Festival de Verão Salvador e a fórmula de como estragar um festival. As peripécias de Dudu e a sua adolescência rockeira!
Enfim chegamos a nossa terrinha, ou cês acharam mesmo que íamos falar apenas dos festivais lá do Brasil? Sem sombra de dúvidas um dos festivais mais relevantes para capital baiana foi o Festival de Verão.
Eu digo foi, pois os caras conseguiram criar algo que parecia mais do mesmo, transformar em uma parada foda e depois cagar tudo.
O Festival de Verão Salvador foi criado pelo pessoal da Rede Bahia, tendo sua primeira edição em 99, mesmo ano que eu comecei a morar em Salvador, então boa parte da minha vida tem grande relação com esse fest. Isso porque ele acontece nas férias de verão, assim eu aproveitava pra curtir minhas férias também lá no Parque de Exposições. Minha relação com esse festival era tão forte, que geral costumava me presentear no meu aniversário com ingressos do Festival, eu adorava.
Costumava pegar, indiscriminadamente os ingressos e quando a grade fechava eu via quais eu iria vender e comprar para outros dias, ou simplesmente fazer uma grana para curtir os shows. Era um tempo bom da porra.
Já fui no Festival de Verão sozinho, de bonde, com familiares e até mesmo fretando van. É muita história que tentarei relembrar ao longo desse texto.
A forma de apresentação escolhida foi simplesmente indicar o ano e ir falando sobre minhas memórias sobre o Festival.
Espero que curtam!
Festival de Verão – 1999
Primeiro ano de Festival. Inicialmente, pela grade, parecia que o Festival de Verão seria o mais do mesmo dos verões soteropolitanos. Eram 04 dias de Festival, no mês de Janeiro, realizado no Parque de Exposições de Salvador.
Nessa edição tiveram aquelas mesma bandas batidas do carnaval de Salvador, Araketu, Cheiro de Amor, Ricardo Chaves, Banda Eva… e pra dar um ar de diversidade pegaram algumas porras que tocavam na rádio na época, a exemplo do Nativus (Natiruts), Fat Family e Jota Quest.
Essa edição teve uma mídia legal, rolaram especiais na Globo e foi amplamente divulgada, até Malhação gravou, o que foi importante para os olhares se voltarem para esse novo festival. Inclusive, eu acompanhei essa edição pela Globo, já que me mudei para Salvador apenas no segundo semestre de 99 e o festival rolava em janeiro.
A única atração que se salvou nessa edição foi o Pato Fu.
Outro ponto positivo do Festival é que ele já nasceu com o pezinho na diversidade de estilos. Apesar da grade de artistas ser esse chorume, tinha o Mercado Mundo Mix, onde rolava de pegar bons DJ’s, shows e ainda comprar uma roupa ou acessórios descolados.
Infelizmente não achamos qualquer vídeo da apresentação do Pato Fu nesse ano, também nos recusamos a postar qualquer outra merda que tenha tocado. Então, segue um vídeo curtinho dando uma around pelo Festival naquele ano.
Festival de Verão – 2000
Parece que a estratégia da Rede Bahia em voltar os olhares para o Festival de Verão Salvador deu certo. Mais patrocinadores e um line up diverso foram marcantes nessa edição do Festival.
Também foi minha primeira ida a um show grande, estava recém chegado na capital e implorei pra minha mãe deixar eu ir. Tinha 14 anos e ela acabou recrutando um casal para me acompanhar nesse dia.
Eu tinha direito a escolher um dia de festival pra ir, apenas um dia, e escolhi o melhor.
Segundo dia de Festival, uma quinta feira, a grade era: O Rappa, Cheiro de Amor, Titãs, Charlie Brown Jr. e fechando com Terra Samba. Decidi, esse era o dia! Isso porque eu estava pirando no Charlie Brown, e queria ver muito eles ao vivo. Mal eu sabia que iria acontecer algo ainda melhor.
Fui com esse casal cedo para o Parque de Exposições, acho que o show começava umas 18 para 19 horas, também queria ver muito O Rappa, que era a primeira banda e nessa época prestava, conseguimos chegar a tempo. Show foda! Estava com esse casal nas arquibancadas que rolava no Parque, mas logo nas primeiras músicas fui fazer o que sempre sonhava vendo clipes e shows, bater cabeça!!! Extravasei, coloquei ali toda minha fúria juvenil, embalado pelas brilhantes letras de Yuka e pela pegada mais pesada do Rappa, logo estava todo suado e fazendo várias amizades na roda.
