SecondLady é uma banda underground japonesa focada no pop-punk. Conversamos com Alyse, guitarrista e vocalista da banda. Confira abaixo.
Uma das bandas punk que conheci em 2024 foi a SecondLady, banda nascida e criada em Osaka, tendo à frente a vocalista, compositora e guitarrista Alyse. Estadunidense radicada no Japão, Alyse fez da música, em particular da SecondLady, uma forma de se inserir no meio social e cultural de Osaka. Na entrevista concedida com exclusividade, Alyse fala sobre a cena underground japonesa, como é ter uma banda formada majoritariamente por mulheres e os projetos para o futuro próximo no que diz respeito a lançamentos de novas composições.
No final da entrevista disponibilizamos o Ep 春夏秋冬 (Primavera, Verão, Outono e Inverno) lançado em janeiro de 2024. Bora pra entrevista!!
Em Português
Carlim (Oganpazan). Alyse, agradeço por ter aceitado conceder essa entrevista pra gente. É muito bom ter a oportunidade de conhecer a história de uma banda japonesa, de Osaka, que possui uma integrante estadunidense. Como foi o processo de formação da banda?
Alyse (SecondLady): Então, a banda começou em 2012. Eu estava procurando uma banda em algum site de BBS de bandas em Osaka, porque eu queria mais amigos japoneses rs. Foi quando eu me deparei com uma postagem procurando por uma cantora que quisesse fazer covers do filme Josie and the Pussycat (2001), (Josie e as Gatinhas, aqui no Brasil). Eu amo esse filme, então respondi à mensagem deles, comprei uma guitarra de 5000 ienes na loja de música local e nos encontramos em um estúdio algumas semanas depois.
Eventualmente, decidimos compor alguma música própria, mas esses membros saíram em 2016, eu acho. Yuki, nossa guitarrista atual, entrou logo depois disso, então encontramos Yun, nossa baixista atual, alguns meses depois. Naquela formação, éramos uma banda só de mulheres, mas a baterista acabou tendo alguns problemas médicos, então ela teve que deixar a banda em 2020.
Passamos por uma série de bateristas de apoio por um tempo, mas notei Kerian, nosso baterista atual, postando no Twitter sobre como ele queria tentar tocar em uma banda de rock. Ele é um instrumentista de percussão com formação clássica, mas só trabalhou nas esferas do jazz, soul e hip-hop. Perguntei se ele estaria interessado em se juntar a nós, e estamos tocando juntos desde o ano passado, eu acho.
Carlim (Oganpazan): Qual a diferença da cena underground estadunidense e japonesa?
Alyse (SecondLady): Acho que com as cenas underground japonesas, não há muito cruzamento entre as cenas. Então, talvez os punks tradicionais não colem em shows de hardcore, ou os metaleiros não colem em shows grunge, e assim por diante. Isso mantém cada cena bem pequena e os eventos são meio caros. Além disso, as bandas não são realmente pagas por shows, a menos que muitas pessoas apareçam. E algumas casas de shows realmente cobram dinheiro das bandas se elas não trouxerem convidados suficientes.
Como resultado, é muito difícil ter uma banda quando você não tem dinheiro, porque você tem que pagar pelo tempo de estúdio para ensaiar (a maioria das paredes nas casas japonesas são finas demais para fazermos ensaios), pagar pelos seus instrumentos, pagar a passagem de trem para estúdios e eventos e, então, pagar para tocar em alguns locais. Isso não torna a cena ruim, há tantos músicos e bandas talentosos, mas acho que restringe a inovação no som.
Quando tocamos nos EUA neste verão, pudemos ver tantas bandas que se enquadram no guarda-chuva do punk, mas criam tantos sons diferentes. Parecia muito fresco e inovador. Acho que os shows em cenas estadunidenses são mais acessíveis também, então você acaba com uma cena mais inclusiva.
Carlim (Oganpazan): Pelo que vi no Bandcamp da banda, o primeiro trabalho autoral de vocês foi lançado este ano, 2024. A banda existe há 12 anos, qual o motivo de levarem tanto tempo para lançarem um trabalho autoral?
