A Sin City de Cristiano Suarez

É muito loco o que o repertório de algumas pessoas podem fazer quando esta se involve com alguma aresta da arte. Seja escrevendo, pintando ou fazendo música, todas as nossas influências irão se juntar e explodir para sintetizar um novo DNA, algo que só você terá: Sua própria criatividade. 

Hoje mais do que tudo na vida o que mais me esforço para fazer é agregar. Desde literatura russa até grandes revoltas no Acre, cara, qualquer coisa, o lance de todas as manifestação artísta é o conteúdo, quanto mais você possui, mais coisas será apto à carregar como mensagem junto de seu trabalho, logo, conseguirá dialogar com vários públicos por meio de apenas uma manifestação. Chamo isso de arte em hiperlinks.
Parem de ser quadrados, pensem que estão nos anos 60 e expandam a ideia com uma remedinho que o Aldous Huxley usava igual Tic-Tac se preciso, mas por favor, pensem de forma livre, sem se prender a coisa alguma, afinal de contas nenhuma manifestação artística consegue vingar se o criador ainda possuir dúvidas. Receio este que a julgar pelo nível de fritação, conteúdo e estilo próprio que o Cristiano Suarez carrega na mala e na cuia, nunca nem passou por sua mente destra, 100% aquarela.
Diretamente de Maceió para todas as veias globais, Cristiano Suarez deixa claro para todo mundo como o repertório não faz verão se o mesmo não for bem encorpado e ainda muito bem acompanhado de talento, coisa que o cidadão possui pra dar e vender o resto no mercado livre. Misturando influências que fazem rolê desde o fino dos HQ’s, passando pelo nosso som setentão de cada dia (sem se esquecer da ponte com os Exploitations), e dos litros de sangue escarlate de Russ Meyer… O traço do cara rende mais ideia que busca no Google.

Cores fortes, contrastes nos trinques e muito história para contar, é assim que o representante Suarez trabalha, seja nos brindando com uma cronologia das guitarras mais importantes da música, relembrando os grandes mestres da literatura Beat ou fazendo a arte dos maiores lançamentos nacionais. O lance definitivamente é rabiscar e fazer parte do maior número de círculos possíveis, não por puro capricho, e sim por absoluto envolvimento e competência.
Desenhar já é algo complexo, criar um estilo e conseguir misturar elementos de Pop Art com Psicodelia é absolutamente fantástico. Nós habitamos um mundo onde o ”mais do mesmo” é o que impera, e por isso que surgi com esse relato, por que é absolutamente formidável ver que (ainda mais no nosso país), existam profissionais deste calibre, que mais do que tudo na vida, querem apenas ser vistos pelo maior número de pessoas possíveis.
É óbvio que nada surge de mão beijada, nem mesmo o conhecimento de Arte Lowbrow, Kustum Kulture e os quadrinhos de Crumb que esse cidadão tanto leu, mas a sensação de saber que você conseguiu se destacar por ser diferente é justamente a maior lição desse fissurado em Rockabilly.
Desenhar como se a sua vida dependesse disso, colorir como se o mundo fosse parar de girar se os tons não estiverem corretos e sentir cada sombreado, essa é a receita do Cristiano, mais um nome que prova como cada ser humano é fantástico e pode fazer coisas especialíssimas quando está sob efeito de Johnny Winter, William Burroughs e o som da cena local de sua cidade, que é desnecessário citar, graças ao seu trabalho é uma vasta contribuição para a cena de viciados em volumes exorbitantes. Continue colocando sua mente no papel Cristiano, só tome cuidado para não trazer danos aos admiradores. 

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