Terminou o show e retornei para arquibancada, conversei com o casal e disse que daria uma volta. Foi ai que descobri o antro de estranhos e estranhas: Mercado Mundo Mix. Galerinha clubber, todo mundo com cara de drogado e som alto. Muita moda, badalação e eu tabaréu impressionado. Ouvi alguém comentando que teria um show de rock e fiquei por ali, foi assim que descobri a Penélope Charmosa. Banda soteropolitana, muito foda, que se apresentava ali num Mercado lotado. Definitivamente elas caberiam facilmente no palco principal, o que aconteceu no ano seguinte. Apesar de ser um som mais tranquilo, era rock e tinha distorção, logo degladiei.
Voltei correndo pro local do Palco Principal, a tempo ainda de ver um pouco de Titãs. Na real eu só queria mesmo ouvir “Polícia”, porque o Sepultura tinha gravado.
Logo depois do Titãs, enfim, eu veria a banda que tinha feito eu me deslocar para aquele recinto: Charlie Brown Jr.
Fiquei felizão que várias pessoas estavam ali tão empolgadas quanto eu para ver os caras, quando eles invadiram tocando “Confisco” a porra empenou, rodona abriu e eu bati cabeça como se não houvesse amanhã. O show todo foi bem instigante, muita revolta sendo posta pra fora e claro um alvo bom para despejar essa revolta é a PMBA.
A PMBA é muito truculenta, então eles passavam no meio das rodas querendo bater na galera ou simplesmente ficarem parados e acabar com a graça. Alguém teve uma brilhante ideia de meter uma lata, isso já perto do final do show, em uma guarnição. Por óbvio várias pessoas acharam a ideia maravilhosa e fizeram o mesmo, nesse momento o Charlie Brown Jr. já metia um cover do Rage Against The Machine, “Killing in the name” foi a trilha sonora do caos. A PM fez o seu trabalho opressor e sentou o sarrafo em geral, assim eu tomava a primeira de muitas fantadas que levei na vida. Chorão ficou puto e engrossou o caldo, passou o sabão na Polícia, cortaram seu som.
Depois disso eu fui embora, mas comentaram comigo depois que ele saiu do palco e foi dá um rolé de skate na mini-ramp que tinha no Mercado Mundo Mix.
Cheguei em casa cheio de hematomas e pleno.
No domingo o pessoal lá em casa decidiu ir em família pro Festival, eu não queria nenhum pouco esse programa. Porém, vi que tinha Cassia Eller, ela era meio roqueira então eu pensei, por que não?
Acompanhei meus familiares que estavam na vibe de ver Chicletão. Chegamos tarde, assim perdi o show de Cassia Eller, já fiquei puto. Para piorar, o companheiro de minha mãe da época inventou de invadir o show do Chiclete por um lugar não tão legal, Bell metia os frevo nervoso, geral trocando soco, aquele batifum gostoso e eu estupidamente resolvi largar os meus. Devo ter tomado umas duas botadas, não tão seguras se não eu ia pra lona, minha mãe ficou toda nervosa e o namorado dela, vendo aquela situação toda ficou desbaratinado, em pouco tempo foi roubado.
Resultado: Fomos todos para o posto policial e fim.
Festival de Verão – 2001
Em 2001 eu já estava vacinado e já tinha elegido o Festival de Verão como meu programa das férias. Minha mãe não me puniu pela babaquice do ano anterior, acho que esqueceu, e assim fiquei ansioso a espera da grade. E ela saiu, com algo que estava ansioso pra ver, mais uma vez o Festival de Verão me dá um grande presente: Pavilhão 9.
Nesse ano rolou de ir mais de um dia, então fui no penúltimo e no último dia de Festival. Nesse ano, de forma mais que justa, a Penélope foi escalada para abrir o Festival, méritos pelo sucesso do ano anterior no Mercado Mundo Mix, mas esse show eu não vi.
