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Afreekassia: “Minha imagem é consequência do estudo” – Uma entrevista escurecedora!

Afreekassia

Afreekassia nos concedeu uma entrevista que é bastante escurecedora de suas vivências, cheia de fundamentos, como vocês poderão conferir!

Após a feitura do primeiro artigo sobre a Afreekassia, consegui uma entrevista com a cantora. Iniciei as atividades me apresentando, deixando escuro a intenção da entrevista. Sinalizando a potência das letras e agradecendo pela maneira fluida, como se deu todo o processo de criação da matéria e da entrevista. Esperando que a artista se sentisse à vontade e especial tal qual sua arte se mostrou para mim. Serão abordados tópicos na busca em aproximar Artista-Publico.

Mara (Oganpazan): – Minha primeira pergunta é, como surgiu o nome “Afreekassia”?

Afreekassia: – O nome surgiu nesse sentido mais de resgate, foi um momento em que eu não era necessariamente artista ainda, mas foi quando eu entendi… Tinha acabado de sair da escola, tinha entrado na faculdade, fiz (Relações Públicas) e eu estava nesse lugar de me entender enquanto Mulher Negra e levar isso um pouco mais a sério, ir a fundo nisso. Queria um nome que me ajudasse a encarar nova personalidade, estudei em ambientes acadêmicos particulares minha vida inteira, vivi em ambientes muito brancos. Então eu queria muito dar um fim nesse tipo de relação. Como um renascimento!

Engraçado que o nome quem me deu foi a minha Mãe, falando com ela sobre esse processo, de transição capilar e reafirmações Afrikanas… Surgiu a ideia e ouve umas junções por mim do “free” e o “Ka” que resultaram nesse nome. 

É isso, é realmente um resgate. Como se eu me rebatizasse, para além de um nome artístico. É um nome que me coloca como personalidade! Eu amo esse nome!

Mara Mukami X (Oganpazan): Eu gostaria que você falasse um pouco da sua infância e adolescência. E como a música surgiu em sua vida enquanto “Trabalho”?

Afreekassia: Minha infância foi muito tranquila, eu sempre estudei em escola

particular. Quando eu era mais nova, eu não reparava tanto nas coisas. Meu Pai e minha Mãe são Negros e minha família também. Então, era um ambiente muito seguro, então eu não tinha medo, não via a maldade apesar de muitas coisas acontecerem ao meu redor, e minha Mãe ter que ir na escola resolver, mas eu era uma criança muito feliz! 

Quando comecei a entender melhor as coisas, sair ali do prédio, minha personalidade foi mudando junto, a gente começa a passar coisas e entender como os ambientes que a gente percorre, começa a tratar a gente. Foi um processo que me deixou muito mais tímida, quando criança isso era super positivo, mas virou algo negativo que afetou minha relação com a escola. Meus Pais sempre foram pessoas que se importaram muito com estudo pra mim e para minha irmã, a Maria . Pra eles era o que podiam dar pra gente de melhor, era o estudo. Na adolescência, não só por amizades, mas também por conta de professores eu me distanciei um pouco da escola, gostava de estudar, mas não sentia que era incentivada, ninguém me cobrava de uma maneira legal como com outros alunos, era sempre em um tom um pouco mais sério, exigindo mais responsabilidades das coisas, me tratando como adulta, e eu era só uma criança. 

Isso me moldou muito enquanto pessoa, hoje ainda estou nesse processo de cura desse passado, tentando resgatar a criança que veio antes da fase da adolescência. Eu demorei pra entender o que estava acontecendo, por que meus Pais não tinham essa consciência emocional. Minha adolescência foi um momento delicado, só tinha amigas brancas.

Depois que eu sai da escola comecei a entender o que eram essas coisas de verdade. Até essa tratativa de professores, quando entrei no Ensino Médio entrei numa escola grande que prepara o aluno para a  Fuvest e o Enem, os professores tratavam a gente para esse lugar, só que pra mim, me tratavam como se eu fosse uma adulta, em várias situações super constrangedoras. Logo depois entrei na Faculdade, você vê mais pessoas, a coisa dá uma expandida, época de transição, cortei o cabelo. Eu fui a pessoa que desde criança puxou essa parada da negritude de uma maneira mais séria e profunda. Quando eu era criança meu sonho era ser modelo, minha mãe pagou um curso de modelo, comprava revista Raça para eu folhear, coisas que aprendi com a minha Família.