Alyse (SecondLady): Então … tivemos outro EP, lançado em 2016. Mas isso foi com os membros anteriores da banda mencionados anteriormente. Na verdade, temos cerca de 12 ou 15 músicas originais. Mas depois que esses membros saíram, tivemos um pequeno desentendimento sobre quem tinha o direito de tocar a música (tão típico, certo?).
O antigo guitarrista tinha criado as melodias gerais para guitarra e baixo, mas a baterista criou suas próprias partes, e eu criei as melodias e letras para os vocais. O antigo guitarrista sentiu que deveríamos pagá-lo para tocar as músicas, mas tipo… Não ganhamos dinheiro. Então, depois que eles saíram, eu e os outros membros decidimos recomeçar. Isso foi mais ou menos por volta de 2019? Acho que foi quando começamos a trabalhar no DTB. Então o baterista saiu em 2020, e não contratamos outro baterista até 2023. Então o EP no Bandcamp é na verdade uma coleção de músicas criadas entre 2019-2023 com dois bateristas diferentes.
Carlim (Oganpazan): Aqui no Brasil, as bandas autorais encontram muita dificuldade para conseguirem tocar suas músicas. O público médio gosta de ouvir os hits das grandes bandas que tiveram ou tem sucesso comercial. Vocês enfrentam este problema aí de não conseguirem tocar suas músicas?
Alyse (SecondLady): Em termos de colocar sua música na rádio? É definitivamente sobre quem você conhece no Japão. Se você conhece alguém que pode colocar sua música na rádio ou na TV, provavelmente você conseguirá. Caso contrário, você tem que competir com as gravadoras japonesas, algumas das gravadoras mais poderosas do mundo.
E elas são muito boas em garantir que seus artistas tenham a exposição que precisam. Também há regras sobre os tipos de bandas que são tocadas no rádio ou na TV. Nenhuma mensagem antissocial, quase nunca pessoas com tatuagens e, para novos artistas, eles quase sempre têm que ter menos de 30 anos?
É por isso que é mais provável que você veja artistas pop como Baby Metal ou Atarashii Gakko ganhando tempo no ar no Japão ou no exterior. Eles são jovens e ligados a grandes gravadoras (e geralmente são membros de empresas de gerenciamento de celebridades, então são treinados para serem músicos/ídolos/atores).
Carlim (Oganpazan): O Ep lançado por vocês se chama 春夏秋冬 (Primavera, Verão, Outono e Inverno). Até lembra os concertos do Vivaldi, As Quatro Estações. O que levou vocês a escolherem as quatro estações do ano como tema para o primeiro lançamento de vocês?
Alyse (SecondLady): Na época, não tínhamos músicas para falar, então imaginei que seria mais fácil (e rápido) escrever letras para uma música com um tema em mente. Começamos com DTB, que era muito otimista e brilhante.
Ela me lembrou do verão, então na letra, descrevo uma típica noite de verão no rio Dotobori em Osaka. Também tínhamos a progressão básica de acordes para KYN, que soava muito sombria e pesada. Eu disse que ela me lembrava das densas florestas de inverno em Koyasan, que também são cheias de antigas sepulturas budistas.
Uma vez que tínhamos essas duas, parecia natural completá-las com mais duas músicas sazonais. Sem mencionar que os japoneses amam suas estações. Suponho que foi uma coleção de acidentes felizes. Haha.
Carlim (Oganpazan): Quais as principais influências musicais da banda?
Alyse (SecondLady): Minhas influências pessoais são principalmente o rock dos anos 90. Nirvana, Veruca Salt, Letters to Cleo, No Doubt, Bikini Kill. Para nossa guitarrista Yuki (ela compõe muitas das músicas), ela ouvia muito rock americano dos anos 90, além de rock japonês, como Hi-Standard e The Blue Hearts.
Carlim (Oganpazan): Vocês são uma banda com predominância de mulheres na formação. Vocês sofrem ou já sofreram, de alguma forma, com machismo e misoginia dentro da cena underground japonesa? Como isso impacta a banda?
Alyse (SecondLady): Hmm… Na verdade, o sexismo vem mais de outras bandas principalmente femininas. Nós não temos aquela imagem fofa e delicada que muitas bandas femininas japonesas usam, então, nos primeiros anos, só conseguíamos tocar com bandas predominantemente masculinas porque nosso som era considerado muito agressivo. Mas agora, há muito mais bandas punk femininas na cena, e elas não têm medo de serem tão barulhentas e agressivas quanto nós. Quanto às bandas masculinas, de vez em quando surge um comentário ou membro condescendente, mas isso é bem raro.
