BIKE lança Filha do Vento, seu segundo single rumo ao lançamento de seu segundo álbum Arte Bruta que sairá ainda em 2023.
Dentre os elementos naturais, o vento é o único de conotações abstratas. Não podemos vê-lo, enxergamos apenas a sua manifestação através do balançar das folhas ou das ondulações na flor d´água. A sonoridade forjada pela BIKE passa essa sensação de dissolução da matéria que conduz à abstração e a partir daí a criação de novas formas ganha um campo maior de possibilidades.
Filha do Vento, single lançado pela banda em todas as plataformas de streaming no dia 22 de março, nos coloca em contato com essas sensações que não tem uma forma concreta. Sentimos sua manifestação sem “enxergá-las”.
As camadas são construídas a partir de um efeito sonoro que se inicia do nada, ganha intensidade e parece sumir, mas ele fica ali ao fundo, quase imperceptível, só captado por ouvidos inquietos e atentos . Isso já te faz se ligar que algo vai rolar, porque parece que somos atravessados repentinamente por algo rápido e certeiro. Mas que permanece ao fundo como aquele elemento estranho que se faz notar nos detalhes. Como o corvo no famoso poema de Edgar Allan Poe.
Após esse barulho emitido em frações de segundo, estabelecendo-se ao fundo vem uma nota destacada no baixo e a marcação forte e pesada da bateria, até que o baixo passa a emitir notas que parecem ondulações, acompanhado da guitarra com efeitos que levam seu som a soarem de modo esparso. A música ganha densidade e somos levados a mergulhar numa atmosfera onírica.
Três versos caracterizam bem o efeito gerado pela música:
Canto palavras ao vento
Solto me perco no tempo
Crio, me reinvento e vou além
O movimento produzido por esses versos são de total acaso, como os movimentos dos ventos. Por isso a falta de referencial concreto, a perda da noção de tempo, as palavras soltas ao vento que podem ser levadas a qualquer canto e produzir diferentes sentidos, ou nenhum sentido.
Trata-se do campo aberto a completa liberdade de possiblidades de combinações que não obedecem um propósito específico de uma mente ou consciência. Daí a possibilidade de poder criar, se reinventar e a partir desse movimento ir além do que já está posto.
Notas técnicas e outras informações sobre a BIKE:
Criando camadas no tempo, BIKE apresenta mais uma faixa de seu próximo disco – o quinto da carreira, sucessor de “1943”, “Em Busca da Viagem Eterna”, “Their Shamanic Majesties Third Request” e “Quarto Templo” – ARTE BRUTA, que tem produção assinada por Guilherme Held (Criolo, Jards Macalé) e lançamento pelos selos Quadrado Mágico e Before Sunrise Records. “Filha do Vento” chega ao público no dia 22 de março, quarta-feira, via plataformas de streaming. Escolha a de sua preferência e dê o play.
Em meio à turnê norte-americana que conta com 12 shows no cultuado festival SXSW, em Austin (Texas), 4 apresentações no Treefort Music Fest, em Boise (Idaho) e 2 shows em Seattle, incluindo uma sessão ao vivo na icônica rádio KEXP, a banda caminha rumo ao projeto mais conciso de sua trajetória, deixando definitivamente sua marca na história da música psicodélica brasileira e, por que não dizer, da música psicodélica mundial.
Além dos EUA, no exterior o grupo já se apresentou na França, Alemanha, Itália, Bélgica, Escócia, País de Gales, Espanha (Primavera Sound), Suíça (Nox Orae), Portugal (MIL Lisboa) e Inglaterra (The Great Escape), além de somar mais de 300 shows no Brasil, entre palcos underground e festivais de renome como Bananada (GO), DoSol (RN), Psicodália (SC), MorroStock(RS), Picnik (DF) e Virada Cultural (SP).
Com impressionante disposição para sempre ir além – do óbvio, do previsto, do percurso mais curto ou mais simples – BIKE segue numa viagem em que menos importa onde se quer chegar, e mais o percurso em si.