Quando entrei na faculdade comecei a ver um lado mais político sobre ser Negra e etc… E acabei trazendo isso pra casa, cortei o cabelo, passei pelas situações dentro de casa, aí tive que fazer meus Pais entenderem que, enfim, foi o processo. Hoje as coisas mudaram, meus Pais são bem mais conscientes.

-Leia o excelente artigo Afreekassia, Uma Princesinha da Baixada surgindo no Rap Nacional

Mara Mukami (Oganpazan): Agora se for possível, fala um pouco pra gente quando a música virou trabalho…

Afreekassia: Foi na Faculdade também, conheci um pessoal que não era da Faculdade ,mas tipo uma coisa puxou a outra, tipo era amigo de  amigos que fazia festa na minha cidade, moro em Santos, fazia festa de  rua, e aí comecei a conhecer, conversar, aí viram que eu gostava de músicas diferentes, tipo na época ali do ensino médio, a música sempre esteve latente, sempre ouvi música de um modo geral, mas minha família é uma família evangélica, então eu não ouvia assim tão abertamente todo tipo de música, eu já gostava de funk, já ouvia umas coisas, mas ainda sim bem retraída. 

Era quase um segredo as coisas que eu ouvia. Quando entrei no ensino médio comecei a procurar, tipo músicas que faziam mais sentido, eu não tinha contato com o Rap por exemplo, foi no ensino médio que eu comecei a pesquisar de fato. O primeiro grupo que eu encontrei foi o Pentágono que era do Rael, tipo tinha o Sabotage, foi quando comecei ouvir eu disse caramba! Existe um mundo que eu não conheço, de coisas sendo faladas, mas a minha inquietação era sempre que  eu não conseguia encontrar música de Mulheres falando essas coisas, era legal e etc., mas na época não tinha, tipo mulher fazendo música, a única que eu conhecia era a  Camila CDD, mas mesmo assim ela não era tão famosa, não tinha muitas músicas, e sempre foi uma indagação minha .Quando eu no ensino médio que eu conheci esse pessoal, me chamaram para tocar em uma festa, falando que ia ser legal pra tocar umas músicas. Daí veio minha proposta de só tocar Mulheres Negras, fiz um set aí acabei gostando muito.

Preta Rara

Aí teve esse lance da pesquisa musical, demorou um tempo até virar um trabalho de fato. Na época eu tava na Faculdade, tinha estágio e não enxergava nem a possibilidade ser artista, eu fazia a coisa mais por hobby, tipo assim tinha uma festa, eu tocava, só que é isso… Falando em escassez, Santos é uma cidade que é perto de São Paulo, é uma cidade bem branca na verdade, mas até que tem uma cena cultural que acontece, aí na época tinha uma outra Mulher Negra que estava fazendo e acontecendo na cidade que era a Preta Rara, aí ela me conheceu e me abraçou real, já tinha projetos, eventos e  shows, a gente se conectou e quando ela ia fazer uma festa, me chamava pra tocar. Foi ali que eu enxerguei, foi a primeira pessoa que eu enxerguei uma Mulher que trabalha com algo que não é subserviente, trabalha com arte, eu falei cara!

Tem gente que realmente vive dessa maneira… Isso em 2015, 2016, até eu entender que era uma carreira que eu podia investir, foram mais ou menos uns 03 anos… Acabei a faculdade, trabalhei com Comunicação um tempo, era uma coisa que eu gostava de fazer, então sempre estava fazendo em paralelo a outras coisas, mas não pensava em largar tudo e vou ser Artista, não imaginava, ainda mais com meu corpo poderia ser possível. 

No caminho fui encontrando várias outras Mulheres nesse mesmo lugar que eu, mais velhas que eu trabalhando com isso há um tempo…. Aí eu comecei a falar isso é algo que realmente funciona. Tenho como investir e virar algo. Não foi um caminho único. Comecei a tocar, eu nunca deixei de fazer nada, só fui acrescentando mais coisas, as coisas foram acontecendo. Teve um momento que eu queria ser só produtora cultural, pesquisadora e até deu tudo certo durante um tempo, aí rolou a UMOJA, as coisas começaram a fluir, aí rolou a pandemia e as coisas pararam de fluir.

