A maravilhosa primeira missão da nave Sparro!

O excesso leva ao palácio da sabedoria. disse outrora o poeta. A recém lançada Sparro talvez seja uma excelente confirmação dessa teoria.

sparro

Saca os heróis dos quadrinhos? Ah pois, muitas vezes esse grandes heróis se juntam em grupos para enfrentar grandes ameaças, a exemplo de grupos como: Vingadores, Stormwatch, Excalibur, Liga da justiça e outros.

A banda OQuadro pode ser entendida a partir dessa analogia, pois reúne vários artistas, cada qual dotado de superpoderes, que produzem nessa união uma força superior capaz de expandir o rap nacional para além das nossas fronteiras.

Recentemente dois dos integrantes do OQuadro escapuliram da sala da justiça, rumo a uma aventura solo, pequena, daquelas que caberiam num gibi, mas que promete se expandir numa saga inesquecível. Rans Spectro e Vinicius Mangaio são os responsáveis, os heróis que munidos de equipamentos tecnológicos e muitas boas ideias produziram o single Sparro.

Durante o último verão de Salvador o super grupo OQuadro esteve atuando em diversas missões pela cidade, levando para muitos aqueles poderes de transformação já conhecidos, que são capazes de salvar almas e corpos com a força do seu rap recheado de groove.

Entre uma missão e outra, Rans e Mangaio escaparam e juntando suas forças – as capacidades sônicas de Magaio, e as rimas mágicas de Rans – gravaram um single que certamente já se configura como um dos melhores do ano.

Os poderes sônicos de Mangaio (incansável produtor de bases, criador de espaços sonoros inauditos) criam uma introdução que lembra uma viagem espacial, intergaláctica, buraco no multiverso, no rumo para uma compreensão mais complexa dos nossos espaços sonoros.

As palavras mágicas de Rans (escriba das sabedorias da vida, mastigador de gramática e conceituador de ideias), as rimas hipnotizantes, suas racionalizações conceituais e poéticas dos movimentos contemporâneos desfilam nessa atmosfera originando uma paisagem mental que traz um impacto imediato no ouvinte.

É como se um criasse o espaço por onde o outro caminha; enriquecendo-o.

E é isso mesmo, os manos abrem um caminho, uma fenda que se anuncia como a criação deve se anunciar sempre, como novas possibilidades de ser. Uma verdadeira viagem onde (apesar do nome de batismo da nave – Sparro) a canção não remete a nenhuma furada. Antes disso, foge, produz uma junção de linhas sonoras e linguísticas de fuga dos esparros aos quais somos muitas vezes apresentados.

Taí, a nave Sparro, é mais um esforço para conseguirmos buscar fugir das armadilhas: da religião não religada, da moral entupida e enforcada pelo moralismo raso, do excesso de palavras sufocando o silêncio, dos sentidos pré-fabricados pela mídia capitalista, das subjetividades prêt-à-porter, da caretice amadurecida dos adultos, ou seja dos esparros.

Destruindo tudo isso com sua artilharia pesada, canhões de nitroglicerina e jatos de vaselina onde as ideias escorrem para dentro dos nossos ouvidos.

E nessa missão, os nossos heróis obtiveram muito sucesso, pois se não venceram definitivamente os vilões, com certeza deram um pau seguro derrubando-os temporariamente durante os 3:18 dessa sua primeira vitória. Ficamos agora esperando os próximos números.

Que não tardem os nossos queridos heróis, pois os males que nos afligem cotidianamente não descansam. Estamos já adeptos e seguimos atenciosos as próximas aventuras dessa dupla dinâmica nos seus enfrentamentos a bad vibes e más ideias!

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