Isso porque eu escolhi ver o Pavilhão 9, com Ro$$i botando as caras. Tinha assistido o show deles no Rock In Rio e desejei pra caralho aquele show. Minha mãe liberou minha ida com a condição de que minha tia/madrinha me acompanhasse, eu falei que não seria muito seguro pra ela, afinal minha onda era bater cabeça nervoso e não ia ser muito interessante ela ali. Ela foi, e ficou ali no meio da roda comigo, eu me desgraçando e ela de parte, tem familiar que se fode nessa vida.
O Pavilhão 9 abriu os trabalhos no penúltimo dia, eu dava vários moshs. Na boa, eu não sei como nunca morri nessas porras. Os caras me arremessavam muito alto, eu era bem mais leve que atualmente e caía na casa da disgraça, nem sempre em pé. Mas estou vivo para contar que esse show do Pavilhão está na minha lista de melhores shows da vida.
Acertadamente, a organização do Festival colocou algumas merdas pra tocar entre o show do Pavilhão 9 e o do Raimundos, porque assim deu pra eu passear pelo parque e ver o que rolava no outro palco, que eu sequer tinha ficado atento quando comprei o ingresso. Quando eu chego lá sou surpreendido com aquele negão que falei na matéria sobre o Free Jazz Festival, MV BILL!
Caralho, eu nem acreditava naquilo, era o cara. O show nem estava muito cheio e deu pra curtir legal, principalmente músicas como “Traficando Informação” e “Soldo do Morro”, que bombavam na MTV.
Voltei para o local do Palco Principal para ver o show dos Raimundos, que tinham lançado recentemente um disco ao vivo pela MTV, então geral estava na expectativa pelo show dos caras. Foi um show foda, curti pra caralho. Mas só serviu pra por no currículo que vi Raimundos com Rodolfo, já que nessa época o Raimundos já tinha um pá de música chata.
Fui para casa e sem descanso, porque no dia seguinte tinha mais.
No dia posterior, minha mãe decidiu ir pra fazer companhia a minha tia, achei massa que ai poderia ficar mais soltão por lá.
Último dia, muita banda ruim em todos os palcos. Mas fomos cedo porque minha mãe e tia queriam ver algumas atrações, retribuí a companhia e fiquei com elas, deu pra curtir um pouco do show da Timbalada, que me amarro por conta da percussão e já tinha curtido muito carnaval e micareta em interior ao som deles, antes de virar roqueiro. Nessa época era ainda com Ninha, então o show foi de sifuder, deu pra agitar um pouco, dessa vez mais moderado pra não cagar a noite.
De pirraça o Charlie Brown Jr. fechou o Festival, última banda do último dia. Na real, pelo ocorrido no ano anterior eu imaginava que eles nem tocariam. Porém rolou e rolou gostoso.
Já estava mais safo e me sentindo o dono da roda, sentava o pau, canelada e a porra toda. Algumas vezes rolavam alguns estresses, mas ai geral se abraçava e ficava tudo bem. Contudo, mais uma vez perto do final do show, apareceram uns playboys que tomaram uns empurrões e chutes, ai cês tão ligado como é playboy né, é um bixo folgado do caralho.
Nessa onda o pau fechou, eu estava sozinho ali, mas por algum motivo senti que fazia parte do bonde dos que bateram nos playboys e fui pra cima, cheguei jogando e em poucos segundos tomei um pau no nariz, o mel desceu. Manchei a disgraça da camisa, que era clara e ainda tive que explicar pra minha mãe que porra tinha sido aquilo, acabei falando que caí.
Festival de Verão – 2002
O Festival só crescia, a pluralidade de estilos parecia ter sido o grande acerto dos organizadores, o Palco Pop ficou ao lado do mercado Mundo Mix, tipo uma ruazinha e o principal recebeu atrações diversas
Assim que saiu a grade eu vi que tinha Supla. Eu sabia que os caras do Holly Tree eram músicos de apoio dele e de quebra eu também curtia pra caralho Supla, não tanto quanto o pai dele. Escolhi então esse como um dos dias para ir.
