Clutch – Psychic Warfare

O Clutch é uma banda excelente, mas e aí, onde está a novidade? Se tratando do ano de 2015, a notícia mais relevante para os americanos é o lançamento de mais um disco. Dessa vez trata-se do décimo primeiro trampo de inéditas, falo sobre ”Psychic Warfare”, sucessor do hitmaker ”Earth Rocker”, lançado em 2013.
Liberado no dia 02 de outubro de 2015, ”Psychic Warfare” sustenta a mesma fórmula de sempre: peso, pitadas de Blues e muita, mais muita força nas composições, talvez a característica mais marcante da banda. Depois do play parece que você está correndo num campo minado, você sabe que vai dar merda, mas aprecia a insanidade.

Line Up:
Neil Fallon (vocal)
Jean-Paul Gaster (bateria/percussão)
Dan Maines (baixo)
Tim Sult (guitarra)

Track List:
”The Affidavit”
”X-Ray Visions”
”Firebirds!”
”A Quick Death In Texas”
”Sucker For The Witch”
”Your Love Is Incarceration”
”Doom Saloon”
”Our Lady Of Electric Light”
”Noble Savage”
”Behold The Colossus”
”Decapitation Blues”
”Son Of Virginia

Eles possuem uma fórmula: fazer um barulho da mais fina qualidade, mas tirando a sonoridade que já virou patrimônio da humanidade e que não pretende mudar de front, esse disco possui mudanças significativas para o grupo, mas apenas dentro do tema das composições.
Até o excelente ”Earth Rocker” o Clutch estava habituado a escrever sobre literatura e ficção científica, mas aqui não, pra variar Neil Fallon assina todas as letras e muito do que sai das caixas, foi inspirado em sua vida.
Nos tempos complicados onde o cidadão não tinha nada, a não ser um copo de cerveja e um bar para passar a noite. Aliás, a vinheta que abre esse disco (”The Affidavit”) foi gravada num bar, diretamente no Iphone do vocalista. São 25 segundos de transição que preparam 11 balas perdidas no paint da escopeta, prepare-se: depois é só tijolada.

O single ”X-Ray Visions” já aparece logo na sequência e é impossível não elogiar mais uma excelente performance vocal de Fallon. Como é bom ouvir um disco com um vocalista que não tenta ser um bibelô maricas!
Só que não é só o vozeirão do front man que se destaca, o instrumental dos caras segue afiado e o quarteto continua mantendo o costumeiro alto padrão. No baixo, o feeling de Dan Maines prova ser um dos grandes segredos para esse cozinha, veja a levada de ”Firebirds”, se não tivesse um Rickenbacker ali, o caldo definitivamente seria mais fraco.
Mas a jam do quarteto é bastante oxigenada. A bateria de Jean-Paul Gaster nunca perde o passo e está sempre no primeiro plano, os caras bem que tentam, mas não dá pra abafar essa síncope, mesmo depois do funky riff de ”A Quick Death In Texas”.
A fórmula é cortar as frescuras. São 40 minutos de play e não existe um minuto onde você não fique elétrificado pelo LP. Parece que os riffs passam por correntes elétricas. Coloque ”Sucker For The Witch” e tente ficar parado, a dobradinha baixo + bateria é fervorosa.
Tim Sult segue gastando a guitarra, as notas entram na jugular do som e é notável perceber como esses caras elevam a arte de quebrar tudo. Repare nos tempos de ”Your Love Is Incarceration”, nas quebras… Os Clutch é formado por excelentes músicos e é bastante gratificante vê-los com amplo controle do som, em todos os aspectos.
Os discos saem pelo próprio selo da banda, o Weathermaker Music, os sons nunca perdem a base Blueseira, e entre mais temas inspirados na vida de Neil, como na profunda e mais soft ”Our Lady Od Electric Light” e ”Doom Saloon”, você percebe que a caixa já está rangendo.
Mas espera só… encerre o disco com ”Son Of Virginia” e aprenda com quantos ratos de bar se faz uma jam de rachar a sua garagem. Rock ‘N’ Roll sujo, com feeling, talentos individuais e apenas um objetivo: fazer o senhor pular mais que um desgraçado numa aula de step, esse é o bom e velho Clutch, elementar como sempre, criativo como nunca.

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