O americano foi um dos poucos e bons mestres que teve a alcunha de ”Rei”, uma condecoração e tanto no nosso Blues de cada dia. O negrão definitivamente sabia como tratar uma guitarra, esse sentia o Blues como poucos, pegava o instrumento e acomodava o mesmo como se fosse um chaveiro em suas dimensão herculeana, só que o cuidado que ele tinha fazia a madeira vibrar em alarde sentimental de bends como jamais se viu, até o tom era único.
Line Up:
Albert King (guitarra/vocal)
Donald Kinsey (guitarra)
Memphis Simphony Orchestra (arranjo de cordas)
The Memphis Horns (metais)
The Bar-Kays & The Movement (seção rítmica)
Hot Buttered Soul, Henry Bush (vocal)
Track List:
”I Wanna Get Funky” – (Clifton William Smith)
”Playing On Me” – (Sir Mack Rice)
”Walking The Back Streets And Crying” – (Sandy Jones)
”Til My Back Ain’t Got No Bone” – (Eddie Floyd, Alvertis Isbell)
”Flat Tire”
”I Can’t Hear Nothing But The Blues” – (Henry Bush, Clark)
”Travelin’ Man”
”Crosscut Saw” – (R.G. Ford)
”That’s What The Blues Is All About” – (Bobby Patterson, Jerry Strickland)
E para mostrar a força de uma abordagem que se limitou a apenas um disco, o LP já abre com a faixa título logo de cara. O mestre mata o Blues no peito e ajeita de prima pra você começa entender por que esse trabalho abrilhanta o swing e vai ronronando o órgão, sempre guiando as notas no meio do coletivo de metais.
Sinta a cadência e veja como ele esnoba o Funk, finge que é Blues e vai segurando o som, na medida que ele ordena o ”Get Down” para sua banda. Mantenham a base, eu carrego a guitarra e nos solos de ”Playing On Me”, desejo apenas que acompanham os metais pra anganar a Stax.
”It was too much for me
That’s why i walked the back street and cried”
Dai pra frente a esposa nem responde, a guitarra já interrompe ele mesmo e a retórica segue as lamúrias de uma alma atormentada até acabar o som, ele apenas manda segurar e volta pra conversa.
”And Last time we had an argument
You know, called the police on me”
E este oitavo trabalho de estúdio é sua tentativa de retrucar. ”Til My Back Ain’t Got No Bone”, por exemplo, é um bela prova disso, o cara resolveu tocar Reggae falando o dialeto do Blues e brincando com Jazz na cama da jam. Mais sete minutos de pontadas eternizadas em um de seus temas com mais pegada.