Atentas, segundo álbum da banda punk Charlotte Matou Um Cara, pode sair ainda no primeiro trimestre de 2021. Só depende da nossa colaboração!
Atentas, esta palavra descreve a disposição das minas da Charlotte Matou um Cara diante do mundo que as cerca. Um mundo agressivo para mulheres, homossexuais, trabalhadorxs, negres.
Faz-se urgente que vozes interessadas em mostrar essa realidade, encoberta por uma máquina de propaganda, que usa as redes sociais e os chats virtuais para camuflar os grilhões que nos aprisionam, ecoem. Motivem os corpos aprisionados a lutarem contra essa opressão e busquem meios de construir uma realidade que lhes garanta a possibilidade de viver bem.
Quem escutou o álbum de estreia da Charlotte (Charlotte Matou Um Cara – 2017) sabe que para as integrantes da banda, a música é um elemento integrante da dinâmica de luta pela busca de reparação e construção de uma realidade social equânime. A banda tem como foco as pautas feministas, porém, não deixa de lado pautas sociais, trabalhistas e relacionadas à sexualidade. Basta ouvir o único álbum da banda até aqui para constatar o engajamento da banda através da música.
O álbum de 2017 é o único por enquanto. Isso porque recentemente a Charlotte Matou um Cara anunciou em suas redes sociais o lançamento do Atentas, segundo registro da banda. Quem já conhece a Charlotte há algum tempo, vivia se perguntando quando outro álbum seria lançado. Afinal, são quatro anos desde o lançamento do primeiro.
Nesse interim a banda se reestruturou e se preparou para dar início à nova empreitada, cujas exigências de tempo, grana e disposição são intensas. Por isso mesmo, elas deram o primeiro passo, arrecadar recursos que permitam custear a produção e gravação do álbum, a fim de atingir o melhor resultado possível. A realização deste intento depende que a campanha de financiamento coletivo lançado pela banda atinja seu objetivo. A intenção é lançar o álbum ainda no primeiro trimestre de 2021. Você pode acessar a campanha e colaborar clicando neste link aqui.
Este método se tornou uma boa opção para as bandas independentes e que desejam fazer seus trabalhos com total autonomia criativa. Por falar em criatividade, notem a identidade visual da campanha. Toda ela foi concebida pela ilustradora, quadrinista e designer Amanda Miranda.
E serão com os traços e cores de Amanda que os brindes que farão parte dos kits de recompensa criados para as modalidades de colaboração serão feitos. Além da capa do álbum é claro. Como recompensas, o próprio disco e itens (camisetas, adesivos, moletons e pôster) com ilustrações da artista Amanda Miranda, responsável pela nova identidade visual da Charlotte.
Além da Amanda Miranda, fazem parte da equipe de produção do disco: Liel Marin no registro audiovisual; Mari Crestani, produtore musical e integrante da Mary une Queer Band; Malka Julieta, responsável pela mixagem do disco e Luis Tissot, que foi responsável pelo Caffeine Sound Studio por 15 anos e vai cuidar da gravação e masterização. Terão também o apoio da Associação Cultural Cecília, onde acontecerão as gravações.
Segundo a Charlotte: “Neste segundo disco há o aprofundamento das ideias e um amadurecimento no som da banda. Os riffs continuam rápidos e pesados, mas trazem um pouco mais de experimentação e a mensagem segue clara e reage diretamente ao momento atual de perda de direitos, da falência da Democracia, da crise sanitária e do achatamento das ideias“.
Podemos esperar um álbum preocupado em atacar as ideias reacionárias que tem conduzido a sociedade brasileira a um aprofundamento da violência contra as minorias, fruto de uma onda crescente de extremismo, aliado ao enfraquecimento das instituições sociais, que levam à precarização da vida. Pagam essa conta a população fragilizada econômica e socialmente.
Elas falam um pouco mais sobre o conteúdo das letras das música que estarão no novo álbum:
“As letras, em português, incitam a resistência à onda conservadora que se ergue no mundo, à misoginia, ao fascismo, à violência de gênero, à apatia e fala sobre a necessidade de união e luta. Trazem referências a feministas históricas, homenageiam mulheres e homens que foram torturados e mortos durante a Ditadura Militar e reforçam a importância de lembrar para não repetir“.
Agora imaginem letras com esse conteúdo, sendo executadas com toda crueza do punk, gritadas de forma expressiva e intensa, dentro daquela sonoridade agressiva característica da Charlotte! Difícil não querer ver isso materializado!! Vamos lá contribuir para que esse álbum saia o mais rápido possível.
Porque ainda vão rolar dois covers. Da faixa Poder Popular da banda argentina Sudor Marika, que será mantida em sua língua original, o espanhol, mas numa versão punk que será a expressão da união das mulheres latinas. A outra cover é o clássico do punk brasileiro “Festa Punk” dos Replicantes, que na versão da Charlotte contará com a citação de bandas de menines.
Abaixo segue mais uma vez o link da campanha das minas e o vídeo promocional gravado por elas. Então vamos lá galere, vamos botar mais esse petardo punk no mundo!!
Link da campanha: Benfeitoria, gravação do segundo disco da Charlotte Matou um Cara.