Já era meu segundo ano morando no Imbuí, então já conhecia uma galera e talz. Porém, eu não estava em casa. No ano anterior, 2001, eu havia repetido o ano na escola e minha mãe impôs uma série de punições por conta da minha proeza, uma delas era passar o verão no interior, eu sempre adorei passar o verão aqui em Salvador, porque era uma resenha boa, então foi foda. Ela também havia decidido que eu não iria no Festival de Verão, uma faca no peito.
Operei dentre meus familiares no Natal para amolecer o coração dela, então ela liberou eu ir 02 dias, que acabei escolhendo o dia de Supla e o dia do Planet Hemp, até porque nada mais havia me chamado tanto a atenção.
Minha mãe estava fazendo alguma viagem, então necessariamente eu tinha que vir pra Salvador no dia do show do Supla, que era o segundo dia de Festival e ficar pro último dia, que era do dia do Planet Hemp. Até ai tranquilo.
Vim pro show do Supla, cheguei em Salvador quase na hora, então deixei minhas coisas em casa e fui correndo pro Parque de Exposições, sozinho, pois ninguém do meu ciclo curtia Supla. Minha esperança, débil, era dos caras tocarem alguma música do Holly Tree. Não rolou, mas o show foi legalzinho.
Eu estava tão cansado que não fiquei para os outros shows, então decidi sair mais cedo. Quando estava retornando para casa vi um banner com as atrações do festival, fiquei curioso para ver o que rolaria nos outro palco e putaquepariu!!!! Vi que no sábado rolaria CPM 22 no Palco Pop.
Não pensei duas vezes, acordei no outro dia cedo e fui correndo ao shopping pra desembolar um ingresso pro sábado. Obviamente iria sozinho, CPM 22 ainda não era tão badalada, e iria escondido de minha mãe, já que minha liberação era de apenas 02 dias. Mesmo assim eu fui.
Peguei meu buzão e colei sozinho, logo vi um público interessante ali. Muitas pessoas com camisas de bandas que eu achava que só eu conhecia em Salvador. Tinha camisas do Dead Fish, Forgotten Boys, H2O, me senti acolhido.
Antes do show do CPM 22 rolou o show de Marcelo Nova, que foi “ok”. E depois teve o show do Superfly, banda local que eu achava massa, principalmente porque eles tocavam “Killing in the name”, mas não passava disso. Mentira, “Transeira” era massa também.
Comprei o disco do Superfly nesse dia. Minutos depois de comprado eu troquei por um béqui, pelo menos não era essas merdas prensadas.
Terminou o show e eu estava bem excitado, com o coração batendo mais acelerado, afinal era o CPM 22, aquela banda que descobri lá em 2000, assistindo dos Demo Clips da MTV Brasil de madrugada e que recentemente tinha assinado com uma grande gravadora. Eu queria muito ver esses caras ao vivo.
Começou o show e de pronto fui correndo pra frente do palco, vi que tinha como e subi…tome stage dive, perdi as contas de quantos stage dive’s eu dei nesse dia, o quanto me divertir e mesmo sem conhecer ninguém ali troquei ideia com uma pá de gente, foi massa pra caralho.
O CPM 22 só tinha de disco o “A alguns quilômetros de lugar nenhum” e o que tinha saído pela gravadora, que tinha muitas faixas do disco independente. Assim, creio que pra cumprir o tempo de show, eles tocaram vários covers, como Ramones e Nirvana.
Foi um show maravilhoso e é uma pena não ter registro em vídeo.
Terminou o show e voltei correndo pra casa, tinha que descansar para o outro dia. Sequer dei as caras no Palco Principal.
Dia seguinte, uma galera aqui do condomínio tinha se organizado para irmos juntos. Na real vinha rolando uma resenha boa durante a semana, sobre quem ia e quem não ia, estava tudo meio organizado.
Jovens que éramos, decidimos gastar parte de nossa grana com vodcas baratas e frutas para fazer um monte de batida, como estava sozinho em casa o laboratório foi aqui mesmo. Fizemos diversas garrafas e começamos a beber cedo, chegando perto da hora de ir pro show fomos, bebendo, e fazendo muita merda no caminho.
A intenção era ver o Planet Hemp, todo mundo que estava ali queria ver. Mas a galera curtia uns lances de axé e pagode, então eles foram para o Palco Principal e eu, completamente fudido de cachaça, fui tentar ver o show d’ O Surto no Palco Pop. Apenas tentei, fiquei que nem zumbi lá, alguém conhecido me viu e me levou pra um gramado, pra tentar ficar mais diboas.
