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Conversamos com TP77 (The Honkers) sobre o Festival Metamorfoses

Conversamos com TP77 (The Honkers) sobre sua experiência em tocar no Metamorfose Music Festival, um acontecimento novo na cena de Salvador!!

No último sábado, 06/04/2019, dentre muitos eventos que pipocavam na cidade, rolou no clube Bahnhoff, eterno Idearium, o Metamorfose Music Festival. Um festival que veio com uma proposta bem diversificada de artistas, mesclando bandas e deejays de diversas vertentes, trazendo figuras clássicas do rock local e alguns nomes novos da cena alternativa.

Foram 11 bandas, 04 DJ‘s e mais de 10 horas de música, sendo uma dessas bandas a clássica The Honkers. Aproveitamos a oportunidade para conversar com TP77, baterista da Honkers sobre suas impressões sobre o Festival.

Dudu (Oganpazan): Inicialmente, de quem foi a ideia de realizar um Festival, desse calibre, voltado para música Indie / Alternativa em Salvador, coisa que é um tanto quanto raro de se ver por essas bandas de cá do mapa?

TP77: A ideia surgiu da parceira da NHL Produções com Vic Alberico, onde os Cairo e Victor são amigos de longas datas, já tendo inclusive formado bandas juntos e depois de 15 anos se reencontraram em Salvador e em conversa sobre corres de vida chegaram na ideia de fazer o Festival em conjunto, juntando assim as experiências de Cairo nos eventos que já realizou na cidade com Vic Albérico que já realizou eventos fora do país, em uma pegada um pouco diferente do que rola aqui em Salvador.

Já a questão do Festival ter essa cara mais indie / alternativa, veio do fato de ambos gostarem do estilo de som, descambando assim pra uma grade nesse sentido.

Dudu (Oganpazan): Você comentou sobre a experiência de Vic Albérico nas gringas, fale um pouco melhor sobre isso.

TP77: Vic Albérico costuma fazer eventos lá voltados para brasileiros, residentes ou de passagem. Não é uma festa de temática Rock, é festa mesmo de DJ com músicas que tão no hype. Tendo feito algumas festas, inclusive, em embarcações.

É basicamente uma festa brasileira lá nos Estados Unidos, voltada pro povo que está por lá.

A banda Rosa Idiota

Dudu (Oganpazan): Além de tocar com a The Honkers no Festival você chegou a ter outra participação na produção do evento? Vi que você estava divulgando muito o festival desde o começo, aliás tomei conhecimento da festa através de suas redes.

Tp77: Com relação a organização do evento, minha participação foi bem pouca. Inicialmente a proposta era de eu trampar num esquema de assessoria da divulgação, mas depois viu-se que não se fazia tão necessário ter alguém especifico pra isso, pois os próprio organizadores impulsionaram bastante o evento nas redes sociais. Acabou que na produção em si eu não fiz nada além de uns toques pontuais, coisa de amigos mesmo já que tenho abertura com os caras para isso.

Porém, em minha participação como músico foi uma experiência bem louca, pois é um evento incomum na cidade, geralmente ninguém bota as caras pra fazer uma parada dessa, que envolve muitos artistas e muita gente para você falar e se dar. Então foi bom participar de uma parada um tanto quanto inovadora, feita com recursos próprios, sem patrocínio, não teve nada além dos nossos esforços pra fazer com que tudo acontecesse. A parte boa disso tudo é a coragem de tá ali e acreditar em um projeto, que aqui em Salvador a gente sabe que é bem arriscado.

Dudu (Oganpazan): O Festival teve um line up que mesclou bandas com DJs e, diferente do que costuma rolar aqui em Salvador, os DJs foram colocados em posição de destaque e não como artistas secundários, como se deu isso? E você sabe qual foi o critério para montar o line up do festival, para além dos gostos pessoais dos organizadores?

TP77: A ideia foi exatamente essa, como foi visto que na casa tinha a possibilidade de usar dois espaços diferentes pensou-se logo nisso, de incluir os DJs, já que a ideia foi a de criar um ambiente onde a música não parasse por um minuto, 10 horas de música seguidas e ininterruptas, surgindo assim a ideia de pôr os DJs e como você falou, sem diferenciação, tratando eles como merecem serem tratados, como artistas mesmo, dentro dos limites da produção, claro. Mas a ideia partiu disso mesmo, do local proporcionar isso, por ter um ambiente massa, com uma vista boa da praia, sendo a ideia central essa: A Música não pode parar.