Mara Mukami X (Oganpazan): Minha terceira pergunta é como você compôs a sua estética, e quais as suas referências…

Afreekassia: A minha imagem, minha estética enquanto artista, ela não vem de uma linguagem artística só, nem de um lugar só, ela é realmente um conjunto de coisas que fui passando durante a vida e fui acessando, e estudando até chegar aqui. Por exemplo na Faculdade meu TCC, o tema era “Afrocentricidade na Comunicação, pesquisei um Grupo aqui de SP” aí eu tive que ler um livro chamado “Afrocentricidade com o paradigma epistemológico” que ensinava como ser uma pessoa e como ter uma pesquisa afrocentrada. 

Quarto volume de uma coleção clássica do pensamento Afrocêntrico no Brasil!

Foi um livro que me mudou enquanto pessoa, por que além de trazer informações que pra mim foram cruciais, de entender a Negritude desde os primórdios dos tempos, dos primeiros seres humanos, a Civilização Egípcia, que trás para os dias atuais, uma pessoa afrocentrada faz isso, pesquisa isso com foco e objetivo. Um livro que me ensinou não só a nível de TCC, mas na vida. Por que foi algo que fez sentido pra mim. Eu já tinha essa pesquisa um pouco mais profunda. Estudo Egito, eu sou apaixonada por Egito. Kemet! Agora podemos falar assim. Uma pesquisa mais profunda, por que acho que a agente se prende apenas a escravidão à nossa história, e quando você vai um pouco mais pra trás, você passa pela parte da dor, e consegue acessar outras coisas que são mais importantes pra gente entender enquanto pessoas Negras.

Entender a grandiosidade, nossa capacidade intelectual, como a gente formou o mundo e do jeito que ele é hoje! E o que está ruim, é porque estragaram o que a gente fez! Minha estética vem muito mais desse lugar de estudo que de imagem. Minha imagem é uma consequência disso.

Voltando para o ensino médio, tinha questões sobre espiritualidade… Eu sempre fui mais good vibes, estudei sobre os chacras: o Primeiro Chacra é “quem sou eu”, e eu fiquei travada nessa pergunta, e foi isso que desencadeou a minha pesquisa. Isso direcionou toda minha pesquisa, não só artística, mas, também enquanto pessoa. Se eu fosse pesquisar algo, já ia procurar uma pessoa Negra que estivesse falando sobre aquele assunto. Conforme fui crescendo, passei pela transição, etc., entendi que precisava me rodear de referências visuais parecidas comigo. Procurava filmes, séries, ouvia músicas, clipes… Enfim, fui uma pessoa que gostava de pesquisar, se eu achasse algo legal, pesquisava até o fim.

A música me ajudou muito nisso, nessa questão de identidade, o ponto principal não é só ouvido, ainda mais Música Negra, vem com vários elementos culturais, estéticos. Consegui estudar várias maneiras de ser Negra através da música. Não conhecia o Dancehall, aí eu comecei a ouvir. “Vi varias Mulheres Pretonas, sem medo de ser quem eram”, vários cabelos, não conhecia tranças, conheci. Fiz tranças! Aí eu falei- Cara! Gostei muito disso! Ouvia Hip Hop, conheci várias coisas antigas… Bahamadia, Queen Latifa, aí eu comecei a ver como elas se vestiam, o que elas cantavam. Tudo o que eu aprendi foi com outras pessoas Negras.

A música “Sou + as Negras” eu ouvia muito Enny, ela é Nigeriana com residência em Londres, ela canta coisas vivas como eu canto, mas com uma certa calma que eu gosto bastante, fugindo desse lugar de hipersexualização, um Rap mais consciente. Aí eu pensei que se eu fosse fazer algo seria assim, E graças a Deus deu muito certo.

Mara Mukami X (Oganpazan): O próximo tópico é referente ao Projeto UMOJA, gostaria que você falasse um pouco de como surgiu, e ressaltar que pra quem faz algo em prol de Mulheres Pretas é gratificante e fortalecedor. E pra quem está sendo acolhida é ter um chão sob os pés.

