As boas vibrações de uma noite de quarta feira

As boas vibrações de uma noite de quarta feira
As boas vibrações de uma noite de quarta feira

Na próxima quarta feira dia 20 de maio terá prosseguimento um evento que nasceu para firmar-se como um dos locais e atrações obrigatórias da noite soteropolitana. A Quarta Good Vibe é ponto de encontro de duas bandas muito promissoras de nossa cidade, unindo o melhor que o reggae e o rock tem para oferecer. Consciência Roots e Tarde de Abril se unem para produzir um movimento de evolução mútua e nessa iniciativa nos proporcionam música de qualidade, num ambiente bonito e agradável.

Na noite do último dia 06 de maio ocorreu a primeira noite da Quarta Good Vibe, e Oganpazan foi conferir a abertura do projeto. Como não podia deixar de ser, trazemos para os nossos leitores todas as informações e impressões sobre o evento.

As pessoas chegaram mais cedo e se reuniram na frente da entrada do B-23 Lounge Music Bar, muito bate papo, descontração, reencontros, as vibrações positivas já começavam a ser produzidas. Às onze horas exatamente, a Consciência Roots subiu ao palco; e aí meus amigos a conversa, mesmo descontraída, começou a ficar séria.

rootsA Consciência Roots foi formada em 2006 em Catu – BA, terra do vocalista Kaé que convidou o baterista Lio Vasconcelos para formar a banda. De lá pra cá já são dois discos lançados e devagarinho eles vão dando as caras com um trabalho bonito e consistente. A formação atual da banda conta com Kaé (vocal e guitarra), Lio Vasconcelos (bateria), Zuza e Fábio Brito (guitarras solo), Bruno Videro (baixo) e Anderson Costa (teclados).

Com um reggae de responsa, numa pegada forte que mescla o melhor do reggae de raiz e a pegada forte do rock, cheios de riffs muito fortes, os caras começaram a desfilar um belo repertório. Misturando clássicos do reggae baiano e mundial (de Edson Gomes a Bob Marley), mas sem abrir mão de uma veia autoral muito qualificada poeticamente. As letras de Kaé abordam temáticas sociais, na clássica veia do reggae resistência, mas não faltam também boas canções de amor. Enquanto isso a banda demonstra um entrosamento invejável, segurando a onda com peso, harmonias, melodias e arranjos que fogem ao óbvio.

Os presentes dançaram sem parar na pista, atentos às mensagens e ao ritmo que os açoitava sem lhes proporcionar dor alguma. A atenção era a mesma para os clássicos e para as autorais, o que fez com que a harmonia e a força da apresentação não caíssem em momento algum. Lá pelas meia noite e meia foi a vez do rock subir ao palco, e se tinha alguém cansado no recinto não deu pra notar, pois as boas vibrações continuaram a rolar.

11113143_884734541583697_3810389065330869296_nA banda Tarde de Abril é formada por Lio Vasconcelos (bateria), Fábio Brito (guitarra), Angelo Artur (guitarra e backing vocal), Kiko Lopes (baixo e backing vocal) e Márcio Torres (violão e vocal). E subindo no palco, deixaram claro que as Good Vibes iriam sofrer uma mudança significativa de intensidade.

Reza a lenda que a ideia da banda surgiu de uma iluminação, de um insight do vocalista e compositor Márcio Torres, depois de uma caminhada entre Salvador e Itacaré, onde depois de quatorze dias de viagem sozinho a beira mar, recebeu o chamado para fazer suas músicas. Junto com o guitarrista Fábio Brito ele recomeçou outra caminhada (um pouco mais árdua e longa) na estrada da música.

Como vocês talvez já tenham intuído, as influências mais claras são o rock setentista, mas o som da banda também possui pitadas do rock brasileiro dos anos 80, nitidamente do Legião Urbana. As letras trabalham temas que buscam sua inspiração poética no contato com a natureza, para ilustrar a necessidade do auto-conhecimento e da busca por alguma transcendência. A Tarde de Abril fez seu primeiro show, pra valer mesmo, nesta Quarta Good Vibe e foi um enorme prazer estar junto e poder registrar o nascimento público de um trabalho feito com carinho e cuidado.

No palco a madeira deitou apresentando ao público canções como Mar de Cor, O Jardim da Minha Casa, Cante Uma Canção. Todas acompanhadas por muitos e cantadas em coro. O vocal rouco e melodioso de Marcio Torres esteve no palco sempre em sintonia com a cozinha segura e potente de Lio Vasconcelos e Kiko Lopes e com as guitarras base e solo de Fábio Brito e Ângelo Artur. A performance da banda convence e demonstra todo o potencial que esse início de trabalho expressa na qualidade das composições e no punch que a banda arremata dos instrumentos.

Ao final do show as pessoas se cumprimentavam com sorrisos escancarados. Público e banda interagiam como se combinassem sem externar em palavras, que na próxima quarta-feira estariam todos presentes. E é bem provável que o sentimento que assaltou a todos na quinta pela manhã (depois de acordar sem ter dormido muito) foi o de que ajudaram a cultivar e receberam boas vibrações capazes de fazê-los resistir até o fim de semana. Se não acredita no que leu é simples, aparece por lá nesta próxima quarta.

Articles You Might Like

Share This Article