Bivolt nos ouviu… Cubana recebe um explosivo audiovisual e se junta ao conjunto excelente de clipes que a rapper paulista tem soltado!
Ao ouvirmos o disco nos parecia que depois dos clipes interativos de 110 e 220 que saíram junto ao disco, Cubana era a música que tinha um apelo visual fortíssimo. Cantamos a pedra na longa resenha que escrevemos sobre o excelente Bivolt (2020), na qual chamávamos a atenção para o fato de que o seu disco apresentava um equilíbrio muito grande entre sua trajetória no under e outras produções com apelo mais pop. Nesse momento em que escrevo esse “react”, estou ouvindo mais um vez, bis e como esse disco é sedutor.
Ter uma Bivolt com toda sua história e trajetória em uma major e vê-la soltar trampos com produções nesses níveis de qualidade é algo muito importante, sim níveis, porque ela tem apresentado um produto muito bem acabado e super aberto a desdobramentos. O primeiro, pós lançamento, é o clipe de Cubana e apesar de termos cornetado que seria uma excelente música para receber um audiovisual, não imaginávamos esse roteiro louco. Divertido, com um roteiro muito bem estruturado colocando a Bivolt como uma detetive, investigando e acompanhando as ações da cubana e sua gang.
Em meio às ações de contrabando da Cubana e sua trupe, a detetive Bivolt age pelas sombras, recolhendo informações e agindo apenas no momento certo, na brecha entre o comprador engabelado e a Cubana que consegue sair com o material (percebemos a referência a Pulp Fiction quando o mafioso abre a mala da primeira vez) e o pagamento. Mas o roteiro dá um passo ousado e faz a nossa protagonista comer a carne onde está ganhando o pão. Traço muito comum nos detetives clássicos do cinema, e que a Bivolt incorpora muito bem, porém, sem o aspecto machão dos clássicos detetives.
O clipe transpira uma atmosfera leve, apesar de estar focado no empoderamento de mulheres tornadas protagonistas, menos quando se trata de fazer papel de bobo, (aí deixa pros “mafioso” do rap, que “paga” de bandidão ou de elevados e na real são sacos de vacilo). Nesse sentido, o clipe também utiliza o roteiro e os personagens mais como uma metáfora do que chamam de game do que mera ilustração ficcional da música.
Um das produças finíssimas do Nave e do Douglas Moda presentes no disco. É massa demais notar como a música produzida por eles junto a Bivolt ganha bastante na tela, apesar e sobretudo já se bastando sozinha. A direção da dupla Gabriel Augusto e Quemuel Cornelius dá ares de curta metragem com muita ação e sexy appeal. Confiram o quarto audiovisual do disco e façam como eu e continuem escutando esse excelente álbum
-Bivolt nos ouviu… Cubana recebe um explosivo audiovisual
Por Danilo Cruz