Afreekassia: Comecei esse projeto lá na minha cidade, em Santos em 2016, 2017… Eu meio que comecei a fazer tudo junto, fiz a transição e pensei “agora quero fazer tudo”, sempre me achei uma pessoa muito criativa e nunca achava espaço para usar essa criatividade. Quando eu percebi que não precisava da autorização de ninguém, era só chegar e fazer… Aí eu quis fazer tudo.

Uma coisa que senti muita falta durante toda minha vida foi amizades, proximidade com outras Mulheres Negras. Então a real sobre o projeto era conseguir ter amigas Negras. Nesse lugar de pesquisa também descobri uma vila chamada UMOJA, no norte do Quênia, era uma vila Matriarcal. Era uma vila só de Mulheres e seus filhos, e lá conseguiam sobreviver, se organizar e fazer tudo funcionar. E a minha ideia era justamente essa, era conseguir construir um lugar, mesmo que magnético, que Mulheres Negras poderiam se conhecer, se encontrar. E desse encontro construir um material para a eternidade. Por exemplo, quando a gente tira uma foto, um texto é isso pode virar outras coisas e ficar pra sempre no mundo. Comecei a fazer em Santos, aí é isso, Não sei se você já passou por coisa parecida, quando a gente quer fazer muita coisa, ainda mais quando não se tem muito conhecimento, muitas pessoas não conseguem interpretar de uma maneira boa, ainda mais quando vem de um lugar escasso culturalmente, começam a criar competições que não é pra ser, isso me chateou muito…Eu comecei, era um Coletivo, daí o Coletivo foi se desfazendo e eu comecei a ficar muito triste.

No lugar onde eu trabalhava, tinham comentado de um edital que tava aberto da Coroa de Amsterdã, aí eu falei “vou escrever”, apareceu pra mim… Vou sonhar, vou escrever. Surgiu algo em minha mirabolante cabeça, eu nunca tinha produzido algo do tipo, e nunca tinha visto ninguém fazer algo do tipo. Falei “essa é uma experiência que eu quero viver e quero proporcionar para outras pessoas também”, aí eram quatro estados do Brasil, para encontrar Mulheres Negras durante dois dias, pra conversar sobre nossa identidade, nossa sonoridade… Entender quem a gente é, curar algumas coisas, enfim… 

Tinha três dias para escrever. Escrevi tudo, ainda em inglês com a ajuda da minha irmã, aí fluiu assim, passou! Eu não sabia fazer nada do tipo, financeiramente virou uma bagunça, não ganhei nenhum dinheiro, me organizei mal, mas foi algo que realmente mudou a minha vida. Eu ainda quero fazer de novo, só que isso ,era uma experiência que era sábado e domingo e a minha ideia era fazer com que todo mundo ficasse confortável, então tinha alimentação e estrutura de um evento, eram 20 meninas a cada lugar que eu ia, então era o mesmo grupo sábado e domingo, eu fazia alguma dinâmica tipo: se olhar no espelho e falar coisas legais, compartilhava estudos também… Enfim, eram várias coisas que na minha cabeça fazia sentido e fez, mas é isso… Eu acabei ocupando um lugar que não é nem que eu não estava pronta, é que eu estava no mesmo lugar que as meninas emocionalmente falando. Era difícil conseguir as vezes suporte pra elas… Como você falou “pra quem participa é um chão”, e eu não sabia que teria que ser tão “chão” assim, quando eu também precisava de um “chão”, sabe?!

Demorei anos pra conseguir processar tudo, viajei pra lugares que nunca tinha ido, viajei pra Salvador e “foi uma experiência muito intensa”, eram coisas que por ser tão novas eu também não sabia lidar com essas coisas. A gente sentava em círculos né, com referência de um livro que fala muito sobre esse lugar, ele fala sobre essa energia que paira sobre quando se senta em roda, e era algo que eu ficava tão vulnerável quanto todas, todo mundo que participou desse momento de cura. Eu tenho amigas até hoje. Eu tinha me aberto para pessoas desconhecidas, assim como elas, mas ficou esse lugar assim de “Irmandade”, foi algo que me mudou enquanto pessoa, eu tava esperando “Amigas Negras”, de maneira superficial, muito ingênua, para estar em um lugar como esse eu não posso estar fragilizada, sabe?! Eu preciso ter essa responsabilidade, pra ser “chão”, enfim… Um aprendizado gigante, que nenhum curso ou faculdade me ensinaria.