Carlim (Oganpazan): Uma questão muito comum entre as bandas independentes está em conciliar a rotina de integrante da banda, com os compromissos profissionais. Uma vez que a maioria dos integrantes de bandas independentes tem uma outra atividade como forma de pagar as contas. Isso é um problema pra vocês? Como vocês lidam com essa questão?
Alyse (Second Lady):Com certeza. Yun e Yuki trabalham na indústria da beleza (manicure e cabeleireira, respectivamente), então durante feriados importantes ou fins de semana, é muito difícil planejar shows, já que esses são os dias mais movimentados para elas. Mas acho que os horários delas são provavelmente mais flexíveis do que os de um típico trabalhador de escritório no Japão. Kerian seria considerado um trabalhador de escritório, mas ele não se deixa levar pela mentalidade cultural de que você deve fazer horas extras. Assim que suas 8 horas terminam, ele sai e vai direto praticar bateria. Tenho bastante sorte de trabalhar como freelancer, então posso levar meu trabalho comigo, se necessário. Durante nossa turnê nos EUA, eu passava as manhãs fazendo traduções, tirava uma soneca e depois fazia os shows nas primeiras apresentações. Mas eu não recomendaria isso, haha.
Carlim (Oganpazan): Vocês tem trabalhado em novas composições? Estão preparando algo para ser lançado neste ou no próximo ano?
Alyse (SecondLady): Sim, estamos! Temos 2 músicas que tocamos ao vivo que ainda não estão disponíveis nas plataformas de streaming. Além disso, tem mais uma que ainda preciso adicionar algumas letras. Esperamos conseguir gravar tudo e lançar nos próximos meses, mas com o feriado de Ano Novo chegando (um dos maiores no Japão), todo mundo está bem ocupado. Mas fique de olho na nossa página do YouTube ou no Instagram. É lá que você encontrará qualquer música nova antes de estar disponível para streaming.
Carlim (Oganpazan): Uma curiosidade, porque escolheram o nome ‘Second Lady’ para batizar a banda?
Alyse (SecondLady): Ah, quando estávamos começando nossa jornada para criar músicas originais, a Lady Gaga era extremamente popular no Japão. A estratégia do nosso ex-guitarrista era que, se usássemos parte do nome de algum artista famoso, isso poderia nos ajudar (de alguma forma estranha). A primeira escolha dele foi “First Lady”, mas eu disse que esse é o título da esposa do presidente e que nunca apareceríamos nos resultados de busca do Google se usássemos esse nome. Então decidimos por “SecondLady”.
Carlim (Oganpazan): Alyse, gostaríamos de agradecer pela entrevista. É um prazer ter a oportunidade de apresentar o trabalho de uma banda do underground dos Estados Unidos para o público brasileiro. Antes de encerrarmos, há algo que você gostaria de compartilhar e que não foi abordado nas perguntas anteriores? Fique à vontade para acrescentar o que achar importante!
Alyse (SecondLady): Eu só quero lembrar as pessoas de sempre apoiar seus artistas locais favoritos o máximo que puderem, compartilhando e curtindo nossas postagens. Parece que o algoritmo realmente está contra a cena hoje em dia, então a melhor coisa que todos nós podemos fazer, incluindo as bandas, é curtir, seguir e compartilhar! Eu faço questão de compartilhar flyers de shows locais e bandas em Osaka na nossa página, então, se você estiver em Osaka e procurando algum show para conferir, é só nos avisar! Além disso, obrigado por dedicar seu tempo e paciência para fazer esta entrevista! ありがとうございました!
In English
One of the punk bands I discovered in 2024 was SecondLady, a band born and raised in Osaka, led by the vocalist, songwriter, and guitarist Alyse. An American living in Japan, Alyse has made music, particularly through SecondLady, a way to integrate herself into Osaka’s social and cultural scene.
In an exclusive interview, Alyse talks about the Japanese underground scene, what it’s like to have a band predominantly composed of women, and her upcoming plans for releasing new compositions in the near future.
