Oganpazan
Destaque, Discos, Notícias, On The Rocks, Resenha, Sem categoria

A carne pode ser velha, mas guenta fardos pesados!

A Velha Carne é daquelas bandas raras, para serem conhecidas por poucos. O fardo é pesado, mas seus integrantes o carregam sem reclamar.

Existe uma estirpe de bandas forjadas pelo trágico, nascidas para lutar e jamais alcançar os louros da glória. Tal qual os heróis das tragédias gregas, estas bandas se consagram pela busca, pela atividade incessante de lutar para conseguir alcançar seu objetivo, não por conseguirem alcançar o tão  almejado fim. Death, Sixto Rodriguez, Pure Hell, J.P.T Scare Band, são nomes marcados por essa sina. Não lograram o tão almejado sucesso quando estavam em sua melhor forma, porém seus nomes se tornaram lendas entre aqueles interessados pelo submundo do rock. 

Faz parte dessa categoria de bandas, A Velha Carne, surgida no final dos anos 2000 na cidade sul mato-grossense de Corumbá.  Pedro Rabello, baterista da Billie Negra, de quem recebemos a indicação da banda como pauta, descreveu o som de A Velha Carne nos seguintes termos: “A Velha Carne pra mim é o melhor power trio que provavelmente ninguém nunca vai conhecer. É como se o Jim Morrison tivesse nascido na fronteira do Brasil com a Bolívia.

Certamente há exagero na descrição do som da banda, porém mostra o poder arrebatador presente na sonoridade de A Velha Carne. O EP Carregando Fardos (2018), único registro da banda, mostra toda agressividade que esses três caras são capazes de produzir. Possui sonoridade suja, crua, seca, direta, tem-se a impressão de a banda estar tocando diante de você enquanto as faixas vão se seguindo. 

Podemos identificar muitas referências sonoras que vão dos anos 70 aos 90, sem comprometer, entretanto, a identidade da banda. As influências são usadas de forma a garantir autenticidade das composições. As letras giram em torno de temas políticos, existenciais, servindo-se de uma linguagem ácida, por vezes permeadas de psicodelia. 

Poucos ouvirão A Velha Carne, afinal, esse é o seu destino, porém aqueles que a ouvirem serão atingidos violentamente por seu magnetismo, serão atraídos pelo seu som e levarão ao próximo ensandecido amante  do rock, sempre a procura de experiências distintas como a de ouvir essas bandas destinadas ao hall de lendas! A Velha Carne tem seu lugar garantido após o término da banda em 2019, sem previsão de retorno, algo desnecessário para uma banda que já cumpriu seu destino.

 

A Velha Carne é composta por:

Gabriel Omar (Vocal/Guitarra)
Ian Vitor (baixo)
Rafael Omar (Bateria)

Matérias Relacionadas

Um dia das Mães com Afrogueto, OQuadro, Elemento X e Testemunhaz

Danilo
4 anos ago

Não existem estilos ou abordagens: o Thundercat só faz música

Guilherme Espir
2 anos ago

Leo Franciozi & D4CRVZ um Elo (2020) fluindo no tempo!

Redação Oganpzan
5 anos ago
Sair da versão mobile