Mara Mukami X (Oganpazan): Agora eu gostaria por favor que você inclinasse sua fala para os Projetos futuros, o que as pessoas que curtem seu som podem esperar…

Afreekassia: A primeira coisa que eu tenho pra falar é o “vinil” e pra mim é muto especial, vinil é algo que fica né, … A gente perdeu essa parada do CD, etc… E é tudo muito digital aí ter a possibilidade de fazer um vinil no meu primeiro EP, grandioso demais, é uma materialização da música, é a música física! Top 1 de coisas que tem me dado felicidade, mas estou trabalhando em outras coisas também. Lancei uma música agora “Eu Amo ser Negona”, e eu quero muito ter um clipão pra ela. Então tô trabalhando muito pra conseguir fazer isso dar certo… E é isso que eu falei né, as vezes fica muito peso dentro dessa função de artista que querendo ou não desconecta a gente da arte… Acho que até algo proposital, sabe?! Tem toda essa parada de indústria, conexões e networking e faz a gente se questionar de muitas coisas, e deixa a gente exausta, então tipo assim eu tenho trabalhado muito pra colocar esse clipe na rua, ele precisa ter um visual pras pessoas olharem e verem o que é ser “Negona” e ver outras “Negonas” ali representadas. Em breve no Youtube!

Também tenho trabalhado em lançar um álbum, pensar em conseguir construir da maneira mais honesta e sincera possível… Meu principal objetivo com a música agora é esgotar a pauta de “Mulheres Negras”, quero falar tudo o que eu puder falar, nesse momento eu quero minha carreira 100% focada em pautas de “Mulheres Negras”. Agora eu estou tendo a condição psíquica, emocional, geracional, pra poder falar e fazer muitas coisas. Até pensando na questão Familiar, “Sou + as Negras”, é muito um lugar para libertar algumas Mulheres da minha Família que foram muito cedo, e foram sem experimentar nada da vida. Eu sinto que elas viveram a vida delas, sem nenhum tipo de apoio, totalmente dedicadas à sobrevivência. Então, nessa música eu gostaria que elas estejam junto comigo se libertando dessas amarras. 

A música, ela fala sobre várias coisas… 

Agora eu sinto que preciso falar sobre “Como ser Uma Mulher Negra”, questões profundas dessa narrativa feminina

“Sou mais a Lúcia, sou mais a Ruth
Sou mais Maria, sou mais a Cláudia
Sou Zeferina, sou mais Milene
Sou mais a Néia, sou mais a Maga
Sou mais a Carmen, sou Nega Ba
Sou mais Amanda, sou a Otávia
Eu sou mais elas, eu tô por elas
Eu sou uma negra, sou Afreekassia…”

Os nomes que eu falo

Que elas conseguissem se libertar de algumas amarras e deixar a vida mais leve, então meu trabalho com a música, é falar sobre como é ser Uma Mulher Negra, essa narrativa Feminina que eu acho que a gente carece muito dessa Mulher Negra.

Mara Mukami X (Oganpazan): Chegamos às considerações finais. Primeiro quero agradecer pela maneira suave como se deu escrever e ouvir você, pontuar sua arte potente e te pedir pra deixar uma mensagem para inspirar outras Mulheres, lembrando a nossa incrível capacidade criativa…

Afreekassia: O que eu posso falar pra outras mulheres, meninas, jovens, adultas é não se distrair. É lembrar o por que e o que viemos fazer nessa terra. Não esquecer o que os nossos ancestrais fizeram pela gente. Manter o nosso foco, não se distrair pelas outras pequenas coisas. Lembra que temos um propósito muito potente aqui nesse mundo. Não é todo mundo que vai entender. Não se distraia! Faça o que tem que fazer… É isso!

-Afreekassia: “Minha imagem é consequência do estudo” – Uma entrevista escurecedora!

Por Mara Mukami X

 

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