At the end of the interview, we feature the EP 春夏秋冬 (Spring, Summer, Fall, and Winter), released in January 2024. Let’s get to the interview!
Carlim (Oganpazan): Alyse, thank you for agreeing to do this interview with us. It’s great to have the opportunity to learn about the history of a Japanese band from Osaka that has an American member. How did the band come together?
Alyse (SecondLady): So the band actually started in 2012. I was searching through some band BBS website for bands in Osaka because I wanted more Japanese friends lol. I came across a post asking for a singer that wanted to do covers from the Josie and the Pussycat movie. I love that movie so I replied to their message, bought a 5000 yen guitar from the local music store, and we met up at a studio a couple weeks later.
Eventually we decided to make some original music, but those members left back in 2016 I think. Yuki, our current guitarist, joined soon after that, then we found Yun, our current bassist, a few months later. By that team, we were an all female band, but the drummer ended up having some medical issues, so she had to leave the band in 2020. We went through a series of support drummers for a while, but I noticed Kerian, our current drummer, posting on Twitter about how he wanted to try playing in a rock band. He is a classically trained percussion instrumentalist, but he’s only ever worked in the jazz, soul, and hip-hop spheres. I asked him if he’d be interested in joining, and we’ve been playing together since last year I think.
Carlim (Oganpazan): What is the difference between the American and Japanese underground scenes?
Alyse (SecondLady): I think with Japanese underground scenes, there isn’t a lot of crossover between scenes. So maybe traditional punks won’t go to hardcore shows, or metalheads won’t go to grunge gigs, and so on. It keeps each scene pretty small and the events are kind of expensive.
Also, bands don’t really get paid for gigs unless a lot of people show up. And some live houses will actually charge bands money if they don’t bring in enough guests. As a result, it’s very hard to have a band when you don’t have money because you have to pay for studio time for practice (most walls in Japanese homes are too thin to practice in), pay for your instruments, pay for train fare to studios and events, and then pay to play at some venues. That doesn’t make the scene bad, there are so many talented musicians and bands, but I think it restricts innovation in sound.
When we played in the US this summer, we got to see so many bands that all fall under the umbrella of punk, but create so many different sounds. It felt very fresh and innovative. I think the shows in American scenes are more affordable too, so you end up with a more inclusive scene.
Carlim (Oganpazan): From what I saw on the band’s Bandcamp, your first original work was released this year, 2024. The band has been around for 12 years. Why did it take so long for you to release an original work?
Alyse (SecondLady): So we had another EP, released way back in …2016. But this was with the aforementioned previous band members. Actually, we have around 12 or 15 original songs? But after those members left, we had a bit of a disagreement about who had the right to play the music (so typical, right?).
The old guitarist had come up with the overall melodies for guitar and bass, but the drummer came up with her own parts, and I came up with the melodies and lyrics for the vocals. The old guitarist felt like we should pay him in order to play the songs but like… We don’t make money? So after they left, me and the other members just decided to start over. That was more or less around 2019?
I think that’s when we started working on DTB. Then the drummer left in 2020, and we didn’t get another drummer until 2023. So the EP on bandcamp is actually a collection of songs created between 2019-2023 with like… 2 different drummers.
Carlim (Oganpazan): Here in Brazil, original bands have a hard time getting their songs played. The average audience likes to listen to the hits of big bands that have had or are commercially successful. Are you facing this problem of not being able to get your songs played?
Alyse (SecondLady): In terms of getting your music on the radio? It’s definitely about who you know in Japan. If you know someone that can get your music on the radio or TV, you’ll probably get it. Otherwise, you have to compete with Japanese music labels, some of the most powerful music labels in the world.
And they are very good about making sure their artists get the exposure they need. There are also strict rules about the kinds of bands that get played on the radio or TV. No anti-social messaging, almost never people with tattoos, and, for new artists, they almost always have to be younger than 30? That’s why you’re more likely to see pop acts like Baby Metal or Atarashii Gakko getting airtime in Japan or overseas.
They are young and attached to major labels (and they’re often members of celebrity management companies, so they’re trained to be musicians/idols/actors).
Carlim (Oganpazan): The EP you released is called 春夏秋冬 (Spring, Summer, Autumn and Winter). It even reminds me of Vivaldi’s concertos, The Four Seasons. What led you to choose the four seasons of the year as the theme for your first release?