Dudu (Oganpazan): Qual sua impressão do Festival? Deu um público legal? Como foi o clima do evento? E como foi pra Honkers tocar num evento bem diversificado como esse, sendo que vocês encerraram o evento?

TP77: O Festival me surpreendeu bastante. Eu cheguei lá já tinham umas 3 / 4 horas de evento rolando, mas o que pude perceber é que o Festival pôde abranger um público diferente, pessoas diferentes que a gente nunca ia imaginar que poderia tá num rolê como aquele, ao menos fazendo uma análise rasa do que costumamos ver nos eventos. Ou seja, tinha uma diversidade tremenda de pessoas na casa e de pessoas curiosas pra saber o que estava rolando ali.

Pra The Honkers foi aquela mesma pegada de sempre. Como sempre fechando o show. Então é aquela coisa, vamos lá e vamos detonar tudo, pra fechar com chave de diamante, pra galera botar fé da colé desse Festival.

No pré show comentava-se que a gente estaria de boa, devagar, mas quando subimos no palco ai o bixo pegou. Foi um show de 23 músicas, variando as fases da banda, tocamos a música nova que saiu na coletânea Ruído Rosa, que foi massa porque os caras da Rosa Idiota estavam lá, os caras do estúdio, e a gente pôde agradecer lá a oportunidade de participar da coletânea.

Mas é aquilo, The Honkers é The Honkers, qualquer palavra ai que você for usar relativo a banda vai bater certo…aquela mesma coisa de Bubute (vocal) ficar nú no final e enrolado em Durex, aquela mesma coisa de Rodrigo (Ivan Motosserra / Rosa Idiota) ficar de cueca, pulando em cima da bateria, e se eu não seguro ele ia se foder todo, mas é isso ai…isso é The Honkers! This is a Fuck around the world!

Dudu (Oganpazan): Você já adiantou que quando chegou no Bahnhoff o evento já estava rolando, mas do que viu o que pode nos falar sobre?

TP77: As bandas que eu vi senti que todas estavam bem contentes em estar ali. Acho que todas acharam que ali era uma boa oportunidade para mostrar seu trabalho, até porque o Festival fez a grande proeza de juntar nomes antigos da cena e uma galera que está chegando por agora. Nancyta por exemplo, tinha uma galera que estava ansiosa para ver como é que tava o som dela e tal, o que ela tem feito… Então foi massa por conta disso, por esse clima todo sobre o festival.

Nancyta

Dudu (Oganpazan): Por fim gostaria que você fizesse um balanço desse Festival. O que foi positivo, o que foi negativo? E qual a possibilidade de rolarem outras edições?

TP77: Acredito que vão rolar outras edições sim. Porque o feedback foi bem positivo, não financeiramente ao ponto que a organização precisava. Mas como foi algo novo, fica de experiência para edições futuras, ver questão de custos e tudo mais. Porém essa é uma questão mais administrativa mesmo, eu estou passando apenas minhas visão.

Na minha visão certamente vai ter outras edições, porque a parada foi estimulante. Foi feita a parada e estamos na pilha de fazer outros. O poder que esse Festival teve de agregar uma gama de pessoas, de diversos estilos diferentes, juntando-as foi algo que conseguimos cumprir, esse papel conseguimos fazer.

Dudu (Oganpazan):  Valeu Tripa pela disponibilidade para a entrevista e realmente esperamos que rolem outras edições, festivais diversificados assim faltam na cidade.

Espero também que seja em um horário não tão de balada, porque eu não tenho mais saco e nem pique pra perder noite.

Para saber mais sobre o Festival e até mesmo acompanhar edições posteriores, confiram a página oficial do Festival no Facebook.

Vejam esse clipaço do The Honkers!

 

Sobre o autor:

Dudu é Straight Edge, membro do coletivo Saco de Vacilo, vocalista da banda Antiporcos, Rubro Negro e viciado em música

 

 

 

 

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