas de diferentes culturas e origens. Assim como o skate, é um esporte democrático. É uma dança que celebra a diversidade e que ensina, mais que isso, é um estilo de vida.
O Surf: do mar revolto à pira olímpica
Antes de o surf ser associado a modelos de corpo bronzeado e capas de revista para adolescentes nos anos 2000, o esporte já foi tido como coisa de vagabundo. Ainda hoje há a exteriorização de que os surfistas não passam de maconheiros ou de playboys desocupados. Não preciso externar (já fazendo isso) de que toda generalização é burra e ao enxergar o surfe com essa mesma ótica que a Ditadura Militar olhava se perde o cuidado transformador que o esporte contém.
O surf possui origens diversas, evoluiu ao longo dos séculos, tornando-se um fenômeno global. Embora suas origens se percam no tempo, a primeira referência histórica que se popularizou data de 1778, quando o navegador James Cook observou havaianos deslizando sobre as ondas. Porém, recentes pesquisas mostram relatos anteriores de surf no continente africano, assim como a tradição milenar de deslizar nas ondas no Peru.
Com o tempo, o surf se espalhou por diversas ilhas do Pacífico, cada uma com suas próprias tradições e estilos. No Havaí, por exemplo, o surf era praticado por reis e nobres, e as pranchas eram feitas de madeira maciça e decoradas com detalhes intrincados. Já no Peru, os surfistas utilizavam tábuas de junco, mais leves e flexíveis.
No século XX, o surf renasceu como uma fénix das cinzas. Homens como Duke Kahanamoku, o “pai do surf moderno”, popularizaram o esporte ao redor do mundo, realizando demonstrações incríveis e participando de competições. A partir daí, o surf se espalhou por todos os continentes, conquistando praias e corações.
E no Brasil? O surf chegou por aqui nas décadas de 30 e 40, trazido por surfistas estadunidenses que visitavam nossas praias. Rapidamente, o esporte se popularizou, e hoje temos uma legião de surfistas espalhados por todo o litoral brasileiro. A entrada do surf nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 foi o ápice de toda essa jornada. Atletas brasileiros, como Ítalo Ferreira e Gabriel Medina se tornaram expoentes do surfe e disputaram medalhas em um momento histórico para o esporte.
Do terreiro à cadeia: samba e capoeira, suingue gingado fora da lei
Vale lembrar que o samba e a capoeira – assim como o breaking e o skate – também já foram marginalizados neste país. O samba, ritmo contagiante que faz o corpo balançar e o coração vibrar, já foi considerado um crime no Brasil. A capoeira, dança que mistura luta e acrobacia, que hoje é um símbolo da cultura brasileira, também já foi perseguida e banida. Coisas do Brasil.
Na época em que éramos Colônia, e a base da economia eram os pretos escravizados, os africanos trazidos à força para cá encontraram na música, na dança e nas lutas uma forma de expressar sua dor, sua resistência e sua cultura. E pensando como um senhor de engenho, é natural entender sua proibição, pois um negro que sabia lutar poderia ser uma ameaça aos capitães do mato e capatazes que os obrigava a viver sob chicote. A capoeira, era vista como uma ameaça à ordem, já que misturava dança e luta, e poderia ser utilizada para organizar revoltas de escravos.
Dos batuques africanos, nos terreiros da vida, os escravizados trouxeram consigo seus ritmos e instrumentos, que se misturaram com a música europeia e indígena, dando origem ao que mais tarde iriamos chamar de samba. Historicamente, a canção “Pelo Telefone”, composta por Donga e gravada em 1916, é amplamente reconhecida como o primeiro samba a ser registrado oficialmente. No entanto, essa afirmação não é totalmente consensual. Existem registros de músicas com características semelhantes ao samba que foram compostas e tocadas antes de 1916, porém essas composições não foram formalmente registradas como sambas na época. “Pelo Telefone” tem sua importância não só por ser a primeira música registrada e classificada como samba na Biblioteca Nacional, mas por ajudar a popularizar o samba e a consolidá-lo como um gênero musical reconhecido.
