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Amyl and the Sniffers: Cartoon Darkness

Amyl and the Sniffers compôs um álbum de sonoridade seca e direta, trazendo uma abordagem que valoriza a estética do punk rock!

O rock australiano sempre foi terreno fértil. Deste solo brotaram uma série de bandas icônicas que exploram o punk rock em suas formas mais cruas e energéticas. Seguindo essa tradição, surgem nomes como The Chats, King Gizzard and the Lizard Wizard, e Amyl and the Sniffers, responsáveis por trazer nova vitalidade à linha de frente do rock no país.

Capa do novo álbum de Amyl and The Sniffers, Cartoon Darkness.

Em seu novo álbum, Cartoon DarknessAmyl and the Sniffers expande sua sonoridade, porém mantém sua atitude presente no álbum anterior, Comfort to Me (2021).

Contudo, Cartoon Darkness, possui uma pegada ainda mais crua e direta que seu antecessor. São 13 faixas e pouco mais de 33 minutos de duração, preservando o espírito abrasivo da banda, porém afastando-se da produção esmerada do trabalho anterior.

Bom, ao contrário, Cartoon Darkness soa mais depreendido, quase caótico, mergulhando o ouvinte em uma atmosfera sem filtros.

Liricamente, o álbum explora temas complexos e atuais, como as problemáticas sociais, o impacto da “IA” e das “big techs”, as mudanças climáticas e a guerra, mostrando que Amyl and the Sniffers não se furta de abordar questões latentes ao nosso presente.

Musicalmente, o álbum se move entre o ataque sônico de faixas como “It’s Mine” e “Pigs” e momentos mais suaves, como a quase introspectiva “Big Dreams”, que lembra o estilo de Courtney Barnett. Amy Taylor, a vocalista carismática e incendiária da banda, continua canalizando a energia de figuras como Wendy O. Williams, dos Plasmatics.

Numa era em que muitas bandas optam por uma estética limpa e comercial, a presença crua de Taylor soa como um sopro de autenticidade em meio a um cenário muitas vezes pasteurizado.

Cartoon Darkness foi produzido e mixado por Nick Launay (também conhecido pelo trabalho com Nick Cave e Yeah Yeah Yeahs). Este álbum é mais compacto e direto, trocando a “roqueiragem” do Comfort to Me por uma abordagem quase minimalista em sua produção. Cada faixa é uma explosão curta e precisa, sem espaço para excessos ou autoindulgência.

Beijo noceis e até a próxima resenha.

Ouça Cartoon Darkness abaixo:

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