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Jornada Da Vilã (2019) uma Beattape em audiovisual

A Jornada Da Vilã (2019). uma Beattape em audiovisual experimental numa aliança potente entre a JODO prod. e os insanos do Rancho Mont Gomer!

O que a me fascina, são as variações e quebras de regra e paradigmas que uma mesma cultura pode suportar. Por milhares de motivos diversos, a cultura hip hop se constitui como o elemento estético e político mais importante há quase cinquenta anos. E não parece dar sinal algum de cansaço, pois além de seguir produzindo artistas extremamente influentes no mainstream mundial, nos subterrâneos dessa cultura a veia experimental segue firme.

Aliás, de algum modo é a experimentação um dos seus principais elementos constitutivos, pois se baseia numa cultura do remix, do sample, da utilização e na consequentemente transformação de equipamentos de som em instrumentos. E nesse sentido, as possibilidades são sempre infinitas, assim como em todo seio criador.

Aqui em nosso país, ao mesmo tempo em que aos poucos vem surgindo um mainstream “nacional” que merece ser chamado desse nome, no underground diversos nomes vem oxigenando esse gênero com produções que fogem ao comum. E é esse o caso da beattape Jornada da Vilã (2019) que temos agora a honra de lançar.

Uma aliança entre bruxos e bruxas do rap e das câmeras, com uma “história” instigante e provocadora. É sabido que a jornada do herói é um modelo que pode ser encontrado da Ilíada até os quadrinhos do Batman.

Sendo elemento constitutivo da cultura ocidental, encontra em Jornada da Vilã uma deliciosa subversão que certamente é bastante Hip Hop! Na medida em que constitui uma crítica à politica atual e quem faz essa critica é uma “gatinha”, aqui se formando como uma vilã, a subversão é o lema. Os caras invertem com esse audiovisual, através de enquadramentos, fotografia, cortes e uma montagem provocadora, a nossa forma comum de perceber narrativas.  Mexendo de uma só vez com a moral judaico-cristã e o frágil binarismo do “Platonismo para os pobres”.

A verdadeira heroína é uma vilã, flagrante contradição da lógica clássica, e em tempos de 3D os manos se inspiram no cinema mudo, utilizando os rancheiros (Tadeu Msor, Eloy Polêmico e Sergio Estranho) como uma orquestra louca para sonorizar o vídeo. A JODO e o Rancho Mont Gomer colocam em jogo uma pequena peça capaz de mexer com sua sensibilidade, com o seu pensamento, e dessa forma, fazem avançar o hip hop!

Confira Jornada da Vilã:

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