Meu festival se resumiu a esse descanso, providencial, e aguardar o Planet Hemp, que seria a penúltima banda da noite. Ahhh…vi um pouco de Bando Virado do Moi de Coentro que parecia ser legal, era bem parecido com o Mestre Ambrósio, que eu gostava demais na época.
O Planet Hemp tinha lançado o MTV Ao Vivo, e fazia muitos anos que não tocavam em Salvador, assim o clima era de espera e de apreensão, pois não sabíamos como a PMBA ia se portar. No geral, até que foi suave, a julgar pela quantidade de maconha no recinto, foi um show não tão violento. Lamento muito que muita coisa desse show ficou apagada da memória, por isso que digo e repito: O único caminho é o Straight Edge!
Fim de Festival, voltamos para casa e com vários hematomas e com uma ressaca disgramada.
Festival de Verão – 2003
Minha situação com minha mãe nesse ano já era mais amena, então rolou e de escolher os dias que iria. Deixei pra colar em apenas dois dias, na sexta pra ver o Charlie Brown Jr. e no domingo para ver Planet Hemp e o CPM 22.
Na sexta eu não lembro que meio de transporte utilizamos, mas fui com uma galera do condomínio vizinho ao meu, que acabamos ficando mais amigos nesse verão. Chegamos pesado e já estava rolando Charlie Brown Jr., tocando “Rubão”. Puta merda, bagulho parecia baile de corredor, porrada pra todo lado e a gente segurando legal, foi lindo demais aqui.
Um show muito empolgante e dessa vez sem apanhar da polícia.
Fui dar aquele rolé de lei e acabei caindo no Palco Pop, onde vi os shows de Superfly e de uma banda do Espírito Santo chamada Casaca, nessa época eu curtia esse lance regional, mas a banda é muito chata. Porém, fiquei e vi o show.
Depois encontrei com meus amigos e voltamos para casa.
No domingo me piquei cedo pro Parque de Exposições, isso porque tinha marcado pelo Mirc com a galera da Torcida pra ver o show do Tihuana. Baia (percussão/vocal) sempre representava usando a camisa de nossa Torcida, então íamos pra apoiar e pegar os alemão, que sempre tinha.
Fiquei ali pelo Palco Pop, vi o horrível show das Velhas Virgens, eu estava ficando mais criterioso com isso de Rock. Logo depois era o show do Tihuana.
Encontrei com a galera da Torcida e fomos para frente do Palco, dito e certo. Tihuana subiu no palco e loco começamos a jogar o sinal da Torcida e ver se tinha algum rival, sempre tinha e ai era aquilo mesmo. Foi um show muito animado por conta disso, fora que os shows do Tihuana nessa época eram matadores, só música foda.
“Muro de concreto ruim de derrubar, Os Imbatíveis pau vai quebrar”. Saudades.
É impressionante não achar esses vídeos no Youtube, porque a TV Salvador fazia uma cobertura massa e sempre jogava o show completo do Palco Pop, uma bosta não ter.
Depois do Tihuana fiquei para ver os shows do Ultramen, que foi um show do caralho!!!! E por fim do Catapulta, que tinha muito desse lance de misturar percussão com rock pesado e talz, e eu me amarrava nisso.
Terminou o show do Catapulta, encontrei com um broder e fomos ver o show do Planet Hemp, dessa vez de cara, não tanto.
Show foda! Várias músicas batendo, mas ainda com o show do MTV Ao Vivo.
Colei na frente do palco pra bater cabeça.
Aqui tem uma dúvida que está me corroendo, eu não lembro quase nada do show anterior, de 2002, então não sei se teve realmente em 2002 e as drogas fizeram o favor disso ser apenas uma vaga memória ou se efetivamente só teve esse show de 2003, que lembro bem, até porque Formigão (baixo) usava uma camisa de uma banda que achava foda, o Feijão com Arroz, que Edu que era roadie do CPM 22 e tocava no Feijão com Arroz deu pra ele e também me deu uma, enquanto conversávamos antes dos shows.
Leitoras e Leitores, se puderem confirmar isso, agradecido.
