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Björk – Vulnicura Strings

Depois de voltar aos estúdios e lançar seu disco mais pessoal, a Björk resolveu mostrar ao público como o sublime e complexo ”Vulnicura”, foi pensado. Além de ser o trabalho mais sentimental da cantora, o disco lançado no dia 20 de janeiro de2015 nas plataformas digitais (e no dia 16 de março em meios físicos), é de um brilhantismo ímpar.
A riqueza de detalhes é notável e o balanço das cordas com os beats eletrônicos é a tônica para uma das melhores gravações da senhora de 50 anos. O sentimento é tão intenso que enquanto a musa da era do gelo canta, parece que a dor é do ouvinte também.

O sofrimento foi a moeda de troca para essa criação, mas é louvável perceber que apesar dos pesares, a fluência desse registro é libertadora. Creio que a temática não seja muito receptiva, mas o CD não é maçante, só que assim como outros CD’s desta inventiva artísta, ”Vulnicura” também precisa de um momento e de uma atmosfera específica para sua devida apreciação.
Só que o projeto foi tão audacioso, que a versão psicodélica do Yanni resolveu continuar suas explorações. A profundidade dos arranjos, as camadas… Björk se mostrou muito bem resolvida com seus problemas para ficar ”re-matutando” essa gravação por tanto tempo, pois não é fácil trabalhar com um problema recorrente… Ela de fato encerrou um ciclo depois do play.

Track List:
“Mouth Mantra”
“Lionsong”
“Black Lake”
“Atom Dance”
“Stonemilker”
“Quicksand”
“Notget”
“Family”

Lançado no dia 06 de novembro de 2015, ”Vulnicura Strings” é um complemento para o já citado mais recente disco de estúdio da Björk. Contando apenas com o arranjo das cordas e voz, essa versão é ainda mais íntima do que a primeira.

A única diferença está na ordem da track list e, se comparado com a primeira gravação em sua totalidade, percebemos que apenas ”History Of Touches” não entrou para a lista de temas rejuvenescidos por novos arranjos.

Essa versão é também um pouco mais longa do que a primeira. Acredito que ao tirar os espasmos eletrônicos, algumas passagem foram enobrecidas pela classe das cordas e ganharam até novos contornos criativos.

Esses dois trabalhos são a prova de como a música pode coexistir dentro um contexto eletrônico e clássico. Fora que ouvir essa versão nos dá ainda mais noção de como essa mulher é brilhante. A imersão é ainda maior, os insights acústicos lindíssimos e no fim das contas ela ainda conseguiu trabalhar com cordas, algo que ela sempre mostrou interesse, mas nunca tinha feito até então.

Numa entrevista recente, foi isso que a criadora desses dois universos particulares relatou, quando perguntada sobre ”Vulnicura Strings”

”As cordas são como os nervos do corpo humano. A voz e os instrumentos são os pulmões. As batidas fazem parte do contexto dançante e os arranjos são o seu corpo vibrando”.

Agora só falta ela soltar uma versão com voz e o techno ao fundo! Trocadilhos à parte, foi muito bom ver que a moça está com os ânimos renovados, apesar de tudo o que aconteceu. Chega a ser até um sacrilégio destacar uma música ou outra, recomendo apenas que o senhor aperte play e sinta seu corpo vibrando como lágrimas descendo a cachoeira de nossas faces.

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