Alyse (SecondLady): At the time, we had no songs to speak of, so I figured it would be easier (and faster) to write lyrics for a song with a theme in mind. We started with DTB, which was very upbeat and bright. It reminded me of summer, so in the lyrics, I describe a typical summer evening out by the Dotobori river in Osaka. We also had the basic chord progression for KYN, which sounded very dark and heavy. I said it reminded me of the dense winter forests in Koyasan, which are also full of old Buddhist graves. Once we had those two, it only seemed natural to round it out with two more seasonal songs. Not to mention, Japanese people loooove their seasons. I suppose it was a collection of happy accidents. Haha.
Carlim (Oganpazan): What are the band’s main musical influences?
Alyse (Second Lady): My personal influences are mooostly 90s rock. Nirvana, Veruca Salt, Letters to Cleo, No Doubt, Bikini Kill. For our guitarist Yuki (she makes a lot of the songs), she listened to a lot of 90s American rock as well as Japanese rock like Hi-Standard, The Blue Hearts.
Carlim (Oganpazan): You are a band with a predominance of women in the lineup. Do you suffer or have you suffered, in any way, from sexism and misogyny within the Japanese underground scene? How does this impact the band?
Alyse (SecondLady): Hmm… Actually, the sexism comes more from other mainly female bands. We don’t have the cutesy, girl-like image that a lot of other Japanese female bands use, so for the first few years, we could only get gigs with mostly male bands because we were too aggressive sounding. But now, there are way more female punk bands in the scene and they’re not afraid to be just as loud and aggressive. From the male bands, there is the occasional condescending remark or member, but they are very few and far between.
Carlim (Oganpazan): A very common issue among independent bands is balancing the routine of being a band member with professional commitments. Since most members of independent bands have another activity to pay the bills. Is this a problem for you? How do you deal with this issue?
Alyse (SecondLady): Yun and Yuki both work in the beauty industry (nailest and hair stylist respectively), so during major holidays or weekends, it’s very hard to plan gigs because weekends are the busiest days of the week for them. But I think their schedules are probably more flexible than your typical office worker in Japan. Kerian would be considered an officer worker, but he’s not held captive by the cultural mindset that you should work extra hours. Once his 8 hours are up, he’s out and on his way to practice drumming. I’m pretty lucky in that I work freelance, so I can take my work with me if need be. During our tour in the US, I spent the mornings working on translations, took a nap, then did gigs for the first few shows. I wouldn’t recommend that though haha.
Carlim (Oganpazan): Have you been working on new compositions? Are you preparing anything to be released this year or next year?
Alyse (SecondLady): Yes we are! We have 2 songs that we play live that aren’t available on streaming platforms yet. Plus one more that I need to add some words to. Hopefully we can get everything recorded and up in the next few months, but with the New Year holiday coming up (one of the biggest in Japan), everyone’s pretty busy. But please keep your eyes peeled to our YouTube or IG page. That’s where you’ll find any new music before it’s up for streaming.
Carlim (Oganpazan): Just curious, why did you choose the name ‘Second Lady’ to name the band?
Alyse (SecondLady): So back when we were starting the road to making original music, Lady Gaga was crazy popular in Japan. The former guitarist’s strategy was that if we use part of the name of some other famous artist, that might help us out (in some strange way). His first choice was First Lady, but I told him that’s the president’s wife and we’ll never show up in a google search result if we use that. So we decided on SecondLady.
Carlim (Oganpazan): Alyse, we’d like to thank you for the interview.
It’s a pleasure to have the opportunity to introduce the work of an underground japanese band to the Brazilian audience. Before we wrap up, is there anything you’d like to share that wasn’t covered in the previous questions? Feel free to add anything you think is important!
Alyse (SecondLady): I just want people to remember to support all your favorite local artists as much as you kind by sharing and liking our posts. It seems like the algorithm is really against the scene these days, so the best thing we can all do, bands included, is to like, follow, and share! I make an effort to share flyers for local shows and bands in Osaka on our page, so if you’re ever in Osaka and looking for a gig to check out, just let us know! Also, thank you for taking your time and patience to do this interview! ありがとうございました!