Sem sair de lá, aguardava ansioso o CPM 22. Era uma vitória do caralho, em minha mente, para o hardcore ter os caras ali. Muito disso foi pelo fato deles terem botado pra foder no ano anterior no Palco Pop, também estavam muito bem nas paradas das rádios e MTV.
Várias faixas boas, inclusive a música que fizeram com Rodrigo do Dead Fish, que me deixou mais empolgado ainda, afinal era o hardcore ali no Palco Principal.
Fecharam a noite e fecharam o Festival de Verão2003.
Festival de Verão – 2004
Aqui eu já estava morgando com o Festival de Verão, estava achando que a grade não me era mais tão atraente como outrora, fiquei muito chato com isso de ir pra shows e tudo mais.
Fui um dia sozinho, para ver o show do Los Hermanos, que nessa época os fãs ainda não tinha estragado e que ainda não eram tão cosplay cult. Me amarrava nas faixas que tinha um pouco de Ska, numa linha até ska/punk.
Me juntei com uma patota de maus elementos aqui do bairro, em uma van, e fomos ver o show do Sepultura. Naquele modelo Imbuí Lifestyle.
Antes do Sepultura teve muita coisa chata e por isso ficamos perambulando pelo parque. Quando enfim chega a hora do show, uma chuva desgraçada e o Sepultura literalmente derrubou o palco!
Também, não foi pra menos. Um set com diversos clássicos da banda, eles estavam na época daquele disco “Sepulnation”, chato pra porra, mas pelo menos tocaram faixas como “Arise”, que fez geral degladiar na lama.
Ficou ruim pro Marcelo D2 que teve seu show cancelado. E eu até queria ver.
Festival de Verão – 2005
Uma luz no fim do túnel. Em 2005 a organização foi certeira em uma parceria com a Deck Disk.
No Palco Pop eles ficaram com uma noite, que me proporcionou ver o show maravilhoso do Black Alien e o do Dead Fish.
Mas o melhor desses shows foi que, apesar do Dead Fish está na gravadora sempre teve muito respeito da cena hardcore. Por conta disso, marcamos todos e todas na casa de Rodrigo&Rogério, que fica em Itapuã e fomos andando até o Parque de Exposições, um bondão e chegamos lá representando Salvador Hardcore, foi lindo demais!!!
Além disso o show foi foda pra caralho, tinha essa porra no Youtube, mas estou custando achar. Inclusive eu estava bonitão, com meu boné da Ultragás e minha camisa da A Sangue Frio.
Nesse ano, rolou do festival abrir mais espaço para o underground local. The Honkers, por exemplo, se apresentou nessa edição. Eu não vi o show e os caras parecem ter um apego em guardar as porras deles só pra eles, por isso não tem vídeo aqui.
Festival de Verão – 2006
Aqui eu já nem ligava mais pro Palco Principal, resolvi focar no que importava e fui ver os shows de Otto e Cansei de Ser Sexy no Palco alternativo.
O show da CSS foi perfeição!!! Tenho que agradecer ao Festival de Verão por mais essa.
Realmente minha relação com o Festival de Verão Salvador parecia chegar ao fim.
Festival de Verão – 2007
Eis que em 2007 foi meu último ano de Festival de Verão, comprei o ingresso de um dia e especificamente para ver um show, marquei o horário desse show, cheguei na hora e fui embora ao acabar.
O show foi do pessoal do Ponto de Equilíbrio, que foi uma vibe super foda, bagulho estava lotadão, dava para eles terem tocado no Palco Principal fácil.
Parei de ir ao Festival de Verão, mas ele seguiu fazendo merdas e criando grades horríveis. Até 2015 rolou no Parque de Exposições, já estava com apenas 03 dias de shows e sempre o mais do mesmo.
Em 2016 mudou para Arena Fone Nova e segue por lá desde então, boa bosta.
Fica aqui um apelo para Rede Bahia/TV Salvador: Cambada de disgraça, disponibilizem as misérias dos shows que estão ai mofando nesse cabrunco de emissora. Pra que satanaiz vocês querem enrustir isso? Sorrtaaaaa.
-Festival de Verão Salvador e a fórmula de como estragar um festival
Por Dudu