E o mais brasileiro dos estilos musicais não seria tão brasileiro se não fosse perseguido. O caminho do samba não fácil. No início do século XX, era visto com desconfiança e preconceito. Era associado à marginalidade, à ociosidade e à população negra. Mas, como um bom sambista, o ritmo não se abalou e continuou a se espalhar pelas ruas periféricas e morros cariocas. As rodas de samba se tornaram sinônimo de alegria e a resistência em forma de batuque e cântico.
Com o tempo, o samba foi ganhando espaço e conquistando o coração do povo brasileiro. As escolas de samba, com seus desfiles exuberantes e suas músicas vibrantes, popularizaram o gênero por todo o país. O samba-enredo, com suas letras que contavam histórias da nossa cultura e da nossa história, se tornou um verdadeiro hino popular. Artistas como Cartola, Beth Carvalho, João Gilberto e muitos outros levaram o samba para todos os cantos do planeta. O samba se tornou sobrenome do Brasil.
O samba e a capoeira, nascidos nos terreiros e nas senzalas, eram mais do que simples manifestações artísticas, eram símbolos de identidade e de luta por liberdade. O samba é uma fotografia da alma do povo brasileiro que expressa nossa alegria, nossa tristeza, nossa luta e nossa esperança. Assim como a capoeira, é algo que nos une e que nos conecta com nossas raízes.
A Lei dos Vadios, de 1889, foi um dos marcos da repressão ao samba e à capoeira. Essa lei, que tinha como objetivo criminalizar a ociosidade e a vadiagem, foi utilizada para prender sambistas e capoeiristas, que eram vistos como elementos perturbadores da ordem pública. João da Baiana, um dos pioneiros nomes do samba, foi uma das vítimas dessa repressão. O sambista, conhecido por seu pandeiro e sua alegria, era frequentemente perseguido pela polícia e preso por tocar samba nas ruas.
Mas, assim como um bom capoeirista que domina a ginga, a cultura afro-brasileira soube se manter firme e resistir à repressão. Os sambistas e capoeiristas continuaram a praticar suas artes, mesmo correndo o risco de prisão. Mas, afinal, por que o samba e a capoeira foram tão perseguidos no Brasil? A resposta é complexa e envolve diversos fatores, como o racismo, o preconceito social e a tentativa de controlar a população negra. O samba e a capoeira, por serem expressões da cultura negra, sempre foram vistos com desconfiança pelas elites.
Eles um dia vão ver que a lei estava errada
E assim, da mesma forma que, hoje, o Hip Hop está em todos os lugares e o samba e a capoeira se tornaram patrimônio cultural imaterial brasileiro (quiçá do mundo), o breaking e o Skate, que nasceram nas ruas, agora é um esporte olímpico, com atletas profissionais e campeonatos internacionais. O skate, outrora tido como coisa de vagabundo, nos une na frente da TV e nos faz torcer pela fadinha, a Rayssa Leal. São as voltas que um b.boy dá girando de costas ou que os rolamentos da prancha com rodinhas fazem com um skate que rasga o piso de um parque olímpico.
Parafraseando o Planet Hemp: “eles um dia vão ver que a lei estava errada” (Dig Dig Dig (Hempa) – Usuário, 1995), pelo menos esses são meus votos para as proibições de hoje. Não me preocupe se algo, hoje tido como antipático, se torne deleite da elite, até prefiro que não. Arte e esporte pasteurizados são peneiras que inutilmente tentam tapar o som, só o que é visceral dura. Só o que é de verdade atravessa os anos e quebra a cara da sociedade, como o samba e a capoeira muito bem fizeram.
De todo modo, a pseudo aceitação do breaking e do skate ajuda a, pelo menos, evitar a perseguição e prisão de seus adeptos, não que o sorriso da fadinha ao descer um corrimão não seja genuíno e que o skate seja sua paixão eterna. Não que os crazy legs dos b.boys não sejam tão autentico quanto os Adidas que beiram um salário mínimo, mas a verdadeira arte urbana está nas ruas, nas periferias e centros fodidos, longes dos holofotes da TV. Ou o graffiti enclausurado em um museu têm o mesmo impacto de um spray na parede sem autorização no topo de um prédio?
-Da “Mão na cabeça” para as medalhas no peito: O breaking e o skate tomam de assalto as Olímpiadas