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Agusa – Hogtid

O Rock Progressivo é um gênero que dia após dia segue sendo apreciado, mas que tende a ser muito discriminado. A impressão que muitos fãs têm é que com o passar do tempo, o número de pessoas que se sentem tocadas por uma suíte é cada vez menor e de certa maneira elas estão corretas. Existem muitas bandas de Prog surgindo por aí e muita gente atrás delas, mas o problema é o espaço.
Perceba que cada cena tem seu espaço, mas como criar bandas sendo que um gênero não tem mais mídia para ser exportado? Esse panorama é mais brasileiro, na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, você nota que cada gênero tem sua cena, seu espaço por meio de veículos se tratando de mídia especializada e, ainda, conta com circuito de shows quase que próprios. Mas, de maneira geral, a viagem do Progressivo vem sendo menos noticiada e depois de muito pensar cheguei a uma explicação.
Num mundo onde o nível cultural das pessoas é cada vez menor, um estilo tão culto e formado por uma mescla do que existe de mais fino na música, acaba perdendo a importância, fora que este fato, aliado à troglodita ignorância das pessoas, que sempre viram no Prog um estilo de vanguarda que não busca andar para frente e coisas do gênero, não ajuda. E esse texto é para estes senhores, hoje é dia de suíte fresquinha, direto da Suécia e em forma de lançamento, conheçam o Agusa e, ”Hogtid”, a estréia do grupo, lançada em 2014.

Line Up:
Tobias Petterson (baixo)
Mikael Odesjo (guitarra)
Dag Stromquist (bateria)
Jonas Berge (órgão)

Track List:
”Uti Var Hage”
”Melodi Fran St Knut”
”Ostan Om Sol, Vasntan Om Mane”
”Atigen Genom Skogen”
”Karlek Fran Agusa”

O Agusa foi formado no início de 2013 quando Tobias Petterson e Mikael Odesjo (membros fundadores do Kama Loka), recrutaram Dag Stromqvist e Jonas Berge para um projeto de Rock Progressivo com um pé bem plantado na fase clássica e setentona. A banda começou a tirar um som no interior da Suécia, onde Dag vivia, um lugar chamado Agusa.
E após uma longa Jam session com um clima excelente o nome da banda tinha sido escolhido. Um pouco depois a formação já tinha composições suficiente para registrar tudo em estúdio e o fez no começo de 2014, lançando ”Hogtid” no dia 02 de Abril. E por último, mas jamais menos importante, no inverno, durante uma movimentada temporada de shows, Dag acabou deixando o projeto para viajar para a Índia por algum tempo e em seu lugar entrou Tim Wallander (ex Magic Jove).

O novo baterista foi responsável pelas linhas que são ouvidas no disco e seu trabalho é estupendo, magnífico, assim como o de todos os envolvidos. Sobre a parte estética do som só tenho tenho elogios a tecer, o conteúdo é de fato assustador no quesito qualidade.

A opção de Prog aqui é uma bem orientada para órgão Hammond, mas o que achei bem interessante é que apesar dessa opção de segmento, a tecladeira não reina absoluta como acontece em alguns casos… Aliás é bem comum escutarmos discos que exageram justamente por apelarem demais no piano, mas aqui os caras são contundentes também pela moderação.

Temos aqui cinco temas e cerca de 45 minutos de música. Sublime e maravilhosa jam quase que 100% instrumental, feita sob medidda para o senhor praticar seu suéco fluente e perder o sotaque, mas por enquanto só apreciem a piração com a abertura do disco, meu principal destaque, a ótima ”Uti Var Hage” e seus mais de 11 minutos de viagem.

O trabalho da banda como um todo é exuberante, porém gostaria de destacar duas posições em especial, primeiro a do guitarrista Mikael Odesjo e a do mestre do piano malhado Jonas Berge. Eles são a base da cozinha e o feeling de ambos é fantástico. Escutamos algo mais purista com ”Melodi Fran St Knut”, passagens Zeppelianas ao som de ”Ostan Om Sol, Vasntan Om Mane” e sentimos o requinte dos nomes citados quando ambos tomam conta de ”Atigen Genom Skogen”, e contribuem com uma das poucas passagens cantadas além da harmonia vocal da abertura. 

É absurdo, feche o disco com ”Karlek Fran Agusa” e se prepare, pois a banda está preparando o segundo full lengh para esse ano e a piração promete, algo bem no estilo do tema que finaliza essa primorosa estréia.

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